A mobilidade urbana é um desafio colossal para as cidades em desenvolvimento. Estudo da McKinsey mostra que, até 2030, 60% da população mundial viverá nas metrópoles, 50% a mais que hoje. E a frota global de carros, de mais de 1,2 bilhão, deverá dobrar em 11 anos. Há várias questões a serem solucionadas como o rápido crescimento das populações urbanas: a inadequada infraestrutura existente; o envelhecimento dos moradores que procuram manter-se independentes e com contínua mobilidade; o prejuízo causado pela enorme perda de tempo em congestionamentos também deve chegar a 4% do PIB dos países; a poluição concentrada entre populações densas; e a revisão do negócio dos estacionamentos, que andam perdendo mercado por conta do preço e da ascensão dos apps de transporte.
Para superar tantos obstáculos, o cenário constantemente sem solução já deixou claro que os sistemas atualmente em vigor são insuficientes, mesmo diante de incrementos. A saída para melhorias palpáveis, apontam especialistas, está na inovação empreendedora radical, aquela capaz de trazer melhorias disruptivas aos atuais sistemas de mobilidade. E é aí que entram os empreendedores que olham além do óbvio.
Com novo mindset que avance a partir de ideias como Uber, Cabify, 99, Yellow, Rappi. Essa é só a ponte do iceberg da transformação digital. “É preciso aproveitar essas plataformas que já foram criadas para construir novos serviços que tragam experiências e facilitem o dia a dia”, sugere Alessandra Andrade, coordenadora do Faap Business Hub. “Construir algo do zero, como foi o Uber e o Cabify, é algo caro e que demanda o investimento de um grande player. Não é algo para um pequeno.”
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Para quem está interessado em aproveitar as oportunidades, abrir a mente é o primeiro passo, pois mobilidade urbana não é só transporte, mas também novos hábitos e espaços de convivência, o que pode incluir ideias de lockers e co-livings. “O grande ponto de uma startup é resolver problemas reais que nós, cidadãos urbanos, temos. Para uma startup ter sucesso, ela não precisa ter uma ideia disruptiva. Ela precisa ter uma ideia de uma solução que resolva um problema real de forma rápida, segura e barata. Afinal, não adianta ter uma boa ideia e não ter viabilidade financeira”, avisa Mauricio Cataneo, vice-presidente e CFO da Unisys para América Latina, chairman do Comitê de Ética da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) e mentor que pessoalmente abraçou a missão pessoal de ajudar universitários e startupeiros em programas de mentoria.
O primeiro passo, sugere o executivo, é fazer um estudo dos problemas reais e tentar definir uma solução simples e escalável, ou seja, que pode ser reproduzida em grande quantidade. Como tem muita gente querendo empreender nessa área de mobilidade urbana, vale mirar na China, país mais populoso do mundo, onde a questão da escalabilidade é vital. “Se a solução resolve o problemas de vários, melhor. Até para atrair aquele investidor que olha as startups como celeiros de inovação e busca comprar ideias robustas”, alerta Cataneo.
Inspiração
Enquanto a ideia ainda não sai do papel, que tal ir se inspirando em ideias promissoras que já estão força? Em fase de pré-incubação, que se mostra promissora dada a demanda de cidades grandes como São Paulo e o surgimento de investidores interessados, é a WeGOTT. Oportunidade: a incerteza de como chegar ou sair de eventos, não saber quanto terá que pagar ou se haverá veículo disponível. A startup foi criada a partir do anseio de universitários de engenharia da Faap, a fim de propor uma solução para este incômodo. O projeto teve início em outubro de 2017, quando a equipe decidiu embarcar no desafio de startups Renault Experience, o qual o WeGOTT foi finalista.
“A gente vende a garantia de atendimento de transportes para as pessoas, através de atendimento prévio. O usuário fala de onde vai sair e para onde vai, em qual horário e já sabe o preço. Garantimos que se o motorista designado não for, o atendido será feito no horário e local pelos reservas”, conta Bárbara Brilhante, de 26 anos, aluna do oitavo semestre de Engenharia de Produção da Faap, que comanda o projeto ao lado de Rafael Pomin, de 22 anos, aluno do sexto semestre de Engenharia de Produção da Faap. A ideia é começar atendendo o mercado de eventos.
A ideia, neste primeiro momento, é trabalhar com motoristas que já utilizam aplicativos e outros que queiram atender pelo WeGOTT. Agora, a startup encontra-se na fase de captação de investimento. “Temos investidores já interessados, mas ainda não poderei abrir os nomes”, conta Bárbara.
Outro projeto conectado às mudanças do mercado é a ParkSe, um aplicativo que permite comprar permanências em estacionamentos e valets com antecedência e a preços mais acessíveis. A startup foi criada por Mateus Denardin, que mora em São Paulo, mas que vem de Belém (PA), onde sua família atua com concessionárias de caminhão, moto e carro há mais de 50 anos. Atento ao tema mobilidade, ele rodou mais de 300 estacionamentos para entender “as dores deles”. “Esse mercado deu uma desinchada. Já não tem mais espaço para todos. Há uma grande saturação de estacionamentos e, ao mesmo tempo, uma grande ociosidade, o que nos deu margem para atuar”, conta o empreendedor.
De julho a setembro, a ParkSe parte para a versão beta do aplicativo, com o intuito de receber feedback dos usuários, avaliar melhorias e preparar as novas versões. Para a empresa atingir o break even, ela terá que atingir 2 mil usuários ativos na plataforma. A ideia é que, por meio de um algoritmo, quem mais usar mais desconto terá – chegando a 30%.
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