Panasonic reforça “trabalho de bastidores” para crescer no B2B

Diretor Comercial de Soluções de Sistema B2B da japonesa conta estratégias e tendências para o mercado de TI

Author Photo
3:40 pm - 16 de outubro de 2020
panasonic b2b Kiev, Ukraine - April 22, 2018: Hand of cameraman holding professional video camcorder Panasonic AU-EVA1 in studio on a dark wall, copyspace

Não teve como fugir: todo mundo conferiu alguma live durante os meses de pandemia. Outra área que precisou fazer verdadeiros malabarismos tecnológicos para se manter funcionando foi a de atendimento, com vários call centers sendo transportados de um dia para o outro para as casas dos colaboradores. Quando comentamos essas duas áreas, não é lá muito comum pensar na Panasonic ou em sua atuação no segmento B2B.

Um dos responsáveis por atender essas áreas evidenciadas pela pandemia na multinacional japonesa, Kenji Suzuki não se surpreende com a aceleração da transformação digital. Apesar de ser mais conhecida por seus produtos para consumidores finais, a marca oferece suporte nos bastidores para áreas como telecomunicações, broadcasting, saúde e várias outras.

Na Panasonic desde 1992, o executivo aponta que a velocidade é o que mais mudou desde que começou sua jornada na companhia. “A digitalização foi a maior mudança na tecnologia desde que cheguei na Panasonic. Essas mudanças fizeram com que nossos clientes também evoluíssem com uma velocidade maior”, explica Suzuki, que é diretor comercial de soluções de sistema B2B da Panasonic do Brasil.

Suporte e aceleração

O japonês chegou ao Brasil em 2019 e sorri ao falar que a marca tem nomes como Rede Globo e TV Record entre seus clientes corporativos. Nomeado para o cargo atual em janeiro de 2020, o executivo explica que o primeiro desafio foi atender aos clientes da área de telecomunicações (a marca tem soluções para telefonia de call centes, por exemplo).

Dá para imaginar o impacto do home office mandatório num call center? Pois bem, a empresa precisou se adequar para levar os recursos presentes nesses locais para a casa dos colaboradores de seus clientes. “Com a pandemia, a digitalização foi acelerada e, na área de telecomunicação, por exemplo, houve uma demanda maior por mobilidade, portabilidade e segurança”, conta Suzuki.

Com a nova situação, esse papel é feito pelo smartphone ou pelos computadores nas casas dos colaboradores. Então, a gestão das informações se tornou um desafio, segundo o executivo da Panasonic. A marca reforçou seus softwares para aplicar uma nova camada de segurança e prevenir qualquer ciberataque às redes usadas para comunicação.

Para o executivo japonês, o formato híbrido deve continuar por um bom tempo.

O verdadeiro trabalho remoto

Suzuki acredita que, além do home office, outra tendência será o trabalho remoto. E, não, as duas expressões não querem dizer a mesma coisa. O executivo japonês exemplifica o que quer dizer falando sobre o mercado de mídia e entrentenimento, como emissoras de televisão

“Usualmente fazem shows ao vivo com plateia, muitas pessoas na produção. Agora eles precisam entregar esse mesmo conteúdo, só que com o mínimo de pessoas num estúdio, por exemplo”, conta o diretor de soluções B2B da Panasonic. E, como realizar essa tarefa? É aqui que entra o tal do trabalho remoto. A operação de câmeras num estúdio é feita de maneira remota por um profissional que está na sua casa.

Mais do que isso: além da gravação, os equipamentos fazem o processamento para que esse material seja apresentado ao vivo na internet. Os equipamentos e soluções de softwares da marca também são responsáveis por munir os diretores das atrações do necessário para que possam comandar as atrações com o menor número de pessoas no local.

“Como é uma solução baseada em software, um engenheiro pode entregar esse programa de casa, trabalhando de forma remota. Mas, [para a audiência] o programa é o mesmo. Essa é uma tendência que deve continuar [após a pandemia]”, explica Kenji Suzuki.

Saúde está no ar

Uma terceira tendência que está recebendo atenção especial dos times de pesquisa e desenvolvimento da Panasonic é a saúde. Especialmente, áreas como tratamento de ar. O executivo explica que essa preocupação com a saúde e manutenção de ar em locais fechados deve crescer no pós-pandemia.

Sistemas de ar-condicionado que sejam capazes de manter o ambiente livre — ou o máximo próximo disso — de Covid-19 e outros, podem ter um diferencial interessante no futuro. “A qualidade do ar vai ser mais importante, para evitar qualquer vírus ou mesmo poluição”, comente o diretor da Panasonic. Uma das líderes globais no segmento, a marca tem investido na pesquisa de soluções que possam manter esses ambientes seguros e acredita que essa será uma tendência no futuro.

Ao fim da entrevista ao IT Forum 365, fizemos a  “pergunta que não quer calar”. Como é liderar um time do outro lado do planeta? Bem humorado, o diretor da Panasonic no Brasil lamenta o fato de ainda não ter aprendido português. Depois, volta ao “modo executivo” e responde:

“Um dos princípios da empresa é contribuir para a sociedade e contribuir localmente, por isso temos plantas espalhadas por diversos paises. Isso significa entender a cultura brasileira, ouvir o que eles [membros do time] querem, suas ideias, compreendê-las e misturá-las com o ponto de vista japonês. Unido cultura brasileira e japonesa. Esse é o meu conceito para liderar”, conta Suzuki.

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.