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Aprender rápido é a chave para a transformação digital

Já havia se tornado praticamente uma receita de sucesso a máxima de que o segredo para a inovação consiste em errar rápido para iniciar um processo de evolução que leve as empresas a encontrar formas diferentes de satisfazer o desejo dos clientes por experiências surpreendentes de consumo. Mas, como quase tudo na era da quarta revolução industrial, este conceito também acaba de ser ultrapassado.

Em sua palestra, que abriu as atividades do Auditório CESAR na 19ª edição do maior evento de gestão da América Latina – a HSM Expo – o Chief Design Officer do centro de inovação Eduardo Peixoto rompeu com este paradigma e afirmou que o foco da transformação digital deve ser aprender a aprender muito rapidamente. Só assim será possível se adaptar melhor e conseguir sobreviver com protagonismo nos novos tempos.

Após relembrar rapidamente a evolução do mundo dos negócios desde o surgimento da internet, passando pelo estouro da bolha e o surgimento dos blogs, das bibliotecas participativas, dos trabalhos compartilhados e do Orkut, Peixoto ressaltou que dois fatores contribuíram para a aceleração vertiginosa nos processos de transformação digital: o amadurecimento do mercado em relação às potencialidades da rede e a redução do custo dos equipamentos.

E nos tempo atuais, para realizar esta transformação de forma eficiente, Peixoto advertiu sobre a necessidade de observar os oito eixos que o CESAR considera fundamentais, que são: Cultura e Pessoas, Consumidores, Concorrência, Inovação, Processos, Modelo de Negócios, Dados e Aspectos Regulatórios; e Tecnologia.

Cultura e Pessoas constituem os principais desafios para a inovação

Entre todos estes aspectos, segundo o especialista, a principal barreira para a inovação se encontra justamente na aculturação das pessoas. Ele afirma que a tecnologia consegue mudar bem mais rápido do que os indivíduos.

“Nem sempre somos capazes de entender o que a tecnologia pode fazer por nós”, diz. Ele comenta que uma empresa que nasce nesta época atual já está digitalizada. Seus gestores estão falando para pessoas como eles mesmos. Já as empresas tradicionais estão falando para outro público. E é um público que muitas vezes eles não conhecem.

“As empresas estabelecidas não têm este público jovem dentro de seu corpo diretivo e nem de colaboradores. Então elas têm que trazer esse público para suas equipes. E isso não acontece só no Brasil. Uma pesquisa recente mostrou que 72% das 70 maiores empresas tem um corpo diretivo que não entende totalmente as possibilidades que a tecnologia oferece”, disse.

Outras perguntas que ele orientou a ser feitas foram: Como vamos capturar os dados? O que vou fazer com eles? Como eu vou cuidar dessas informações?

No passado, a indústria automobilística, por exemplo, se baseava em engenheiros mecânicos e engenheiros eletrônicos para desenvolver inovações. Agora elas vão precisar de cientistas de dados.

“Tem que trazer esse talento para dentro da organização e reter. Não é um processo que vai acontecer da noite para o dia. Vai demorar anos e eu creio que depois que ele comece, talvez não termine nunca,” disse.

É necessário saber onde a empresa está e a distância para chegar aonde deseja

Por fim, considerando todos estes aspectos, na opinião de Peixoto as empresas terão três caminhos como opção a seguir:

O primeiro é permanecer atuando numa perspectiva analógica, que pode funcionar dependendo do propósito estabelecido por seus gestores.

O segundo trajeto leva na direção de uma atuação totalmente digital, o que também não consegue contemplar a totalidade das possibilidades – já que a maioria das atividades acaba exigindo também um contato humano e real.

Já a terceira alternativa é a que mais se aproxima do ideal no que se refere às potencialidades da transformação digital, justamente por conseguir unir as duas primeiras propostas.

“Naturalmente vai acontecer uma hibridização que unirá o real com o virtual, e quem souber coordenar isso vai ter maior vantagem nessa transformação”, disse.

Este cenário leva as companhias à necessidade de uma profunda e urgente análise. “Estamos vivendo uma transição e por isso é preciso saber aonde queremos chegar. Também precisamos investigar em que nível de maturidade estamos e qual o patamar de conhecimento da empresa sobre esta realidade”, declarou.

Neste aspecto o Índice CESAR de Transformação Digital presta um suporte fundamental ao apresentar exatamente onde a empresa está e a distância para que ela chegue onde deseja.

“A transformação digital já está aí e é para todo mundo. Se a empresa já viveu 160 anos ela tem que se preparar para os próximos 160. Por isso, não pense em falhar rapidamente, mas sim em aprender muito rapidamente. Assim a empresa vai se adaptar melhor e conseguir sobreviver”, concluiu.

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