40% dos executivos não conseguiram lidar com suas cadeias de suprimentos no auge da crise

IA, 5G, nuvem e analytics desempenharão papéis importantes no fortalecimento das cadeias de suprimentos

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5:01 pm - 26 de janeiro de 2021
logística, distribuição, depósito, supply chain Foto: Shutterstock

A crise desencadeada pela Covid-19 interferiu em sistemas operacionais inteiros, levando líderes a reverem, rapidamente, seus processos de operação. Uma pesquisa identificou que mais de 80% dos entrevistados de diferentes segmentos, agora, estão mais conscientes das possíveis paralisações de produção, bloqueios logísticos e escassez de matéria-prima. A tomada de consciência, no entanto, é consequência do impacto causado pela pandemia na cadeia de suprimento. Segundo o estudo, as cadeias de suprimentos em 40% das corporações multinacionais foram incapazes de lidar com a crise criada pela pandemia.

A pesquisa “Real-time Intelligence and the Future of Supply Chains”, da Orange Business Services, entrevistou líderes executivos de 320 empresas de 18 países, entre agosto e outubro de 2020. Com foco nos setores de manufatura, transporte e logística, ela revelou que a crise global mudou drasticamente as atitudes dos executivos em relação ao risco. Cerca de 83% dos entrevistados disseram estar mais conscientes dos riscos da cadeia de suprimentos, como escassez de matéria-prima, paralisações de fabricação ou bloqueios de transporte, do que há 12 meses.

Segundo o estudo, a pandemia os acordou e os fez perceber que precisam de mais velocidade, agilidade e inovação para lidar com as mudanças. Construir resiliência e sustentabilidade nas cadeias de suprimentos por meio da digitalização e insights de dados em tempo real é uma prioridade para as estratégias de transformação e é essencial para a sobrevivência de muitas empresas, diz o relatório.

Quase oito em cada dez entrevistados dizem que aceleraram suas estratégias de cadeia de suprimentos digital. Além disso, quase 50% das empresas pesquisadas disseram que agora estão analisando a revisão das estratégias de aquisição e gestão de riscos nos próximos dois anos. Outro destaque é a automação, que deve crescer devido à necessidade de lidar com os níveis de demanda que mudam rapidamente. Atualmente, 42% das empresas pesquisadas estão usando automação para gerenciar riscos, e isso deve dobrar nos próximos dois anos, segundo o estudo.

Dois em cada cinco entrevistados na pesquisa disseram que sua cadeia de suprimentos não conseguiu lidar com o auge da crise. Capacitadores tecnológicos, incluindo inteligência artificial (IA), nuvem, 5G e analytics de big data, desempenharão papéis importantes no fortalecimento das cadeias de suprimentos, por meio de planejamento e execução aprimorados. A coleta e o compartilhamento de dados em tempo real melhoram a eficiência e a visibilidade em toda a cadeia de suprimentos, ao mesmo tempo que oferecem suporte ao relacionamento entre fornecedores e fabricantes para uma tomada de decisão inteligente, diz o relatório.

“A emergência global de saúde fez com que as organizações aceitassem a fragilidade de seus ecossistemas. Lacunas críticas devem ser preenchidas para garantir visibilidade ponta a ponta em uma escala global e minimizar o risco para o negócio. As tecnologias e recursos digitais são a chave para permitir que as empresas e seus parceiros reinventem sua cadeia de suprimentos com segurança”, disse Kristof Symons, Vice-Presidente Executivo Internacional da Orange Business Services. “A digitalização e a coleta de dados também serão os principais capacitadores para se tornar mais sustentável e economizar custos, bem como o planeta”, acrescentou Symons.

Programas de sustentabilidade

Embora a crise tenha empurrado a sustentabilidade para baixo na agenda corporativa, 59% dos entrevistados disseram que não administrar um negócio ético e sustentável era um risco comercial significativo que afetava seus resultados financeiros. As fábricas inteligentes podem economizar 30% nos custos de energia, por exemplo.

Além disso, 85% dos entrevistados disseram que seu negócio está investindo para se tornar mais sustentável. Isso inclui novas tecnologias de coleta de dados para dar uma melhor visão sobre as métricas de sustentabilidade e gerenciamento e controle de fatores como o uso de energia.

“A pandemia vai parar de alguma forma. Mas as mudanças climáticas, sustentabilidade – essas tendências e riscos estarão aqui pelas próximas décadas”, explica Erwin Verstraelen, CDO e CIO do Porto de Antuérpia, na Bélgica. “Por exemplo, o The European Green Deal [Acordo Verde Europeu] vai colocar mais pressão sobre todas as partes interessadas para identificar as origens das emissões e minimizar sua pegada ambiental. A cadeia de suprimentos é um elemento importante disso”.

Se as ações das organizações seguirem sua ambição, os programas de gestão da sustentabilidade orientados digitalmente se tornarão quase universais dentro de dois anos, de acordo com o estudo.

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