5G chega para transformar a sociedade, afirmam especialistas
Para explorar todo o potencial do 5G, no entanto, é vital uma mudança cultural na sociedade e na indústria de TI e Telecomunicações
A discussão sobre o 5G tem sido um dos pontos altos do Futurecom 2019, realizada nesta semana em São Paulo. Muito além do leilão de faixas para uso do novo padrão de telefonia móvel e discussões sobre quem está à frente nessa corrida mundialmente, o evento trouxe uma reflexão sobre o potencial da tecnologia.
E para os especialistas presentes no painel “5G como fator determinante na Transformação dos Negócios e Serviços” o consenso foi que, efetivamente, o 5G transformará a sociedade.
“O 5G, em comparação com as gerações anteriores, traz velocidade, mas não podemos focar apenas nesse aspecto. 5G traz conexão e é pilar de transformação da sociedade”, indicou Paulo Bernardocki, diretor de Produtos e Tecnologia da Ericsson. Segundo ele, a tecnologia será imbatível no quesito cobertura geográfica, item necessário em um país como o Brasil. Para o executivo, segmentos como manufatura, automotivo, segurança pública e saúde serão os primeiros a se beneficiar dessa nova geração.
Paulo Tavares, Managing Director da Accenture, concorda com Bernardocki mas avisa que para explorar todo o potencial do 5G, é vital uma mudança cultural na sociedade e na indústria de TI e Telecomunicações. De acordo com ele, existe uma desconexão entre consumidores e fornecedores. Prova disso é um dos resultados de recente pesquisa da Accenture que revela que 70% das pessoas não sabem o que é o 5G. Além disso, dos que conhecem, 40% dizem que não estão dispostos a pagar mais para desfrutar da tecnologia.
Wilson Cardoso, Chief Solution Officer Latam da Nokia, citou que o mercado de verticais movimenta US$ 2 trilhões, representando terreno fértil para a expansão com o uso do 5G. “Quem vai abraçar esse potencial? Operadoras, OTTs, ou outras empresas que serão criadas?”, provocou.
Uma coisa é certa: diversos setores serão beneficiados pelo 5G. Um deles, exemplificou Leonardo Capdeville, CTO da TIM, é o de Saúde. “O Brasil forma por ano algo entre 20 mil e 25 mil médicos. Em Santa Rita do Sapucaí, em um dos nossos laboratórios, fizemos uma ultrassonografia a distância. Fazer isso sem 5G é impensável”, comentou ele, acrescentando que a TIM tem trabalhado em diversas frentes para que a sociedade use da melhor forma o 5G quando ele chegar.