Executivas mulheres compartilham lições de carreiras pautadas por mudanças
Durante o RD Summit, executivas debateram mudanças em suas trajetórias profissionais que trouxeram ensinamentos
Transições de carreira são momentos que podem gerar muita ansiedade, mas também são oportunidades para uma evolução profissional inesperada. Esse foi o principal aprendizado de um painel realizado nesta sexta-feira (10), durante o RD Summit, que reuniu executivas mulheres em uma conversa sobre suas trajetórias profissionais.
Chief Revenue Officer (CRO) da RD Station, Erika Tornice passou por essas transições de carreira ao longo de sua trajetória. Hoje no segmento de tecnologia, a executiva começou no setor financeiro e passou por múltiplas posições de liderança ao longo das suas últimas duas décadas de experiência.
Em determinado ponto de sua carreira, recebeu uma proposta inusitada: assumiria uma posição de gestora, mas sem equipe própria. “Durante o processo falaram que eu iria liderar ‘times virtuais’”, contou. No princípio, a proposta causou estranheza. Mas a executiva logo entendeu os aprendizados que a posição traria. “Precisei liderar por influência, sem ter gestão direta”, compartilhou. “Eu liderava times que estavam em várias partes da organização, reportavam para outros líderes. Mas eu era responsável pelo projeto”.
Dessa experiência, assim como de outras transições que realizou antes de chegar à RD Station, Erika contou que desenvolveu uma nova perspectiva sobre a evolução de carreira: nenhuma trajetória precisa ser “linear” para ser bem-sucedida.
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”A carreira muito linear às vezes não nos deixa ver oportunidades que existem”, contou.”Muitas vezes pode parecer um passo para trás ou um passo para o lado, mas você está desenvolvendo competências que vão ser fundamentais que vão ser para o passo que você vai dar lá na frente”.
Tatiana Pimenta, CEO e fundadora da Vittude, startup do setor da saúde, também viveu uma experiência de transformação. Antes de empreender, a executiva atuava no setor da engenharia civil, mas foi desligada da empresa na qual estava por conta de um processo de reestruturação.
No mesmo dia da demissão, seu pai foi diagnosticado com um câncer. Os episódios levaram Tatiana a enfrentar um quadro de depressão, que a afastou do mercado de trabalho para que pudesse cuidar de sua saúde mental e acompanhar o processo de recuperação de seu pai.
Uma das oportunidades que teve no passado foi gerenciar o time de vendas da Hilti, multinacional do setor de materiais para construção. A posição, no entanto, seria um “passo atrás” na carreira e também vinha com um pré-requisito: Tatiana teria que trabalhar seis meses no campo, como vendedora, para que Tatiana pudesse aprender habilidades que não tinha no segmento. “Foi um dos desafios mais críticos da carreira, porque eu não fazia ideia de como era vender na ponta.”
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Essa experiência, contou, ao lado do que experimentou durante seu próprio processo de tratamento da depressão, foi fundamental para a criação da Vittude. “Hoje eu olho para trás, e a gente não consegue ver isso olhando para frente, mas foi a melhor coisa que me aconteceu, porque me preparou para o processo de venda da Vittude, que é muito complexo”, contou. “Se não tivesse passado por aquela experiência de vendedora na raça, na ponta, talvez eu tivesse mais dificuldade”.
Tatiane Tiemi Shirazawa, da GPTW Brasil, também compartilhou uma história sobre processos inusitados de carreira – e de ouvir os mentores à sua volta para descobrir coisas novas. Sua chegada ao setor de vendas foi assim: por sugestão de um chefe, aceitou o desafio de migrar para o setor de vendas, mesmo sem acreditar que tinha as competências necessárias.
“Eu achei que não tinha nenhuma competência. Eu tinha aquele estereótipo que o vendedor tem muito mais que falar do que ouvir. Mas quando sentei na cadeira do comercial, eu vi que ouvir era muito mais importante”, comentou. Nessa posição, ela prosperou, e logo alcançou posições de liderança no segmento. “A gente ter que ter abertura e acreditar no que as pessoas nos falam”, compartilhou.
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