Abordando cibersegurança e mudanças climáticas para uma sociedade sustentável
Tecnologia desempenha papel no combate às mudanças climáticas globais, o que torna a cibersegurança imperativa
Nossa sociedade enfrenta desafios significativos com os quais devemos lidar rapidamente para evitar alterações que podem impactar vidas. A primeira é a mudança climática, que representa um risco para o nosso planeta físico. De acordo com o Relatório de Riscos Globais de 2022 do Fórum Econômico Mundial, a atual crise climática continua sendo o desafio de longo prazo mais significativo da humanidade. A segunda é a segurança cibernética, que se tornou uma ampla questão de sustentabilidade, ameaçando nossa sociedade conectada e a economia digital da qual indivíduos, organizações e nações agora dependem.
Embora essas questões possam parecer muito diferentes, de acordo com a “Declaração para o Futuro da Internet” (recentemente emitida pelos Estados Unidos e mais de 60 países e parceiros signatários), a tecnologia desempenha um papel fundamental no “combate às mudanças climáticas globais”, o que, por sua vez, torna a segurança da tecnologia ainda mais urgente.
Felizmente, as abordagens para enfrentar esses desafios são notavelmente semelhantes. Eles incluem mudanças de comportamento, financiamento da inovação, estabelecimento de normas rigorosas e viáveis e promoção da colaboração entre setores e interesses.
Motivar a mudança de comportamento por meio da conscientização
Uma das maiores barreiras para enfrentar esses desafios é a natureza humana. Portanto, o primeiro passo para abordar essas questões é mudar comportamentos, e isso é feito por meio da conscientização.
Mudança climática |
Cibersegurança |
| O conhecimento ajuda as pessoas a entenderem as causas e consequências do aquecimento global e as incentiva a mudar seu comportamento. Uma pesquisa recente perguntou a mais de 3.000 pessoas em oito países sobre sua consciência sobre as mudanças climáticas. Mesmo durante a pandemia, 76% dos entrevistados afirmaram que as questões ambientais eram iguais ou mais preocupantes do que as questões de saúde. E 70% disseram estar mais conscientes agora (do que antes da covid-19) de que a atividade humana ameaça o clima e que a degradação ambiental ameaça os seres humanos. Eles também expressaram seu compromisso de mudar seu comportamento para apoiar uma estratégia de sustentabilidade.
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O passo mais importante no combate aos ataques cibernéticos é melhorar nossa primeira linha de defesa. De acordo com o Relatório de Investigações de Violação de Dados de 2021 da Verizon, 85% das violações de dados se devem a erro humano. Abrir um anexo de e-mail malicioso, esquecer de alterar uma senha, desconfigurar um dispositivo ou não aplicar uma atualização ainda são as maneiras mais comuns pelas quais os invasores acessem uma rede. Fornecer à força de trabalho as informações mais recentes sobre ameaças específicas de negócios e explicar claramente seu papel na proteção contra elas – tanto no trabalho quanto em casa – são vitais para proteger as redes corporativas e manter os usuários seguros online. |
A inovação como ferramenta
A tecnologia desempenha um papel crucial para ajudar a reajustar os sistemas e infraestruturas necessários para alcançar e manter uma sociedade sustentável.
Mudança climática |
Cibersegurança |
| A inovação tecnológica verde em todos os setores e as fontes de energia renováveis são essenciais para enfrentar o desafio global das mudanças climáticas. De acordo com a Iniciativa Global de Sustentabilidade Eletrônica, a tecnologia tem o potencial de contribuir para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. A tecnologia e a inovação têm o poder de implementar a transformação climática e enfrentar os desafios críticos das mudanças climáticas. Novas tecnologias de IoT estão sendo distribuídas globalmente para melhorar a tomada de decisão baseada em dados para aumentar a eficiência energética, ampliar a eficácia de tecnologias “verdes” – como energia eólica e bioenergía – e reduzir ainda mais nossa dependência da geração de eletricidade baseada em carvão.
