Notícias

Aplicativo macOS Server pode estar com os dias contados

A Apple pode ter abraçado o mercado profissional pelo lado do hardware do Mac com o lançamento recente do iMac Pro e um possível novo Mac Pro a caminho, mas o lado do software… bom, é uma história um pouco diferente.

Sem alarde, um post feito pela Apple no mês passado em seu site de suporte revelou que a companhia está diminuindo significativamente as habilidades do seu pacote macOS Server, um software add-on que custa US$ 20 e transforma o seu Mac em um servidor completo. Entre os recursos retirados estão hospedagem na web e de-mail, redes VPNs e mais.

A empresa diz que está mudando o foco do macOS Server para “gerenciamento de computadores, aparelhos e armazenamento na sua rede”. Ou, em outras palavras, gerenciar todos os seus outros aparelhos Apple.

De qualquer forma, é uma pena por diversas razões, especialmente pelo fato do macOS ser uma opção de servidor de rede poderosa (e talvez um tanto desconhecida). Como alguém que já teve problemas para rodar servidores no passado, ficarei triste com o fim do macOS Server – mas não exatamente surpreso.

macOS Server: um breve histórico

A versão moderna do Server, na verdade, tem origem antes do próprio Mac OS X – o Mac OS X Server 1.0 foi lançado em 1999, dois anos antes do do OS X chegar aos usuários finais.

Por um longo tempo depois disso, o Mac OS X Server era um produto totalmente separado que você precisava comprar separadamente – e por um preço bem salgado. A versão Leopard do Server, lançada em 2007, por exemplo, custava 999 dólares na época. Por um valor desses, pouquíssimos consumidores que não fossem profissionais de TI estavam realmente dispostos a desembolsar isso tudo pelo produto.

Após isso, no entanto, o valor caiu drasticamente – pela metade na versão Snow Leopard. Com o Lion, o preço caiu para apenas 50 dólares, e, em vez de ser uma instalação completamente separada, passou a ser um pacote de ferramentas que o usuário adicionava em uma instalação padrão do sistema. Desde o Mountain Lion, o preço caiu para apenas 20 dólares, e o produto então foi transformado no app Server, disponível por meio da loja Mac App Store.

Por esses valores mais recentes, era mais do que razoável que mesmo um usuário casual investisse no app, mesmo que fosse utilizar as suas funções de forma limitada. Mas esses testes me levaram a algumas áreas em que o macOS Server era realmente uma ferramenta fenomenal para usuários casuais.

macOS Server: a minha história

Cheguei relativamente tarde ao macOS Server. Há muitos anos, quando ainda era um desenvolvedor web, passava meu tempo testando ambientes no meu computador pessoal. Havia pacotes para instalar facilmente ferramentas como a base de dados mySQL, além dos serviços existentes de hospedagem na web que a Apple incluía originalmente no OS X.

Mas ferramentas mais complexas estavam um pouco fora da minha área de conhecimento. Então quando eu quis configurar uma VPN no meu Mac Mini, acabei indo para o app do Server. Com relativamente pouca intervenção pela linha de comandos, pude configurar um caminho seguro de volta para a minha rede residencial para quando estivesse viajando. (Sim, o recurso Back to my Back, embutido no macOS, deveria fornecer recursos similares, mas é conhecidamente pouco confiável.)

A interface de usuário do Server para gerenciar uma VPN era surpreendentemente simples, colocando uma espécie de capa nas ferramentas que de outra forma poderiam ser complexas.

macOS Server: o futuro

Agora que essas ferramentas estão de saída, o que vem a seguir? Como o meu colega da Macworld Jason Snell afirmou em uma conversa recente sobre o assunto, a presença da Apple nesta área provavelmente era o bastante para impedir que outras empresas criassem ferramentas amigáveis para esses serviços. Afinal de contas, por que investir no mercado se a própria Apple está vendendo a funcionalidade por um preço baixo? Talvez outras companhias voltem a olhar para esse segmento agora que a Apple não está mais no jogo.

Enquanto isso, algumas ferramentas que costumavam estar disponíveis apenas no Server – como Content Caching, que tenta evitar que você baixe os mesmos dados diversas vezes em diversos aparelhos – foram levadas para a versão do sistema para usuários finais. Mas outras ferramentas, como hospedagem na web ou VPNs, não parecem estar seguindo o mesmo caminho.

Pelo lado positivo, apesar de a Apple ter depreciado as ferramentas, elas continuarão a funcionar no futuro próximo desde que continuem habilitadas. Apenas não espere por nenhum recurso novo.

Pessoas irritadas com a decisão veem o movimento como um abandono do mercado de servidores de rede pela Apple. E provavelmente é isso mesmo. A Apple claramente não quer mais passar tempo nessa arena; a empresa prefere voltar os seus esforços para profissionais para os softwares criativos como Logic Pro e Final Cut Pro. A boa notícia é que, enquanto o macOS for baseado no Unix, tarefas do tipo ainda serão possíveis – apenas não de uma maneira tão amigável.

Recent Posts

Novos executivos da semana: Dahua, Rimini Street, Arcserve e mais

O IT Forum traz, semanalmente, os novos executivos e os principais anúncios de contratações, promoções e…

20 horas ago

Sustentabilidade x IA: emissões da Microsoft sobem 30%

A Microsoft está enfrentando críticas após um relatório revelar um aumento alarmante em suas emissões…

21 horas ago

Centroflora integra e monitora ambientes industriais e automatiza manutenções

O Grupo Centroflora é um fabricante de extratos botânicos, óleos essenciais e ativos isolados para…

22 horas ago

8 oportunidades de vagas e cursos em TI

Toda semana, o IT Forum reúne as oportunidades mais promissoras para quem está buscando expandir…

24 horas ago

Fraudes: 58% das empresas dizem estar mais preocupadas no último ano

Um estudo divulgado na segunda-feira (13) pela Serasa Experian mostra que a preocupação com fraudes…

1 dia ago

82% dos ataques via USB podem interromper operações industriais

A Honeywell divulgou essa semana a sexta edição de seu Relatório de Ameaças USB de…

1 dia ago