Com o avanço da pandemia pela covid-19 pelo Brasil, a lógica do mercado mudou. Da mesma forma, mudaram-se as expectativas, o comportamento dos clientes, fornecedores, concorrentes e até mesmo dos agentes públicos. E aí surge a questão: devo seguir o meu planejamento ou devo refazê-lo? E como fazê-lo?
“É necessário entender que, em momentos de crise como este, as atitudes a serem tomadas nem sempre serão semelhantes às soluções utilizadas em períodos normais”, indica a consultoria People+Strategy. Na lista abaixo, consultor e sócio da companhia, Fernando Ceglio, explica o que é necessário refazer no planejamento e dá dicas para criação de um plano focado na gestão de risco, por meio de métodos ágeis que garantem mais efetividade nas estratégias.
A primeira recomendação é estabelecer rapidamente um comitê de crise. É importante definir o seu papel e colocá-lo em prática com maestria, para rever as responsabilidades e estabelecer ações emergenciais para sobrevivência – como a renegociação de contratos e o novo fluxo de caixa, por exemplo.
Disciplina será essencial para garantir que as ações emergenciais planejadas estejam sendo executadas da maneira correta. É preciso realizar a leitura de cenário e de ambiente adequada, principalmente no que diz respeito a fornecedores e clientes. Entender sobre todos os elementos que os compõem, desde números até os diferenciais. A metodologia das Cinco Forças de Porter pode auxiliar neste momento.
Mapear e definir os desafios, dimensionando os recursos necessários e priorizando o que é essencial em curto prazo. O Brainstorming é adequado neste momento, pois ajuda a desenvolver ideias “fora da caixa”.
Comunicar e alinhar com clareza e transparência as informações relacionadas ao planejamento, para que todos da organização estejam dentro de uma agenda única. É o momento de detalhar prazos, metas e estabelecer o apoio referido. Nesta etapa, metodologias como o Mapa Estratégico são bastante eficientes.
Preparar e desenvolver a liderança para que ela possa trabalhar de forma contínua e eficaz. A dica é aproveitar a crise para elevar o patamar de gestão. Aumentar o nível de protagonismo e engajamento, criando uma cultura para que os líderes incorporem a disciplina, a atenção e a prontidão no modelo de gestão.
“Não restam dúvidas que sim, um planejamento é fundamental neste momento. Mais do que isso, é importante ser ágil nas tomadas de decisões para uma efetividade das ações e resultados do planejamento. Trace um plano, execute-o e faça seu acompanhamento. As crises demandam um processo de gestão mais dinâmico e clareza daquilo que é prioritário no curto prazo, porém sem perder a leitura de qual será o momento ideal de retomada”, recomenda Ceglio.
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