Apps: conheça iniciativas para entregadores e motoristas durante pandemia

Durante pandemia, plataformas de mobilidade urbana e delivery lançam iniciativas para beneficiar entregadores e motoristas

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8:00 am - 12 de maio de 2020
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Além de setores como saúde, assistência social e segurança, também são considerados serviços essenciais aplicativos de transporte e delivery. Por isso, mesmo durante a pandemia, trabalhadores cadastrados em plataformas como Uber e iFood continuam exercendo suas atividades diariamente.

Desde o surgimento destas modalidades, a quantidade de pessoas credenciadas para a rede de aplicativos de mobilidade urbana e delivery só aumentou. Apenas na cidade de São Paulo, são cerca de 220 mil motoboys, a maioria deles trabalha com apps de entrega como iFood, Rappi ou Loggi. Para mobilidade, a realidade não é diferente: só no Brasil, a Uber possui mais de 1 milhão de motoristas credenciados.

O IT Forum 365 conversou com algumas plataformas para entender quais atitudes estas empresas tomaram para preservar a saúde de seus motoristas, motoboys, clientes e parceiros, a fim de prevenir o contágio de COVID-19.

Rappi

A startup colombiana afirma que tem seguido as recomendações das autoridades sanitárias e comunica diariamente seu ecossistema de entregadores, usuários e estabelecimentos, para que sigam instruções de segurança durante todas as entregas.

Para os entregadores, a Rappi criou uma campanha de educação, orientando os entregadores sobre medidas sanitárias para evitar o contágio da doença. Desde março, os clientes têm a opção “entrega sem contato”, em que o entregador deixa o pedido na porta, para evitar proximidade física.

Além disso, todos os entregadores parceiros receberam kit de higiene, com álcool em gel e máscaras, assim como procedimento de uso dos itens. Nas dark kitchens – cozinhas compartilhadas por restaurantes da plataforma -, foram desenhadas faixas de distanciamento para manter uma distância mínima entre cozinha e entregadores. Em comunicado, a Rappi afirma também realizar a desinfecção e sanitização de motos, carros, bicicletas e bags de delivery.

Também foi desenvolvido, no aplicativo do entregador, um botão para que ele notifique a Rappi caso apresente sintomas de COVID-19. Assim, o trabalhador deixa de prestar serviços imediatamente e pode receber apoio financeiro da Rappi por um período de 15 dias, em que a pessoa cumprirá a quarentena. No país, o fundo é gerido pela Cruz Vermelha Brasileira.

99

A 99 e a 99Food, empresas que integram a global Didi Chuxing, anunciaram iniciativas para prevenção e combate do COVID-19, tanto para motoristas e entregadores quanto para parceiros. Uma delas foi a doação de R$10 milhões da 99, pelo fundo 99Mobiliza, para ações nacionais de combate à doença. Para usuários da plataforma e a sociedade em geral, a 99 também criou iniciativas.

Em Manaus – cidade com maior taxa de incidência e de mortalidade da doença no país – e em São Paulo, a 99 oferece a enfermeiros e médicos corridas para hospitais, reduzindo o risco de contato destes profissionais. Puérperas de maternidades públicas de São Paulo e Goiânia também recebem corridas gratuitas para casa após a alta hospitalar. O objetivo da ação é beneficiar mais de 6 mil mães.

Para reduzir os impactos financeiros da pandemia para os trabalhadores cadastrados na plataforma, corridas realizadas para o poder público são repassadas com valor integral para o motorista. “Pesquisa da Fipe em 2019 identificou que a renda gerada pela plataforma mais os gastos das famílias impactaram em R$ 12,3 bilhões o PIB nacional, o que representa mais de 108 mil empregos. Manter a renda dos motoristas que continuam trabalhando pode ter impacto positivo e relevante na economia do país”, diz a empresa.

Nas próximas semanas, a plataforma também espera concluir a entrega de 550 mil máscaras laváveis para os motoristas parceiros.  Globalmente, a chinesa Didi criou um fundo de US$ 10 milhões para ajudar financeiramente motoristas e entregadores parceiros que sejam diagnosticados com COVID-19 ou colocados em quarentena pelo médico em seis países onde atua.

