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Apoio familiar e conectividade desafiaram alunos brasileiros na pandemia

Pais e responsáveis têm dificuldades para orientar e apoiar alunos em atividades escolares remotas, o que tem dificultado a educação e a realização de atividades pedagógicas desde o início da pandemia de COVID-19. É o que apontam 93% dos gestores escolares do Brasil, segundo a pesquisa TIC Educação 2020, revelada nesta terça (31) pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Os dados também indicam falta de dispositivos, incluindo computadores e celulares, e falta de acesso à internet de qualidade nos domicílios dos alunos como desafios mais citados pelos gestores escolares (86%).

Em 65% das instituições escolares o atendimento de alunos em condição de vulnerabilidade social também foi citado como desafio. O percentual foi ainda maior em escolas na região Norte (73%), escolas municipais (77%) e estaduais (74%), e entre aquelas localizadas em áreas rurais (73%).

Leia também: Ipea: só 11% da população ocupada trabalhou remotamente em 2020

“Os dados desta edição da pesquisa mostram claramente que escolas, educadores, pais e alunos buscaram formas de se adaptar ao novo cenário, enfrentando problemas de infraestrutura e conectividade para seguir com as atividades pedagógicas durante a pandemia”, diz em comunicado Alexandre Barbosa, gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), que conduziu o estudo.

A metodologia utilizada nessa edição teve que ser adaptada às limitações impostas pela pandemia. Foi realizada por entrevistas telefônicas com gestores de escolas públicas (municipais, estaduais e federais) e de escolas particulares em áreas urbanas e rurais.

Enfrentamento da crise

Para impedir que as atividades pedagógicas parassem durante a pandemia, 93% das instituições de ensino disseram ter implementado estratégias de agendamento para que pais e responsáveis retirassem atividades e materiais pedagógicos impressos na escola. Outros 91% disseram ter criado grupos em aplicativos ou redes sociais, como WhatsApp ou Facebook, para se comunicar com alunos ou pais e responsáveis.

Em 62% das escolas, a parceria com líderes comunitários para comunicação com as famílias, e o envio de materiais didáticos aos alunos foram medidas adotadas. Tal estratégia é citada em maior proporção por escolas rurais (71%) e entre as escolas localizadas em municípios do interior (63%).

Tecnologias e atividades remotas

Outro recurso digital bastante utilizado pelas escolas para atividades pedagógicas durante esse período foram as aulas em vídeo gravadas e disponibilizadas aos alunos, conforme 79% das escolas. O uso deste recurso apresentou menores proporções em escolas das regiões Norte (49%) e Nordeste (77%), em escolas localizadas em áreas rurais (59%), entre as escolas municipais (70%) e entre as escolas menores, com até 50 alunos matriculados (63%).

O uso de ambientes ou plataformas virtuais de aprendizagem como recurso de apoio à continuidade das atividades pedagógicas durante a pandemia foi bastante citado por escolas estaduais (80%) e particulares (75%), percentual esse que entre as escolas municipais foi de 42%. Escolas localizadas em áreas urbanas (70%) também apresentaram proporções mais altas de uso destes recursos.

Conectividade nas escolas

Segundo a TIC Educação 2020, 82% das escolas possuem acesso à internet, percentual que sobe para 98% entre escolas de áreas urbanas, enquanto em áreas rurais é de 52%. Escolas particulares (98%) e estaduais (94%) apresentam maiores proporções em comparação com as escolas municipais (71%).

Escolas com menor número de alunos matriculados também apresentam menores proporções de acesso à rede: 69% entre aquelas que possuem de 51 a 150 matrículas e 55% entre as escolas com até 50 matrículas.

Grande parte das escolas possuem computadores de mesa (91%) ou computadores portáteis (79%) em funcionamento. Já a presença de tablets é menor: 21% contam com este tipo de dispositivo em funcionamento. Menos em escolas localizadas em áreas rurais (76% delas possuem computador de mesa e 65% possuem computador portátil, 37% não contam com nenhum dispositivo).

Mais da metade das escolas receberam computadores novos nos últimos cinco anos (57%), sendo que em 23% das escolas os dispositivos foram atualizados há menos de um ano.

Realizada entre os meses de setembro de 2020 e junho de 2021, a pesquisa realizou entrevistas telefônicas com 3.678 gestores de escolas públicas (municipais, estaduais e federais) e particulares. Ao todo, foram entrevistadas 2.009 escolas localizadas em áreas urbanas e 1.669 escolas localizadas em áreas rurais.

A lista completa de indicadores obtidos pode ser visto no site do Cetic.br.

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