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A tecnologia como alicerce para a transformação do modelo de ensino atual

Não resta dúvidas de que a educação é um dos principais pilares de transformação de qualquer sociedade. Como disse Nelson Mandela “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”.

Leva tempo para se modificar uma geração e no caso do Brasil, dados apontam que a qualidade do ensino vem se deteriorando ao longo dos últimos anos. Para se ter uma ideia, segundo o MEC, 7 de cada 10 alunos do ensino médio têm nível insuficiente em português e matemática. Levantamento divulgado em dezembro de 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE apontava que apenas 15,3% dos brasileiros completaram o ensino superior.

Essa deterioração, desde o ensino fundamental até as universidades, forma cidadãos e profissionais mal preparados e, em alguns casos, analfabetos funcionais. Indivíduos que, apesar de saberem ler, escrever e fazer contas, não desenvolveram capacidades que são cada vez mais esperadas na maioria das profissões, tais como o raciocínio lógico, empreendedorismo, trabalho em equipe, interpretação e capacidade de crítica, conhecimentos gerais, entre outros, criando um ciclo perverso para o desenvolvimento, inovação e melhoria do país. Quanto mais precária a instituição, mais aguda a situação.

Muito por isso e pelo velho modelo de ensino que insiste em se perpetuar, onde o professor é o centro e detentor de todo o conhecimento, sendo o responsável por transmitir monologamente e de forma nem sempre atrativa, para seus alunos. Alunos esses que depois são avaliados de forma sistêmica e binária, sem levar em conta outras capacidades.

Acontece que, do lado da tecnologia da informação, muito se avançou em termos de acompanhar a transformação digital, que definitivamente alterou a maneira como os indivíduos se relacionam, se divertem, trabalham e aprendem.

De nada adianta uma instituição de ensino pública ou privada, investir isoladamente em acesso Wi-Fi, portais de alunos, inúmeros sistemas de informação e gestão acadêmica e administrativa, sem estar disposta a capacitar/reciclar seus professores, para que esses passem a ser os facilitadores entre seus alunos e as diversas fontes de conhecimento, criando a atratividade necessária para que seus alunos possam aprender a aprender.

Outro pilar não menos importante é realmente desenhar uma estratégia de reformulação de processos, que considera a forma como os professores, pais e alunos irão interagir com as inúmeras tecnologias a sua disposição. Essa estratégia, passa por criar uma infraestrutura computacional e de conectividade, capaz de oferecer a disponibilidade e gestão das inúmeras aplicações educacionais, portais de alunos, EAD e, principalmente, as informações e comportamentos dos usuários (funcionários, pais e alunos), informações que se bem trabalhadas podem proporcionar insights para a tão sonhada prevenção à evasão educacional.

Novas exigências de órgãos reguladores colocam ainda mais pressão nos processos e na gestão das informações dos alunos. A regulamentação LGPD (Lei Geral de Proteção a Dados), por si só, já cria uma necessidade enorme de controle de acesso, armazenamento, backup e gestão do ciclo de vida da informação, em todos os pontos de acesso e sistemas de qualquer instituição de ensino, independentemente de seu tamanho, grau ou localização geográfica.

Todas as instituições e empresas estão sujeitas a essa Lei, mas situações como cyberbullying e o fato do setor de ensino ser um dos principais alvos de ataques cibernéticos, somado a atratividade das aplicações em ‘cloud computing’, tem levado muitos gestores de TI a criar estratégias de migração de seus ambientes computacionais para a nuvem, sem realizar um estudo profundo, tanto técnico como financeiro, o que na grande maioria dos casos acabam sendo estratégias boas no curto prazo, mas ruins e caras no longo prazo.

Minha experiência de quase três décadas em TI, me leva a sugerir que se analise muito bem quais tipos de aplicações e informações devem estar no ambiente da instituição e quais podem ser migradas para a nuvem, considerando a gestão interna que as duas situações exigem, disponibilidade e necessidade de acesso à informação, mas principalmente o custo a médio e longo prazos. Estratégias prematuras de migração sem critério para o processamento em nuvens públicas, criaram até um novo movimento, o ‘cloud repatriation’, que em bom português, é o movimento de trazer de volta, para as nuvens privadas e data center próprios, as aplicações, informações e conteúdo que, por diversas características, se tornaram caras e difíceis de manter em ambientes de nuvem externos.

Com muita adoção de tecnologia, novos processos, preparação e reciclagem de educadores e novos modelos de ensino, conseguiremos acelerar a mudança que o setor exige e reverter o modelo de preparação de indivíduos com as competências capazes de enfrentar os desafios profissionais que estão por vir.

*Marcelo Pedro é diretor de Vendas nas Verticais de Educação e Saúde das Vortex TI.

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