7 buzzwords de tecnologia para você deixar de usar em 2020

Muitas vezes, a tecnologia é uma indústria alimentada pelo hype. Aqui, líderes de TI discutem os jargões que eles gostariam de ver eliminados

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10:52 am - 17 de janeiro de 2020

Mais do que qualquer outro setor, a tecnologia sofre com os jargões deslocados. Os CIOs são abordados por consultores que criam estratégias mágicas e fornecedores que lançam soluções infalíveis. Os jargões técnicos são tão difundidos que até os líderes de TI estão sendo vítimas, contribuindo para o cansaço total de alguns termos legítimos. Não é que frases e termos técnicos não tenham mérito; é que muitas vezes eles são vagamente definidos ou mal aplicados. Os CIOs também têm preocupações com nomenclaturas inadequadas.

Alguns termos estão desatualizados ou fazem um mau trabalho ao caracterizar as atividades que pretendem concluir. Outros são incompletos, deixando de fora fatores cruciais. Neste artigo, líderes de TI discutem os vários erros, apelações equivocadas e uso liberal de jargões para descrever tecnologias, processos de TI e outros termos irritantes.

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1. Transformação digital

Para Franzuha Byrd, CIO da MorganFranklin, os CIOs passaram a odiar a “transformação digital” porque muitas vezes ela é considerada um remédio para consertar empresas em dificuldades. “Quando [o termo transformação digital] surgiu, tinha um significado fundamental que era a digitalização de como você opera, mas ninguém entende o que significa”, disse Byrd à CIO. “Todo mundo definiu de maneira diferente, então se tornou quase uma piada logo de cara.”

Desafio: peça a diferentes CIOs para definir o que a transformação digital significa para eles. Você verá que eles vão se deliciar com histórias de migrações para a nuvem, modernizações de ERP ou melhoria da experiência do cliente. “Tornou-se tão nebuloso”, afirma o CIO da Target, Mike McNamara, que nunca gostou do termo. Essa nova ferramenta blockchain? Facilita a transformação digital. O mesmo acontece com a nova solução SaaS (software como serviço).

De acordo com Tassilo Festetics, vice-presidente de soluções globais da Anheuser-Busch InBev, o termo “transformação digital” também mostra um erro de direcionamento, pois implica a implementação da tecnologia pela tecnologia, quando os líderes de TI devem se concentrar na transformação dos negócios utilizando a tecnologia.

2. Inteligência artificial

McNamara gostaria de se livrar do termo “inteligência artificial” (IA) porque não há nada de “inteligente” nele. Enquanto a IA na cultura pop é sinônimo de máquinas conscientes dominando o mundo, o que a maioria das pessoas quer dizer quando se refere à IA é “apenas grandes máquinas burras que são boas em adicionar e multiplicar”, desabafou McNamara.

A IA não é uma descrição muito precisa, embora você possa comercializá-la. De fato, o número de CIOs que adotam as chamadas soluções de IA saltou para 37% em 2019, de 25% em 2018, segundo a Pesquisa de CIOs de 2019 do Gartner. No entanto, em um exemplo de como o hype da IA ​​pode estar excedendo o seu alcance, 25% das organizações pesquisadas relataram uma taxa de falhas de 50% para projetos de IA por conta da falta de pessoal qualificado e expectativas irrealistas. Para constar, McNamara prefere o termo “aprendizado de máquina” mais preciso e menos assustador para um software inteligente que aprimora dados.

3. Agile

Os técnicos definem “agile” como a prática de reagir rapidamente às mudanças nos negócios e como um modelo para desenvolver rapidamente soluções de software em colaboração com os negócios. Frequentemente, o modelo de desenvolvimento agile permite que o negócio seja ágil. De qualquer forma, para David Simmons, diretor sênior de inovação e tecnologia da construtora Black & Veatch, quase todas as empresas são ágeis hoje porque, se não fossem estariam fora do mercado.

“O Agile existe há anos e o que realmente aconteceu é que a consumização – a ideologia do consumidor aplicada aos negócios – significa que você tem que ser inerentemente ágil ou sair do mercado”, diz Simmons. Além disso, o marketing de soluções ágeis está fora de controle.

4. DevOps

O DevOps, que envolve forte colaboração entre desenvolvimento e operações de software, sofre de um problema de identidade, segundo Brittany Woods, engenheira de automação da Carfax. Com muita frequência, Woods vê as organizações levarem os DevOps a migrar para a nuvem sem executar os processos associados ao desenvolvimento e operações combinados. Só porque um engenheiro adota o Spinnaker ou o Chaos Monkey não significa que eles estejam fazendo DevOps. Para deixar claro, Woods não quer abolir o termo, mas sim que as pessoas não o usem tão liberalmente. Vale destacar que os fornecedores não ajudam a situação, colocando DevOps em uma caixa. “As pessoas precisam parar de usar o DevOps no contexto errado”, declara Woods.

5. Big Data

Levante a mão se você acha que “Big Data” é frequentemente usado em excesso. Nós também. O que constitui Big Data? Quantos terabytes ou petabytes? O que a maioria das pessoas entende por Big Data foi erroneamente moldado e confundido com termos como ciência e análise de dados. Byrd, do MorganFranklin, afirma que a sua empresa aprimorou a sua prática através do interesse dos clientes por projetos direcionados de dados.

6. Data lakes

Por trás do Big Data, estão conceitos relevantes para os líderes de TI. Pegue o data lake, a ideia de que a sua empresa crie um balcão único para todas as suas necessidades de dados é sexy e moderna. O problema é que as pessoas costumam dizer que querem um data lake sem entender o que isso significa, conforme apontado por Andy Lennon, CIO da MassMutual.

Enquanto isso, outros líderes de TI gostariam de se despedir do termo “data mart”, o subconjunto de um data warehouse dedicado a uma linha de negócios específica. Com a chegada de data warehouses baseados em nuvem, as empresas podem extrair mais informações, reduzindo o número de vezes que as equipes precisam “tocar nos dados da empresa para torná-la útil”, diz Brian Dummann, diretor de dados e análise da McKesson. A nuvem reduz a necessidade de extrair, transformar e carregar dados.

7. Tecnologias disruptivas

McNamara, da Target, já se cansou de ouvir falar sobre drones, direção autônoma, blockchain ou IoT enquanto “tecnologias disruptivas”. “Não existe tecnologia disruptiva agora, porque você não vê o ponto de ruptura acontecer”, explica McNamara. É provável que o Blockchain, por exemplo, não transforme o setor de varejo da noite para o dia porque é evolutivo, não revolucionário. “A mudança acontece mais lentamente do que as pessoas pensam.”

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