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5 tendências para o setor de telecomunicações na América Latina

A tecnologia e suas formas de interação estão em constante mudança. Com 2019 já em curso, destaco aqui cinco previsões para os setores de tecnologia e telecomunicações na América Latina e o que podemos esperar.

1. Operações de rede mais rápidas e eficientes graças à automação inteligente

As redes estão se tornando mais inteligentes graças aos avanços de rede mais proativos. Embora muitas operadoras na América Latina continuem contando com processos antigos e trabalhando de forma reativa, novos progressos tecnológicos vêm criando redes e sistemas capazes de prever falhas e fazer alterações sem a necessidade de intervenção humana, antes mesmo que o problema aconteça. Esse é um passo fundamental em direção a uma verdadeira Rede Adaptativa, que aumenta a eficiência, reduz custos e ajuda os operadores a alcançarem os resultados esperados, mesmo frente a constantes mudanças de demanda.

A automação inteligente gera também economia nos processos de lançamento dos produtos no mercado, o que é em si um grande diferencial frente à concorrência. Em vez de depender que indivíduos determinem os erros no sistema, fluxos de trabalho automatizados responsáveis por identificar erros no sistema já ajudaram a Ciena a economizar 67% em custos operacionais, aumentar em 15% a aceleração de receita e alcançar retorno sobre os investimentos 5,4 vezes mais rápido.

2. Primeiros passos em direção ao 5G e a divisão do bolo

A Verizon vai ser uma das primeiras operadoras de rede móvel do mundo a oferecer 5G comercial ainda este ano. A última geração de rede móvel vai focar em uma grande variedade de novas tecnologias, entre elas SDN, NFV, automação inteligente e análise. Um dos principais recursos do 5G vai ser “dividir” a rede física para garantir a performance de rede de ponta a ponta para serviços críticos, como cidades inteligentes, realidade virtual e aumentada. Embora os serviços comerciais de 5G na América Latina estejam a anos de distância, a longa jornada para a 5G pode começar agora com a implantação das tecnologias necessárias.

Os serviços de comunicação de resposta a emergências podem receber uma “fatia do bolo” do 5G para garantir que essas redes nunca falhem. Essa será uma ferramenta essencial para cidades inteligentes, pois ela dará prioridade a serviços essenciais. Acredita-se que o 5G será a maior inovação do setor de telecomunicações da próxima década e, quanto mais as operadoras se movimentarem hoje, mais fácil será a transição no futuro.

3. Crescente necessidade de proteger dados físicos

A América Latina nunca sofreu tantos ataques cibernéticos como em 2018. Executivos do setor estão começando a perceber o tamanho do risco representados por eles e outros tipos de malware e estão reforçando suas políticas de segurança para proteger dados sigilosos. As principais instituições financeiras do Chile foram vítimas de grandes ataques cibernéticos e perderam milhões de dólares no processo. Outros países como Colômbia, Equador, México e Venezuela são alvos cada vez mais frequentes de ataques de malware: segundo um estudo da Eset, 45% das empresas nesses países já foram afetadas.

As discussões em torno da segurança de rede e segurança de dados devem ganhar ainda mais força em 2019, especialmente em relação à necessidade de desenvolver novas proteções de rede. As organizações precisam usar métodos abrangentes de segurança para garantir a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados em suas redes. Para evitar tantas ameaças cibernéticas, será necessário reforçar as políticas anti-phishing e introduzir criptografia e outras medidas de segurança, como autenticação em dois fatores.

Apesar de útil para garantir maior eficiência e otimização, a Inteligência Artificial (IA) também está sendo usada por criminosos cibernéticos para roubar informações. Ao mesmo tempo, o uso da tecnologia nos pontos certos da rede pode detectar mutações em códigos antigos de malware e ajudar a mitigar os ataques. A criptografia ponta a ponta vai ganhar cada vez mais importância na proteção da privacidade e na segurança das informações, e vai ser usada para todos os dados transferidos pelas redes de fibra óptica.

4. A adoção da AI nas empresas

A Inteligência Artificial se torna uma realidade cada vez mais comum no dia a dia das empresas, e chegou a hora de reavaliar sua função no ambiente de trabalho. O uso de serviços como o Google Home e o Alexa da Amazon permitem que as pessoas realizem funções básicas em casa e a utilização dentro das empresas é o próximo passo.

Na América latina, foi investido cerca de US$ 1,64 bilhão em IA ao longo de 2018 — um aumento significativo em comparação ao US$ 1,1 bilhão investido em 2017, segundo um estudo realizado pela Everis e Endeavor, que cita ainda a proliferação de chatbots (utilizados por 30% das empresas) e a conversão de voz em texto (utilizada por 21% das empresas). A AI ajuda organizações a serem mais eficientes e econômicas, além de reduzir o tempo de pesquisa em grandes conjuntos de dados.

Em maior escala, a infraestrutura de rede de fibra óptica e de pacotes também pode ser reforçada de forma significativa com a AI, outro recurso que pode agregar valor tanto às empresas quanto às operadoras. Ao eliminar a necessidade de diagnosticar um problema depois que ele já ocorreu, a AI usa dados para prever a probabilidade de falhas na rede e resolvê-las antes mesmo de acontecerem, eliminando processos manuais demorados e ressaltando ainda mais a eficiência proporcionada pela tecnologia.

5. Sistemas mais ágeis

As equipes de TI e de rede costumam operar separadamente, apesar de terem objetivos similares: agilizar processos internamente e para clientes. Atualmente, operadoras latino-americanas usam sistemas rudimentares, operados separadamente pelos dois times por meio de um grande número de processos manuais, resultando em longos períodos entre o estudo de viabilidade de um item e sua entrega.

As ineficiências são consequência do grande isolamento das equipes: dados estáticos e fragmentados demandam a utilização de processos manuais, que limitam a visibilidade do serviço em tempo real, cujo resultado é a geração de redes subutilizadas ou muito complexas. Processos como a automação são essenciais para quebrar as barreiras entre as equipes de TI e de rede e para garantir sistemas mais ágeis. Eles serão componentes importantes para a aceleração da transformação digital e para a uniformização dos processos de ponta a ponta.

Com 2020 batendo na porta, é difícil imaginar quais necessidades surgirão na próxima década, e quais inovações serão lançadas em resposta a elas. Os avanços de hoje dão forma à tecnologia de amanhã, sejam eles em 5G, inteligência artificial, automação ou unificação das operações.

*Hector Silva é CTO e chefe estratégico de vendas da Ciena para a América Latina

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