7 mitos sobre a nuvem que precisam morrer

Não deixe que equívocos prejudiquem a capacidade da sua organização de aproveitar ao máximo a nuvem

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9:58 am - 28 de março de 2019

Mitos podem ser divertidos quando envolvem façanhas de antigos deuses e heróis. A diversão cessa rapidamente, no entanto, quando um mito dificulta o sucesso da TI ou da empresa.

São com os equívocos teimosos que atrasam ou impedem a adoção de serviços em nuvem potencialmente produtivos. “Ainda estamos nos estágios iniciais da revolução da nuvem, mas já tivemos tempo suficiente para ver os resultados dos pioneiros na adoção da computação em nuvem”, diz Bernard Golden, vice-presidente de estratégia de nuvem da Capital One. “O fracasso em reconhecer as implicações dessa revolução impõe riscos que vão muito além da simples execução da TI com um pouco menos de eficiência; representa uma ameaça mortal às empresas que se atêm às antigas formas de fazer as coisas na era digital”.

Sua organização está usufruindo das vantagens da nuvem? Se não, aqui estão 7 mitos que podem estar impedindo que isso aconteça.

1. Mudar para a nuvem economiza dinheiro

Isso geralmente é verdade, mas apenas quando planejado com cuidado. “Devido à sua natureza elástica, a nuvem pode ser mais econômica, mas uma migração para o modelo exige atualizações de aplicativos”, afirma Paul Sussex,  diretor de serviços financeiros da EY.

Sussex diz que fazer a transição para a nuvem é como mudar de uma casa com faturamento de água de taxa fixa para outra com fornecimento sob demanda. “Essencialmente, mudar para um modelo pré-pago de qualquer serviço, água ou nuvem, significa que você pode pagar um pouco mais pelo que usa”, explica ele. “Mas, se você entender seu modelo de consumo e ajustar seus hábitos, poderá obter grandes benefícios em termos de custos.”

O custo é apenas uma das dimensões a considerar quando se pensa em nuvem. “Também é importante olhar para o contexto da estratégia geral de negócios”, aconselha Jonathan Stone, CTO e COO da Kelser, uma empresa de consultoria de TI. “Por exemplo, pode valer a pena aumentar o custo para executar cargas de trabalho na nuvem se isso permitir a realização de uma meta de negócios”, observa ele. “Se o objetivo principal é o crescimento dos negócios, e o crescimento dos negócios depende da capacidade de escalar muito rapidamente, mesmo que a nuvem seja mais cara do que on-premises, pode ser um facilitador do crescimento dos negócios e pode ser justificado como investimento.”

2. A nuvem ainda não é segura para armazenar dados

Este é um dos maiores e mais teimosos mitos da nuvem. “Os provedores de serviços de nuvem levam a segurança extremamente a sério”, diz Siki Giunta, diretor global de gerenciamento e líder em estratégia de nuvem da Accenture. “Eles têm que fazer. Caso contrário, não teriam negócios.”

Provedores de nuvem estão sujeitos a uma infinidade de órgãos reguladores e requisitos de conformidade. “Eles empregam dezenas de estruturas e controles de segurança diferentes – muito mais do que a empresa típica usa em suas próprias instalações”, observa Giunta. O fato é que os dados na nuvem provavelmente são mais seguros do que nos data centers de uma média empresa.

Um provedor de serviços de nuvem respeitável criptografará todos os dados, tanto em trânsito quanto em repouso, com apenas o cliente tendo acesso às chaves de criptografia, diz Laz Vekiarides, CTO do provedor de armazenamento em nuvem ClearSky Data. “Poucas organizações criptografam seus dados a esse nível com os sistemas tradicionais on-premises”, explica ele. Além disso, conectar-se à nuvem por meio de linhas privadas dedicadas, em vez de pela Internet pública, não apenas melhora o desempenho, mas também fortalece a segurança.

Uma plataforma de gerenciamento de nuvem também deve se basear em um conjunto de padrões de segurança e melhores práticas de segurança que incluam toda a gama de controles necessários para criar um ambiente seguro, diz Michael Liebow, diretor global de gerenciamento da Accenture Cloud Platform. “Com blueprints compatíveis com PCI e HIPAA, as organizações podem implantar um ambiente completo que irá passar por uma auditoria PCI ou HIPAA”, acrescenta.

Liebow também pede que as organizações automatizem a implementação das principais atividades de segurança. “Isso inclui gerenciamento de identidade e acesso, autenticação, firewalls de aplicativos da web, monitoramento de configuração de segurança e gerenciamento de ameaças e vulnerabilidades”, diz ele.

3. A computação em nuvem pode ser colocada sobre uma infraestrutura inalterada de TI

A computação em nuvem é nada menos que uma grande mudança de plataforma, mudando profundamente as capacidades dos aplicativos em termos de agilidade, funcionalidade, escalabilidade e custo, diz Golden. “Portanto, não migrar para a nuvem coloca toda a propriedade de TI em risco, ficando atrás de concorrentes mais comprometidos com o sucesso na era digital”, explica ele.

