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A importância da estruturação de negócios e planejamento para startups

Pesquisar o mercado, planejar as ações, organizar e estruturar são ações básicas para qualquer empresa crescer. E o mercado das startups não é exceção, muito pelo contrário. Por se tratar de um modelo relativamente novo no país, a necessidade de estruturação de negócios e de planejamento estratégico no caso das startups é essencial para quem quer prosperar no mercado. Estudos comprovam que dentre as startups em fase inicial, 90% não atingem a maturidade porque não estavam devidamente estruturadas.

Na fase de seed capital (capital semente), para financiar o teste de hipótese e prova de conceito, as empresas precisam conciliar o potencial de sua tecnologia com as necessidades do mercado para se provarem viáveis e atraentes para receber investimentos. Ou seja, não adianta a ideia ser eficaz, se não houver a estruturação.

Mas como estruturar e planejar esse modelo tão recente no Brasil? O mercado é novo e as disciplinas de negócios apresentam técnicas convencionais aplicáveis a negócios já consolidados, usando parâmetros que refletem o passado e o presente para projetar o futuro.

Na visão clássica de se administrar, o futuro das empresas não era muito diferente do passado (incremental). Mas isso mudou radicalmente com a chegada das startups, pois elas e seus segmentos de atuação não têm passado e seu futuro é exponencial. Este é um momento disruptivo no mundo dos negócios e de sua gestão. Neste cenário, os gestores não se sentem preparados e há um choque tanto na cabeça do empreendedor quanto do investidor.

Pensar em estruturação de negócios no início das atividades da startup é o ideal. Assim, tanto os empreendedores quanto os investidores terão segurança no que investir e em como investir. Um diagnóstico que parece simples, mas é extremamente direcionado para esse novo tipo de modelo de negócios.

Conhecer o tamanho do mercado, o modelo de negócios, o preço ideal a cobrar pelo produto/solução e a estrutura mais enxuta possível para sustentar uma margem de lucro são essenciais para o sucesso.

Estruturação leva tempo…

O trabalho não é fácil e só essa fase inicial pode levar de 1 a 6 meses. Contudo, os benefícios são muitos: a empresa estar devidamente posicionada para a penetração no mercado e ter relevância no mesmo; cortar gastos; tomar decisões conscientes sobre custos, infraestrutura, pessoal; ter previsão de presente e futuro e, principalmente, atrair investidores que são a chave do crescimento das startups. Tudo isso leva à tão sonhada sustentabilidade e prosperidade da empresa.

Já quando essa organização é feita com a empresa em funcionamento, o tempo de resposta pode ser bem maior e o processo mais denso e complicado. Quanto mais maduro o empreendimento, mais desafiador o processo e maiores são os riscos, uma vez que será necessário se reposicionar, mudar de direção e isso pode gerar um choque nos clientes, nos investidores e na própria empresa.

Com a empresa estruturada e uma vez definido o caminho do modelo de negócio, inicia-se o processo de administração da tese de investimento e monitoramento de performance. São necessários ajustes constantes em função da volatilidade da economia e das dinâmicas de mercado. O essencial é perceber o ambiente e reagir rapidamente a ele, ação que se complica devido ao caráter recente do modelo de negócio das startups.

A necessidade de mudanças e a velocidade que se pede nesse novo ambiente é extremamente desafiadora para empresários, investidores e até para o próprio consumidor da tecnologia. Ter uma tecnologia funcional, conseguir investimentos, estar preparado e bem posicionado no mercado com uma visão consistente de futuro são com certeza um grande desafio. Mas um desafio que pode ser vencido com uma estruturação de negócios e planejamento estratégico adequados.

*Ricardo Frazzato é Sócio e CEO da Filius Venture, Engenheiro Mecatrônico formado pela UNICAMP com especialização em Administração e Estratégia de Negócios pela UNICAMP e MBA em Gestão, Marketing e Direito do Esporte pela FGV. Tem formação em Metodologias Ágeis, Design Thinking e Novos Modelos de Negócios e Venture Capital por diversas instituições internacionais. Possui experiência em gerenciamento de projetos complexos, desenvolvimento de novos negócios, produtos e tecnologias. Tem vasta experiência na indústria automotiva, atuando em montadoras e sistemistas.

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