99Food

O fundo da Didi Chuxing também engloba os entregadores da 99Food, empresa de delivery de alimentos que atua em cerca de 20 cidades brasileiras.  Dentro da plataforma, os clientes que oferecem gorjetas aos entregadores parceiros, terão o valor duplicado pela 99Food, que repassará semanalmente os valores para os trabalhadores.

Para os restaurantes, a 99Food também desenvolveu algumas iniciativas. Além de apoiar os pequenos negócios, colocando-os em destaque da plataforma, os restaurantes cadastrados no aplicativo receberam lacres de segurança, para proteger os alimentos durante a entrega.

iFood

Com a recomendação de isolamento social por grande parte dos estados brasileiros, o iFood viu a demanda de seus serviços aumentar nas últimas semanas. “m um momento como este, o foco da empresa é cuidar das pessoas e seus parceiros. Se isso representar fazer mais entregas, será uma consequência e não uma oportunidade”, afirma um comunicado da empresa do grupo Movile.

Atualmente, são 160 mil restaurantes operando na plataforma, em 1.000 cidades brasileiras. Em março, o iFood chegou à marca de 170 mil entregadores. Para os pequenos estabelecimentos, o iFood destinou R$50 milhões de sua receita na forma de um fundo de assistência a restaurantes. Em comunicado, a empresa afirma já ter repassado 31% deste valor a empreendedores, ou seja, R$15,6 milhões. Em parceira com a Rede, há também um plano de adiantamento de recebíveis, que prevê injetar R$2,5 bilhões em adiantamento para restaurantes.

Para os milhares de entregadores pelo Brasil, o iFood criou em março um fundo de R$2 milhões para apoio a quem apresentar sintomas ou estiver infectado por COVID-19. Neste caso, os entregadores recebem valor do fundo solidário durante um período de 14 dias de quarentena e são inativados da plataforma por este período. O fundo também é dedicado a proteção de entregadores com mais de 65 anos ou em do grupo de risco.

“Os entregadores com mais de 65 anos já tiveram a conta automaticamente inativada durante 30 dias e estão recebendo do fundo um valor baseado na média dos seus repasses nos últimos 30 dias. Os demais grupos de risco precisam entrar em contato pelos canais oficiais para solicitar o acesso aos valores do fundo, mediante comprovação das condições pré-existentes”, explica.

Em parceria co ma AVUS, o iFood visa disponibilizar um plano de vantagens em serviços de saúde para os entregadores. Assim, estes profissionais terão descontos de até 80% em uma rede credenciada de clínicas, laboratórios e farmácias. A parceria inclui até um dependente por entregador, sem a necessidade de vínculo familiar. A medida está em vigor desde o início de abril e tem duração de três meses.

Em março, a plataforma iniciou a distribuição de álcool em gel para os motoboys e, em abril, das máscaras. O deslocamento do entregador até a retirada do kit é pago pelo iFood, como um trecho de entrega. As gorjetas entregues entre os dias 1º e 30 de abril também foram dobradas pela plataforma.

Uber

Uma das maiores plataformas de mobilidade do mundo, a Uber está trabalhando em conjunto com um epidemiologista para oferecer orientações a motoristas, usuários e parceiros. Desde o início da quarentena, a Uber suspendeu a função “Uber Juntos” da plataforma. Os patinetes de São Paulo e Santos também não estão disponíveis atualmente.

Os motoristas ou entregadores que fore diagnosticados com COVID-19 ou que estiverem em grupos de risco podem solicitar assistência por até 14 dias, mediante a atestado médico que solicite quarentena. Para os suprimentos de limpeza dos carros, os motoristas podem também solicitar reembolso de itens comprados, como álcool em gel e máscaras.

Assim como outras plataformas, a Uber está dobrando o valor das caixinhas dos usuários para os motoristas. Em uma parceria com o Vale Saúde Sempre, a empresa disponibiliza descontos em consultas médicas em uma rede de atendimento privada. Outra parceria de saúde para os motoristas é com o Hospital Israelita Albert Einstein, o Einstein Conecta, que oferece consultas online a mais de 1 milhão de motoristas.

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