A computação em nuvem é análoga à transição da manufatura do trabalho manual para as linhas de montagem, sugere Golden. “Fabricantes que não conseguiram migrar para o novo modelo de manufatura se viram incapazes de competir em produtividade e preço; a maioria acabou sendo expulsa pouco depois disso”. Da mesma forma, deixar de se comprometer com a computação em nuvem e manter práticas obsoletas de TI é correr riscos, por colocar a empresa em desvantagem competitiva.

4. A transição para a nuvem é rápida e fácil

Passar a usar profundamente a nuvem sem gastar uma quantidade significativa de tempo e esforço cuidadosamente construindo uma estratégia de nuvem é ineficiente e arriscado. Se uma empresa já está utilizando a nuvem ou está pronta para iniciar sua transição para a nuvem, ela precisa pensar em construir uma base pronta para a nuvem.

Chuck Kirchner, diretor sênior da West Monroe Partners, uma empresa multinacional de consultoria de gestão e tecnologia, observa que uma estratégia de transição na nuvem deve incluir descrições de princípios orientadores, habilidades necessárias, mudanças organizacionais, responsabilidades de supervisão e a arquitetura tecnológica que facilitará uma eficiente transição e uma operação bem sucedida.

“Sem sucesso na migração e operação de seus sistemas, os benefícios da nuvem, como custos controlados e uma infra-estrutura mais ágil, podem não vir”, explica ele. “Se você tiver o plano certo e implementar a base correta, poderá abordar a migração e as operações na nuvem de maneira proativa.”

5. A nuvem é difícil de auditar

Um dos mitos mais difundidos é que os dados da nuvem não podem ser auditados de forma tão eficaz quanto os servidores físicos, que podem ser apreendidos, etiquetados ou colocados a prova. “Na verdade, com ferramentas adequadas, você pode conduzir auditorias muito melhores em um ambiente baseado na nuvem”, diz Marina Nitze, CTO do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA entre 2013 a 2017. “Passar tempo com quem realmente realiza auditorias dia a dia, ver “como eles podem usar ferramentas … e como essas ferramentas podem aliviar alguns dos pontos problemáticos atuais em seus trabalhos”, podem ajudar a acabar com esse mito, observa ela.

6. A nuvem é uma assassina de empregos de TI

Quando uma empresa faz a transição dos serviços on-premises para a nuvem, o administrador de TI não perde automaticamente seu trabalho. Na maioria dos casos, a mudança transforma a função do administrador na de um consultor confiável e/ou um facilitador de soluções técnicas. “Mais importante ainda, enquanto o provedor de nuvem gerencia a segurança da rede e do data center, [os clientes] ainda estão trabalhando para administrar seu próprio acesso lógico”, diz Doug Barbin, diretor e líder em práticas de segurança cibernética da Schellman & Co. e avaliador de conformidade de privacidade.

7. Uma única plataforma de nuvem hyperscale é suficiente

Muitas organizações iniciam sua transição de hyperscale cloud com apenas uma única plataforma. Logo descubrem que dominar o modelo é realmente muito fácil. “As pessoas, processos e ferramentas usadas para gerenciar esses ambientes se tornam mais eficientes com o tempo”, observa Carl Ramkarran, consultor principal da SHI International, fornecedora de produtos e serviços de TI.

As coisas podem azedar, no entanto, quando uma organização fica tão satisfeita com sua única hyperscale cloud que se torna relutante em adicionar plataformas adicionais, temendo que os benefícios sejam relativamente mínimos e que o desempenho da equipe seja sobrecarregado por novas responsabilidades. “A visão de túnel te deixa tão arraigada em um único provedor de nuvem [hyperscale], que você começa a ignorar a rapidez com que a tecnologia amadureceu do outro lado da cerca”, observa Ramkarran.

As organizações que se apegam a uma única plataforma de hyperscale cloud correm o risco de perder inovações que podem, com o tempo, mais do que compensar qualquer custo adicional de gerenciamento. “As plataformas em nuvem hyperscale oferecem recursos poderosos, como Machine Learning e Processamento de Linguagem Natural, que podem ser aproveitados para oferecer um enorme valor além de substituir a antiga infraestrutura”, diz Josh Crowe, CTO da Sungard Availability Services.

Ramkarran concorda. “Esse segundo ou terceiro provedor de hyperscale cloud pode ter desenvolvido alguma propriedade intelectual única da qual você pode se beneficiar”, diz ele. “Isso pode ajudar a acelerar o tempo de comercialização, aumentar a qualidade do serviço que está sendo desenvolvido ou talvez melhorar sua postura de segurança.”

“Quando os líderes de TI enfrentam a necessidade de ter uma infraestrutura nova ou atualizada, eles geralmente procuram justificar o uso da nuvem como uma plataforma de substituição com custos semelhantes, em vez de se concentrar no valor potencial que a nuvem pode trazer para os negócios”, observa Crowe.

Ramkarran sugere trabalhar com consultores de tecnologia que adotem uma abordagem agnóstica em nuvem e possam apresentar várias alternativas. “Participar de conferências de fornecedores para conhecer as  inovações em um curto espaço de tempo também é uma boa prática”, acrescenta. “Mantenha uma pequena conta de teste/desenvolvimento em um provedor secundário de hyperscale para que você possa comparar e contrastar rapidamente recursos e funções.”

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