Inteligência Artificial

7 tendências de IA generativa para 2024

Não é nenhum segredo que a inteligência artificial (IA) – em especial a IA generativa – monopolizou a discussão sobre tecnologia ao longo de 2023. Mas ao que tudo indica, isso é só o começo. O próximo ano se aproxima e a expectativa é que a IA continue a ser uma das tendências mais importantes para o mercado de TI.

Conforme mais empresas adotam ferramentas de IA e IA generativa, novos casos de uso deverão se desenvolver ao longo do ano, expandindo o potencial destas soluções. Junto a isso, no entanto, novos desafios surgiram no ecossistema de TI ao redor de temas como governança de dados e cibersegurança para garantir o bom funcionamento das IA corporativas.

Para quem deseja estar preparado para o caminho que a IA deverá tomar em 2024, o IT Forum separou tendências sobre o tema, agregando a leitura de sete empresas de diferentes áreas sobre o impacto da IA no mercado. Veja abaixo:

Cultura terá um papel importante na IA generativa

Grandes Modelos de Linguagem (LLMs) treinados em dados culturalmente diversos ganharão um entendimento mais sutil sobre a experiência humana e sobre os desafios sociais. Isso tornará a tecnologia mais “acessível” para usuários de todo o mundo, com maior fluência cultural. A previsão é de Werner Vogels, vice-presidente e CTO da Amazon.

Todos os anos, o executivo traz suas próprias previsões sobre o mundo de TI para os próximos 12 meses e, neste ano, a IA generativa foi parte importante das reflexões. “Para que os sistemas baseados em LLM tenham alcance mundial, eles precisam alcançar o tipo de fluência cultural que se desenvolve instintivamente nos humanos”, escreveu.

Leia também: Para diretor da Deal Technologies, IA no Brasil atingirá maturidade em 2026

Ele explicou: em um artigo publicado este ano, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia demonstraram que mesmo quando um LLM era utilizado com um prompt em árabe, que mencionava explicitamente uma oração islâmica, as respostas geradas recomendavam curtir uma bebida alcoólica com amigos, o que é culturalmente inapropriado. Muito disso tem relação com os dados disponíveis para treinamento. O Common Crawl, que foi utilizado para treinar muitos LLMs, é 46% em inglês, diz o executivo.

Segundo Vogels, como humanos, estamos acostumados a trabalhar com diferentes culturas e somos capazes de contextualizar essas informações, sintetizá-las, ajustar o nosso entendimento e responder adequadamente. Por isso, precisamos que as tecnologias também sejam capazes de fazê-lo. “Nos próximos anos, a cultura terá um papel crucial na forma como as tecnologias são desenvolvidas, implementadas e consumidas; seus efeitos serão ainda mais evidentes na IA generativa”, disse.

O impacto na computação empresarial

Para Manuvir Das, vice-presidente de computação empresarial da Nvidia, a personalização é crucial para as empresas – e será um norte de muitas aplicações de IA ao longo do próximo ano. Agora, ele pontua, organizações buscarão centenas de aplicações de IA adaptadas aos seus dados específicos. Esses modelos personalizados usam tecnologia de geração aumentada por recuperação (RAG) para conexões precisas. Grandes empresas já estão construindo serviços de IA com essa abordagem.

O código aberto também impulsiona o avanço da IA integrando soluções para desafios específicos nos negócios. A combinação de modelos pré-existentes com dados privados leva a ganhos de produtividade e redução de custos. A IA será mais acessível em várias plataformas. Em 2024, kits de desenvolvimento de software e APIs permitirão aos desenvolvedores personalizar modelos de IA com microsserviços, como RAG, argumenta Das. Isso trará assistentes inteligentes e ferramentas de sumarização atualizadas para empresas, sem exigir grande infraestrutura. Por fim, os usuários terão acesso a aplicações mais adaptáveis às suas necessidades.

Abordagem composta de IA

Na leitura da Dynatrace, o próximo ano trará uma compreensão renovada de empresas em relação à IA generativa. Passado o ciclo inicial de hype, organizações perceberão que a tecnologia, por si só, não tem um potencial de transformação. Como resultado, avançarão as abordagens que combinam a IA generativa com outros tipos e fontes de dados adicionais.

