5 perguntas para o CEO: Pierre Rodríguez, da Poly Brasil

Executivo fala dos desafios e expectativas da Poly, empresa que nasce da fusão entre Polycom e Plantronics

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8:00 am - 18 de abril de 2019
Pierre Rodríguez CEO da Poly Brasil

Desde 2010 na liderança da empresa para América Latina e Caribe, Pierre Rodríguez, vive um momento importante na carreira, ao participar do processo de integração das empresas Polycom e Plantronics, que deu origem à nova marca Poly, atuante no mercado de comunicações unificadas e colaboração (UC&C).

Rodríguez acredita que será uma oportunidade de aprendizado, considerando serem duas empresas de forte presença no mercado e o mais interessante, segundo ele, é a expectativa de estender seu conhecimento também para o mercado de consumo, no qual nunca atuou, que deverá acontecer no próximo ano com a expansão da nova operação. “Isso me instiga e me desperta porque gosto de aprender o tempo todo”.

Dizendo-se um líder de resultados, estrategista e com sensibilidade para formar bons times, ele compara o comandante de empresas ao tocador de bumbo na bateria de escolas de samba: “Sempre definindo o ritmo”, brinca.

Formado em engenharia elétrica com extensão em telecomunicações, Rodríguez sempre foi muito curioso. “Desde a minha infância, a tecnologia é uma paixão. Eu queria saber como as coisas funcionavam, desmontando e montando brinquedos. E sou curioso até hoje. Uma eterna busca”, diz o executivo que revela o atual sonho de com a nova operação fazer o Brasil chegar a US$ 100 milhões FOB.  Confira a seguir mais detalhes sobre a Poly.

Computerworld Brasil – Como está a integração para a consolidação, de fato, da Poly?

Pierre Rodríguez – Neste momento, estamos justo mergulhados no processo de integração das empresas Plantronics e Polycom.  É uma integração complexa que deve consumir cerca de um ano porque são duas empresas importantes, de representatividade. Mas o esforço é para um futuro de muitos ganhos. Temos plano de crescimento para este ano de dois dígitos na América Latina e no Brasil com porcentagem um pouco mais alta. Isso porque a própria crise ajudou a compor um quadro atual mais favorável. As empresas no Brasil paralisaram investimentos na atualização de seus sistemas de comunicação e agora não dá mais para esperar e irão investir. A base tecnológica antiga terá de ser modernizada. Em nível global, estamos contratando mais de 600 pessoas no México. E teremos economia de mais de US$ 75 milhões com a integração em 12 meses globalmente. São perspectivas muito positivas.

CW Brasil – Qual será o diferencial estratégico da nova empresa Poly?

Rodríguez – A transformação da arquitetura dos ambientes de trabalho da era digital, com mesões, sem paredes, com muito ruído. As duas empresas perceberam que era preciso possibilitar tecnologia que facilitasse essa comunicação em ambientes abertos. O conceito de espaço aberto mexeu com a forma de trabalhar com vídeo.

A Poly quer tornar os espaços de trabalho locais para se trabalhar intuitivamente para todos. O moderno escritório aberto introduziu distração e ruído no local de trabalho, levando a uma menor produtividade e satisfação dos funcionários. A Poly oferece, hoje, soluções para lidar com a distração e ruído de áudio em espaços abertos, bem como tecnologias que tornam as salas de reuniões tão poderosas quanto as tradicionais salas de diretoria.

Queremos fazer com que a tecnologia se torne invisível, saia do caminho e valorize o lado humano, tornando a sua prática mais simples e natural possível. Assim, nosso posicionamento mudou de maneira radical. Percebemos que o melhor caminho para atuar no atual mercado de forte concorrência com novos atores surgindo a cada momento é por meio da estratégia de colaboração e não de competição. Nosso foco é otimizar a plataforma existente do cliente.

O cliente hoje está confuso em meio às variadas opções de soluções nas prateleiras do mercado. Ele não sabe o que escolher e o pior é que as soluções não se integram. A Poly quer resolver o problema. Traz a integração para não perder o investimento, garantindo o futuro. Inteligência e Analytics permitem que as soluções da Poly observem constantemente o perfil do usuário, tornando a tecnologia mais amigável e proporcionando a melhor experiência a ele.

CW Brasil – A Poly vai explorar o mercado de varejo. Quais são as expectativas dessa expansão?

Rodríguez – Em 2020, a Poly vai explorar o mercado de varejo, pegando carona na alta experiência da Plantronics neste nicho nos EUA. A América Latina vai ganhar essa expansão em nossa atuação, especialmente em relação aos headsets que fazem sucesso nos segmentos de games e esportes. Vamos permanecer com as marcas Plantronics e Polycom em variadas linhas de produtos. Afinal, são respeitadas, tradicionais e ganharam a confiança dos usuários durante anos. Não queremos abrir mão dessa vantagem.

CW Brasil – A fusão trouxe soluções inovadoras? Quais destacaria?

Rodríguez- O Polycom Studio, que é uma unidade de vídeo USB plug & play, fácil de usar que atualiza as salas de reunião para a classe executiva e opera com serviços como o Microsoft Teams, Zoom, Skype for Business, Google Meet, Cisco Webex ou Amazon Chime. A outra é a Plantronics Elara 60 Series, estação de telefonia móvel projetada para o usuário cada vez mais móvel e que fornece aos usuários uma experiência com o Microsoft Teams por meio de um toque apenas. E o Blackwire 7225, um headset UC intuitivo projetado para manter a concentração em escritórios abertos com recurso antirruído. O cancelamento de ruído ativo dele permite o foco para que as pessoas possam trabalhar, ouvir música e som profissional em chamadas de um PC ou Mac.

CW Brasil – O que a Poly guarda na manga para se diferenciar e atrair novos clientes?

Rodríguez- A Poly vai ajudar as pessoas a colaborar à sua maneira. Isso porque elas hoje estão usando três ou mais soluções de colaboração em um determinado dia e precisam de terminais que operem com essas soluções. Vamos oferecer uma ampla gama de soluções para atender à essa crescente necessidade de tecnologias inovadoras e emergentes. Iremos projetar soluções móveis prioritárias à força de trabalho moderna, usando um smartphone pessoal como um “telefone comercial” ou navegando por um dia em que o pessoal e profissional. A Poly estará apoiada no que o próprio nome remete: múltipla atuação em comunicação.

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