Agricultura da informação: dados são vitais para evitar fome global no futuro

Ítalo Consentino, da Hitachi Vitara, elencou tecnologias que podem ampliar produtividade no campo durante o IT Forum Expo 2018

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10:08 am - 18 de outubro de 2018
Ítalo Cocentino, da Hitachi Vantara

Agricultura de precisão é um conceito ultrapassado diante do avanço da transformação digital, e só a chamada agricultura da informação, que utiliza dados para ampliar a produtividade, é capaz de suprir as necessidades de alimentos do mundo para o próximo século. Essa é a tese da Hitachi Vantara, subsidiária da gigante japonesa Hitachi, que esteve no palco Nação Digital do IT Forum 365 nesta quarta-feira (17/10).

“Agricultura e tecnologia precisam andar de mãos dadas, sempre juntos”, disse Ítalo Consentino, diretor-consultor técnico da empresa.

Segundo o especialista, nos últimos anos houve um aumento de ingestão calórica da população mundial – muito embora a produção de alimentos atual seja suficiente para alimentar a todos os seres humanos, a má distribuição ainda gera escassez. No entanto as pessoas estão vivendo cada vez mais e, ao mesmo tempo, se alimentando melhor.

O ponto de inflexão vai ocorrer pouco depois de 2040 – teremos mais calorias consumidas do que disponíveis globalmente. Em 2050 a população mundial será de 9,3 bilhões.

Em suma, é preciso produzir mais alimentos. O problema é que a área cultivável no planeta atualmente é limitada em 8,2%, enquanto 27,3% são usados como pastagem. A pecuária intensiva em espaços limitados pode aumentar um pouco a área agrícola, mas isso não evita a necessidade de pensar em mais eficiência.

“A agricultora de alta produção é afetada por um monte de variáveis. Cada uma delas exige intervenções humanas que tem ao seu lado tecnologias”, ponderou Consentino. “Todos esses fatores geram dados: clima, solo etc.”

Casos de uso

O uso de sensores tem se firmado no campo como uma grande tendência para geração de dados (os chamados streamers) e obtenção de insights. Sensores podem ser aplicados em itens bastante inusitados: um projeto da Hitachi citada pelo especialista colocou sensores RFID minúsculo em abelhas como prova de conceito para mapear o deslocamento e distribuição de colmeias. Sensores em matrizes reprodutoras de gado também são ricas fontes de dados.

Drones também tem simplificado o monitoramento e a vigilância de grandes áreas de cultivo. Eles dispensam deslocamento físico de pessoas, e embora exijam uma infra de vídeo e comunicações sofisticada, também abrem as portas para o videoanalytics e a tomada de decisões mais precisa.

Videoanalytics, aliás, é um mercado muito rico a ser explorado, disse o consultor da Hitachi. É uma tecnologia que permite, entre outras coisas, identificar problemas de forma rápida, gerando aprendizado não só para a próxima colheita, mas também correções para plantações ainda em desenvolvimento.

“Todos estes componentes podem ser produzidos e servir para informações estratégicas. Todo mundo tem falado de Big Data e esquece dos sensores, esses sim capazes de prover uma enxurrada de informações que precisam ser processadas de forma eficiente”, reiterou Consentino, sem esquecer dos desafios de infraestrutura impostos pelo campo para este tipo de aplicação. Conectividade, principalmente, mas também data centers e sensores, entre outros.

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