65% das fintechs brasileiras esperam dobrar receita em 2022

Segundo levantamento da PwC Brasil e ABFintechs, mercado para startups do setor financeiro recupera fôlego e perspectiva de investimentos

Author Photo
1:00 pm - 26 de agosto de 2022
C6 Bank

Após um período de desaceleração devido à crise provocada pela pandemia, as fintechs brasileiras parecem recuperar o fôlego. Segundo nova edição da pesquisa Fintech Deep Dive, conduzida pela PwC Brasil em parceria com a ABFintechs, a perspectiva é de crescimento em 2022. A pesquisa ouviu 156 fintechs de diferentes áreas de atuação e portes, entre março e abril deste ano.

De acordo com o estudo, um dos indicadores que sustentam a recuperação das fintechs é o faturamento. Em 2021 o percentual de empresas com crescimento negativo ou zero reduziu para 21%, em 2020 este percentual era de 39%. Antes da pandemia, em 2019, este índice foi de 26%. Já para 2022, 65% das empresas participantes da pesquisa esperam dobrar o faturamento neste ano.

“A pandemia foi abrasiva para a economia nacional como um todo. O que percebemos foi a resiliência na forma de atuar das fintechs e a recuperação tem acontecido. Os novos investimentos que estes negócios receberam contribuem com esta análise. Em 2019, 36% das nossas entrevistadas alegaram ter recebido algum aporte, índice que cai para 26% em 2020 e chega a 41% no ano passado”, compara Luís Ruivo, sócio da PwC Brasil.

Outro sinal da recuperação do mercado de fintechs são os indicadores de captação de recursos entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões em 2021. O volume de investimentos é semelhante aos patamares pré-pandemia. Enquanto no ano passado, 41% das fintechs conquistaram algum tipo de investimento, em 2020, apenas 26% conquistaram algum tipo de captação. Em 2019, este percentual foi de 36%.

Apostas em Pix e open banking

Para atrair clientes, as fintechs brasileiras estão de olho nas possibilidades do Pix e no open banking. De acordo com o estudo, 72% das fintechs no Brasil estão desenvolvendo soluções alinhadas com as regulamentações associadas ao Pix ou ao Open Banking. Para 79%, já é possível colher benefícios dessas iniciativas ou preveem resultados positivos em até um ano.

“O open banking tem muito potencial, que ainda não foi totalmente explorado. O mercado vai seguir em transformação em virtude desse recurso, já temos a regulação, mas ainda é preciso cuidar da infraestrutura de integração do open finance, o que exige tempo. Em um futuro próximo, devemos ver marketplaces de crédito e outros serviços financeiros, por exemplo”, analisa Diego Perez, diretor da ABFintechs.

O estudo também revela que o segmento de fintechs está consolidado no Brasil. A constatação pode ser vista no percentual de empresas em expansão ou consolidação que reduziu de 39% para 31% de 2020 para cá. Com o mercado tomado, novas empresas têm surgido de forma mais contida na comparação com anos anteriores. Entre os principais segmentos de atuação das fintechs estão: crédito, meios de pagamento e bancos digitais.

 

 

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.