5G pode somar R$ 81,3 bi ao PIB se implementação for rápida

Impacto econômico prevê a digitalização e automação dentro do contexto da indústria 4.0, mostra relatório lançado pela CNI

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10:32 am - 06 de julho de 2022

Novo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre o impacto da adoção do 5G no Brasil no crescimento econômico aponta que a disseminação acelerada da tecnologia pode acrescentar R$ 81,3 bilhões no PIB de 2030. A diferença entre uma disseminação rápida ou lenta será de 0,20 pontos percentuais no PIB potencial per capita. Vale lembrar, no entanto, que o desdobramento do 5G no País já segue um cronograma com atrasos.

No cenário mais otimista projetado pela CNI, em 2030, a penetração do 5G no país será de 81%. No cenário mais pessimista, o indicador cai para 40,5%. Os cálculos consideram a projeção do PIB (em R$) de 2021 e estimativas de crescimento da população feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram feitos antes do leilão realizado em dezembro.

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O crescimento do PIB potencial é resultado do crescimento da população em idade ativa (PIA) e da produtividade do trabalho. É este último indicador que será impactado com a adoção do 5G. Devido ao baixo tempo de resposta (latência) e alta velocidade na transmissão de dados, a expectativa é que a nova tecnologia amplie a automação e digitalização, no contexto da indústria 4.0.

“Para impulsionarem a produtividade brasileira, novos métodos, como o monitoramento em tempo real do chão de fábrica e a comunicação entre máquinas, dependem não só da alta velocidade, mas sobretudo do baixo tempo de resposta e da criação das redes privadas. É determinante que os desafios de implementação dessa nova tecnologia sejam superados, garantindo que o país não fique para trás em relação aos seus concorrentes”, afirma Renato da Fonseca, superintendente de Desenvolvimento Industrial da CNI.

Entre as medidas que influenciariam o crescimento econômico atrelado ao 5G, segundo a análise da CNI, estão atualização das legislações municipais para permitir a instalação de antenas;r edução da insegurança jurídica associada ao compartilhamento de infraestrutura; regulamentação das redes privativas; uso dos fundos setoriais de telecomunicações de maneira mais eficaz e transparente; e aprovação de uma reforma tributária para diminuir o peso de impostos indiretos sobre os serviços de telecomunicações.

Na visão do estudo, o principal gargalo de infraestrutura é o déficit de antenas instaladas. Para funcionar plenamente, o 5G precisará de cinco vezes mais o número de antenas usadas na rede 4G, devido à operação em frequências mais altas de espectro. No entanto, apenas cerca de 1% dos municípios têm leis preparadas para o 5G, de acordo com o Movimento Antene-se.

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