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As principais competências para um líder enfrentar a atual crise causada pelo coronavírus

Conforme a preocupação com o aumento de casos do coronavírus no Brasil, empresas correm para adaptar suas atividades e seu formato de trabalho, proteger seus colaboradores e manter os negócios ativos. Quando uma crise econômica e de saúde pública se alastra no mundo, líderes precisam agir rapidamente com medidas para a proteção de seus colaboradores e contenção da doença, mas também definir plano de contingência, soluções para eventuais perdas de produtividade dos profissionais em home office, paralisar turnos e plantas, rever metas e projetos.

“É preciso cuidar dos colaboradores e evitar que o vírus se espalhe ainda mais rapidamente. Ter consciência para não subestimar o problema, mas avaliar as possibilidades de cada empresa. Como continuar a entregar bons resultados, sem prejuízo à saúde?”, aponta David Braga, CEO headhunter da Prime Talent.

Seja por decreto ou iniciativa das própria empresas, a situação leva a mudanças drásticas nas estruturas de trabalho. “A gente vem de um histórico de crise que já assolava o país, que já fazia as empresas se reinventarem ao longo do tempo, agora que estávamos tomando fôlego nos deparamos com essa calamidade mundial. Então, os líderes vão ser ainda mais exigidos em relação aos soft skills. Eles terão ter que resguardar os dois lados, o pessoal e o corporativo”, alerta Braga.

Para o executivo, o cenário atual exige dos líderes competências como capacidade para tomada de decisão, comunicação, criatividade e resiliência.

Tomada de decisão

“Alguns ainda estão pagando para ver e a demora para tomada de decisão pode levar uma empresa a falência”, ressalta. Segundo o especialista, ainda não conseguimos ver para onde essa crise vai nos levar ou quanto tempo irá durar, por isso é essencial uma ação imediata para tomada de decisão e gestão das pessoas e das atividades, sobretudo devido ao risco eminente. É importante que o líder analise a estrutura da corporação para definir quem fica e quem vai para casa, enquanto ainda não existem determinações oficiais neste ponto.

Ele lembra que nem todas as funções permitem o trabalho remoto, por isso, é importante determinar os grupos de trabalho de forma que a empresa não precise parar, porém que mantenha seus colaboradores seguros.

Criatividade

“Como é algo que é a primeira vez que vivenciamos com essa abrangência global, vai exigir muita capacidade criativa de inovação. Quando falamos de inovação e disrupção não tem a ver com tecnologia, mas sim criar novos caminhos, passagens alternativas para driblar essa crise, que como toda crise, é inesperada. Afeta a economia, as empresa e a própria vida das pessoas”, explica Braga. Ele lembra que o objetivo é fazer com que as perdas sejam as menores possíveis.

Como nem todos poderão trabalhar de casa, Braga sugere que as empresas criem maneiras de monitorar os colaboradores, seja através dos gestores ou da equipe de Recursos Humanos, de maneira que os mantenha – aqueles que possível – engajados com atividades da empresa, como treinamento de capacitação, revisão de planos estratégicos, alinhamento de expectativas e etc.

“A área de RH precisa acompanhar esses profissionais, pois eles podem estar angustiados em casa, com ansiedade, depressão e etc. O RH tem um papel estratégico de criar ações para acompanhar esses profissionais, pois não sabemos quanto tempo isso vai durar”, orienta. Ele recomenda chamadas pelo WhatsApp, videochamadas, e outras alternativas que melhorem a comunicação entre os pares – outro ponto destacado pelo profissional.

Comunicação

É importante que os líderes sejam claros, atualizem a equipe e abram o canal para comunicação com o seu time. Braga diz que esta é a chance de ouvir ideias inovadoras de diferentes colaboradores, até mesmo dos não-líderes que podem surgir com saídas interessantes para a organização. “Para isso vai ser exigido uma comunicação de forma fluida e transparente para que se possa alinhar às reuniões e tomadas de decisão”, afirma.

Braga lembra também a importância de manter uma comunicação clara com todo os stakeholders da organização para que todos tomem consciência dos fatos e das ações de contingência sendo realizadas para empresa e suas possíveis consequências. “É o momento de pensar coletivo”, enfatiza.

Ele reforça a importância de os profissionais atuarem com um grande controle emocional e de persuasão, além de serem transparentes e desenvolverem ações para garantir a boa comunicação de todos os novos processos com os colaboradores e clientes.

Resiliência

“Liderar é isso, você ter resistência para passar essa fase de forma otimista, trazer proposições. Tomar decisões, ainda que impopulares. O líder precisa ter maturidade emocional”, afirma. “É no caos que se formam novos líderes, que por vezes não estão no papel estipulado de liderança”, complementa Braga. O líder precisa motivar, engajar e manter a equipe otimista em relação à crise, mesmo que esteja tão preocupado quanto os outros.

“Esse é o momento para, enquanto seres humanos, parar e refletir quais as escolhas que estamos fazendo, repensar nossos caminhos e valores. O momento de parada também serve como um momento de autoconhecimento”, finaliza.

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