“As empresas estão reconhecendo que, isoladamente, a IA não proporcionará valor significativo a longo prazo. Estamos testemunhando a transição para uma abordagem mais holística, composta por outras inteligências. O impacto resultante dessa combinação promete ser verdadeiramente surpreendente para os negócios”, avaliou Bernd Greifeneder, Chief Tecnology Officer(CTO) da Dynatrace.

Esta abordagem permitirá um raciocínio mais avançado e trará precisão, contexto e significado aos resultados produzidos. Por exemplo, as equipes de desenvolvimento (DevOps) combinarão IA generativa com com sistemas preditivos baseada em fatos para acelerar a inovação digital, prevendo e prevenindo problemas antes que eles ocorram – e gerando novos fluxos de trabalho para automatizar o ciclo de vida de entrega de Software.

Avanço da visão computacional

A visão computacional é um campo da inteligência artificial (IA) que permite que computadores e sistemas extraiam informações significativas de imagens digitais, vídeos e outras entradas visuais. De acordo com a DHL, do ramo logístico, a tendência ganhará mais espaço a partir de 2024, especialmente em aplicações de setores como saúde, operações, gestão de ativos e logística. Esses sistemas podem agir em conformidade com um conjunto de regras predefinido ou fazer recomendações proativas, coletando e reunindo dados visuais por meio de algoritmos. Seu potencial trará mais versatilidade para diversas áreas do mercado global.

“A visão computacional tem visto desenvolvimentos rápidos e todas as indicações mostram que ela está se tornando uma tecnologia que molda a indústria e é promissora ao longo de toda a supply chain – seja para nossos clientes, funcionários, parceiros, como também para o meio ambiente”, explicou Katja Busch, diretora comercial e chefe de Soluções e Inovação para Clientes (CSI) da DHL.

Gerenciamento sustentável de energia na era da IA

À medida que países e empresas continuam a trabalhar para cumprir os compromissos de emissões líquidas zero, a tecnologia sustentável continuará a ser o centro das atenções ao longo de 2024. E a IA terá um papel importante nesta dinâmica.

Com a popularidade crescente da IA, também aumentam as demandas de energia para alimentar a tecnologia. A IA generativa e o aprendizado de máquina impulsionam cargas de trabalho de alto desempenho e o uso intensivo de computação, e estão transformando a próxima geração de hardware. Na visão da Equinix, a próxima geração de GPUs, CPUs e processadores de silício personalizados ainda consumirá muita energia e produzirá mais calor – o que significa que são mais difíceis de resfriar – exigindo uma abordagem alternativa e escalável para o resfriamento.

Veja mais: Nuvem híbrida é principal escolha de líderes de negócios para IA generativa

“Para abordar as inovações no design de hardware e na capacidade de processamento, diversas tecnologias que aproveitam a eficiência e a eficácia do resfriamento líquido estão surgindo como alternativas ao resfriamento a ar. No entanto, os clientes precisam de um parceiro para ajudá-los a definir a solução adequada aos seus desafios”, escreveu a empresa. “A edge computing se tornará crítica para atender aos atuais requisitos de poder de computação, enquanto os líderes de TI ajudarão a impulsionar grandes inovações tecnológicas ao longo dos próximos 12 meses para descobrir maneiras mais eficientes de gerenciar o uso de energia em data centers.”

“Shadow IA”

A IA generativa trará oportunidades, mas também desafios às empresas. Um deles será no mau emprego da tecnologia por times que vão além da TI dentro de organizações. A tendência é uma velha conhecida de times de tecnologia – a chamada ‘shadow IT’ –, mas tomará nova proporção com o avanço da IA dentro de estruturas empresariais. Essa é a avaliação de Jay Upchurch, CIO do SAS.

“Os CIOs já sofreram com a ‘shadow IT’ no passado e, agora, enfrentam a ‘shadow AI’ – soluções usadas ou desenvolvidas dentro das organizações sem autorização oficial ou monitoramento da área de TI”, explicou o executivo. “Funcionários bem-intencionados usarão cada vez mais ferramentas de IA generativa para aumentar a produtividade. E os CIOs entrarão na batalha diária contra a adoção de algumas dessas ferramentas e definindo barreiras para proteger a organização dos riscos associados”.

Explosão do uso da IA novos golpes

Outro desafio que deverá se tornar mais prevalente em 2024 é o uso de IA por cibercriminosos. De acordo com a Kaspersky, essas ferramentas serão usadas para criar anúncios, e-mails e sites falsos que imitarão os canais de comunicação legítimos. