Arquitetura de entrega de aplicações precisa ser repensada, aponta Gartner

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8:01 am - 19 de novembro de 2014
Arquitetura de entrega de aplicações precisa ser repensada

À medida que o fluxo de tráfego de aplicações é desfragmentado
por novos padrões de entrega, os arquitetos de infraestrutura são desafiados por
requisitos de velocidade e segurança, o que pode levar a uma transformação na
forma centralizada como a distribuição é realizada hoje.

Desse modo, o instituto de pesquisas Gartner evidencia como novas arquiteturas de
aplicações estão mudando os padrões de tráfego de rede. A consultoria prevê que
até 2018, pelo menos três serviços de rede surgirão no mercado contendo
especificamente recursos de entrega de aplicações, distribuição do tráfego
global, otimização e funções de segurança.

Para facilitar a adição de recursos de segurança e entrega,
todo o acesso às aplicações tradicionais é baseado em um modelo em que o data
center é o centro de todos os fluxos de tráfego, como pontua Joe Skorupa,
vice-presidente e analista do Gartner.

“As novas arquiteturas de aplicações estão alterando esses
padrões de tráfego de rede, levando controladores de entrega de aplicativos
(ADCs), controladores de otimização de rede de WAN (WOCs) e dispositivos de
segurança da aplicação para fora do fluxo de dados, forçando arquitetos de
infraestrutura a repensarem a estratégia de entrega de aplicações para incluir serviços
baseados na nuvem”, explica o analista.

Assim, o Gartner identifica três padrões emergentes no
acesso às aplicações:

1. Acesso dos usuários remotos direto aos serviços de nuvem, ignorando
a WAN corporativa (incluindo controlador de otimização WAN [WOCS]) e o centro
de dados (incluindo ADCs e gateways da web seguros [GTS]).

2. O acesso de dispositivos
móveis e apps diretamente ao serviço móvel do provedor de rede, ignorando a WAN
corporativa (incluindo WOCS) e indo para o data center da empresa ou de
terceiros.

3. O acesso de aplicações baseados em navegador diretamente a
múltiplas fontes de dados dentro e fora do data center corporativo para agregar
conteúdo. Como consequência, essas aplicações ignoram a WAN corporativa (WOCS
e ADCs), em direção a porções de dados de aplicações. 

Os dois primeiros padrões refletem como as arquiteturas tradicionais
de aplicação foram modificadas pelo acesso direto à internet por meio de
dispositivos para melhorar o desempenho e descarregar a WAN corporativa,
descreve a empresa de consultoria e pesquisa.

Já o terceiro, traduz um novo estilo de aplicação, no qual o
navegador absorve grande parte da funcionalidade do servidor web – o navegador,
por meio do uso de HTML5 e JavaScript, agora agrega conteúdo –, o que descentraliza
as funções do data center em componentes de aplicações distribuídas. Ele também pode ignorar serviços SWG, de modo que a lógica voltada
para a aplicação no navegador torna-se o ponto de junção, permitindo também conexões
sólidas com serviços externos.

Segurança X entrega

Para o Gartner, esse pode ser o pior cenário para os profissionais
especializados na entrega de aplicações, já que agora eles se tornam responsáveis
pela segurança e desempenho de apps que acessam data centers, serviços e redes
que estão além de seu controle. E esse é só o começo, pois a Internet das
Coisas vai agravar esse quadro.

Diante disso, a consultoria recomenda uma mudança de foco: do
modelo de dispositivos físicos alocados para aplicações específicas para um capaz de tirar proveito de elementos físicos, virtuais e residentes na nuvem
preparado para suportar um ambiente centralizado tanto no disposto, quanto no
browser e na nuvem.

Essa mudança permitirá que as capacidades de entrega de
aplicações sejam inseridas onde e quando fizerem sentido. Nesse contexto, a
integração de equipes de segurança e aplicação torna-se fundamental, à medida
que modelos de entrega se convergem e a consolidação funcional tem continuidade.

A consultoria enxerga que os provedores de segurança vão
adquirir capacidades de entrega de aplicações, enquanto provedores de entrega
de aplicações continuarão a reforçar capacidades de segurança, sendo que esse
movimento pode acontecer por meio de esforços internos, parcerias ou aquisição.

“É necessária uma abordagem coerente única para avaliar
essas ofertas e garantir que as capacidades adequadas sejam adquiridas com o
melhor preço. Tornar as equipes de segurança e de entrega de aplicações corresponsáveis
pela decisão aumenta as chances de melhores resultados”, pontua o Gartner. 

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