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À medida que nossa sociedade acelera sua dependência da tecnologia para garantir um futuro sustentável, a segurança cibernética se torna uma missão crítica. Os fornecedores de segurança cibernética devem desenvolver soluções que possam acompanhar os avanços tecnológicos e abordar o modo como empresas, governos e indivíduos usam a tecnologia hoje. Por exemplo, para dimensionar e se adaptar ao mundo digital em rápida evolução de hoje, a segurança cibernética está aprendendo a aplicar inteligência artificial avançada e aprendizado de máquina para analisar grandes volumes de dados para detectar violações sofisticadas e atividades de rede incomuns. É preciso também consolidar soluções para que a automação possa ser mais bem aproveitada para acelerar o tempo de resposta às ameaças. |
Normas e compliance
A regulamentação e os padrões internacionais são necessários para impulsionar a mudança de comportamento, especialmente se esperamos que tal mudança ocorra no prazo limitado disponível.
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Cibersegurança |
| Para garantir que o processo ocorra de forma consistente, as estruturas globais são essenciais. A Força-Tarefa sobre Divulgação Financeira Relacionada ao Clima (TCFD) tornou-se um padrão global para divulgação consistente de riscos financeiros relacionados ao clima. A Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), que entra em vigor em 2023, exige que todas as grandes empresas relatem seu impacto social e ambiental. E nos Estados Unidos, o projeto de regra da SEC exige que as empresas públicas divulguem extensas informações relacionadas ao clima em seus registros na SEC a partir do ano fiscal de 2023. Essas e outras medidas semelhantes colocam em destaque os maiores acordos adotados pelos governo, como o Acordo de Paris. | Um conjunto unificado de práticas e regulamentações serve como mapa compartilhado e ponto de referência para organizações que buscam proteger infraestruturas digitais. Diretrizes amplamente aceitas para segurança cibernética, como os padrões de certificação NIST e ISO 27000, ajudam as organizações a implementarem as melhores práticas e tecnologias. Por outro lado, regulamentações como a LGPD garantem a privacidade dos dados, protegem as informações de identificação pessoal e forçam as organizações a relatar violações. Esses padrões são vitais para garantir que os requisitos de segurança sejam atendidos de forma consistente, usando as melhores práticas e soluções compatíveis. Os regulamentos atuais e propostos são projetados para ter o mesmo efeito daqueles que tratam das mudanças climáticas. |
Colaboração e parcerias
Em uma era de especialização, devemos desenvolver parcerias público-privadas que nos ajudem a enfrentar de maneira mais eficaz as mudanças climáticas, a segurança cibernética e outros desafios emergentes.
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| Como foi claramente destacado durante a COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021), salvar o planeta das mudanças climáticas não será possível sem parcerias estreitas entre governos, ONGs e setores privado e público. Um esforço coletivo será necessário se quisermos cumprir as metas globais de temperatura e redução de emissões estabelecidas pelo Acordo de Paris, novos requisitos regulatórios e de conformidade e as 17 metas da ONU. | A corrida armamentista contra os cibercriminosos não pode ser vencida sem colaboração global. Fornecedores, empresas, órgãos públicos e governos têm um papel a desempenhar, seja por meio de coalizões locais, organizações nacionais ou fóruns internacionais. Interromper as atividades de crimes cibernéticos e desmantelar a infraestrutura de ataque é uma responsabilidade conjunta que requer relacionamentos fortes e confiáveis entre organizações públicas e privadas. |
Depois que líderes de todo o mundo se reuniram em Davos para discutir as questões críticas que estão afetando a sustentabilidade do nosso planeta e da sociedade, tanto as mudanças climáticas quanto a segurança cibernética devem ser consideradas como parte integrante de um futuro melhor para todos. Embora cada um tenha seus próprios desafios, eles também se sobrepõem cada vez mais à medida que nossos mundos digital e físico continuam a convergir. Abordar um necessariamente afeta o outro. Se um número suficiente de pessoas mudar para a energia renovável, um número suficiente de empresas tomar as precauções necessárias para proteger seus sistemas e dados, e um número suficiente de governos trabalhar para nivelar o campo de atuação digital, podemos tornar nosso mundo sustentável.
* Barbara Maigret é diretora global de sustentabilidade e CSR da Fortinet
