Apenas 2,9% dos sites brasileiros passam em testes de acessibilidade

Estudo da BigDataCorp revela avanços significativos em categorias como streaming e imagens, mas web brasileira precisa de (muitas) melhorias

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8:50 am - 03 de julho de 2024

Os sites brasileiros não oferecem uma boa experiência para pessoas com deficiência, e houve com uma piora de acessibilidade no último ano. A situação está longe de ser a ideal, indica pesquisa realizada pela BigDataCorp em parceria com o Movimento Web para Todos (WPT) e divulgada essa semana.

Foram avaliados 26,3 milhões de sites ativos no País, 11% mais do que a edição da pesquisa de 2023. Apesar do salto de 0,5% em 2022 para 3,3% em 2023 na taxa de sucesso dos testes aplicados, houve queda para 2,9% em 2024. Isso mostra, segundo os organizadores do estudo, “variações significativas” nos novos sites no momento da análise dos dados.

“O aumento da quantidade de sites ativos, principalmente os sites pequenos, nos quais a preocupação com acessibilidade não está no topo, é um dos fatores que pode indicar o declínio da acessibilidade digital no País”, explica em comunicado Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp. “Também vale mencionar que, conforme aumenta a complexidade dos sites e da navegação, a tendência de testes falharem fica cada vez maior.”

Para a análise, a BigDataCorp capturou dados da internet extraídos de visitas a todos os sites brasileiros (ativos e inativos), dos quais são obtidas informações estruturadas e links. Para esse estudo, foram desconsiderados os sites inativos, ou seja, os que estavam fora do ar ou que não responderam a visitas por quatro semanas seguidas. Na soma, foram avaliados 26,3 milhões de sites brasileiros.

A ferramenta coleta os sites e verifica em todas as páginas públicas se existe, por exemplo, formulários e imagens, e se estão de acordo com os critérios selecionados para a verificação. As páginas protegidas por senha não foram avaliadas.

É possível acessar o estudo completo nesse link.

Em detalhes

Segundo o estudo, todas as categorias tiveram pequena melhora na conformidade com todos os testes. A grande maioria teve saltos de 1 a 2 pontos percentuais em comparação com o ano anterior.

Em 2022 a média de todas as categorias ficava em torno de 0,3%. Em 2023 esse número passou para 2,6% e em 2024 para 3,3%. A categoria responsável por elevar esse número foi a de streaming, que teve um aumento acima da média (mais de 9 pontos percentuais).

Segundo Reinaldo Ferraz, especialista em acessibilidade digital do NIC.br, em relação aos formulários e links, foi vista uma estabilidade com um leve crescimento, o que é positivo. Imagens com descrição tiveram um aumento significativo na conformidade, mas ainda não é para comemorar.

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“O salto no percentual de imagens com descrição de 15,8% em 2022 para 42,8% neste ano surpreende, talvez devido a ferramentas de geração automática de descrições ou outro recurso desconhecido. O problema é que não conseguimos mensurar a qualidade dessas descrições, se elas efetivamente descrevem as imagens publicadas nas páginas”, diz o especialista.

Dos sites governamentais analisados, 90% apresentaram algum problema de acessibilidade em cinco testes realizados, com apenas 10% deles sem falhas. Comparativamente, em 2023, 97,7% dos sites governamentais tinham problemas, com 2,3% sem falhas.

” Apesar das variações dos dados ao longo dos anos, é visível que há uma necessidade urgente de ações mais efetivas. Melhorar a acessibilidade digital não só cumpre uma obrigação legal, mas também garante inclusão, transparência e acesso igualitário a todos os cidadãos brasileiros”, diz Rodrigues.

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Redação

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