Blockchain é apenas moda, acredita diretor do MIT Media Lab

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1:55 pm - 24 de outubro de 2017
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Considerado por muitos a próxima revolução das tecnologias de pagamento, o blockchain, sistema de registros que garante a segurança das operações realizadas por criptomoedas, não passa de uma moda na opinião do diretor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Joi Ito.

Mas calma. Sua visão não é tão radical quanto parece. Para ele, há muito potencial na tecnologia. “Mas, obviamente, há muito hype em torno dela”, disse em apresentação no Teradata Partners Conference, realizado nesta semana em Anaheim, na Califórnia (EUA).

“Algumas pessoas chamam de blockchain as bases de dados multi-organizadas com cadeias de bloqueios permissíveis. Fico triste quando pessoas chamam essas bases dessa forma. É uma base de dados sofisticada”, disse, gerando risos do público presente.

O interesse na tecnologia, portanto, está em torno das permissões. “Trata-se de um protocolo que não pode ser corrompido. É uma nova arquitetura que não poderíamos fazer no passado e que pode ser validada por todos e não mais apenas por uma instituição, como o banco”, reiterou, apontando que certamente a tecnologia revolucionará o mercado tanto quanto a internet.

Depois de passar um tempo discorrendo sobre o tema criptomoedas, Ito falou sobre outro assunto que divide opiniões: a evolução da inteligência artificial (AI, na sigla em inglês). Para ele, que comanda um dos centros mais conectados com as novidades do mundo e está à frente de inovações como a tela sensível ao toque, a inteligência artificial será ainda mais poderosa e inteligente nos próximos anos. “No MIT, falamos da inteligência estendida. Não necessariamente melhor, mas mais humana no seu core”, observou.

Mudança na educação

Um dos segmentos que será revolucionado pela AI, afirmou ele, é a educação. Ele lembrou que o sistema educacional pouco mudou nos últimos cem anos. Há o professor ensinando uma disciplina, seus alunos lendo centenas de livros e por aí vai. “Criamos um sensor em uma luva para mensurar como o cérebro se comporta em diversas situações do cotidiano. Na escola, ele fica flat”, apontou.

Ele, então, falou sobre a evolução do ensino para o aprendizado criativo, que busca o conhecimento ao ouvir pessoas por meio de projetos e, mais do que isso, incentiva a busca por paixões nas pessoas. “Nas escolas não é assim que funciona. Primeiro os livros. Não se mede a paixão”, provocou ele, gerando uma verdadeira reflexão sobre o tema.

*A jornalista viajou a Anaheim, na Califórnia, a convite da Teradata

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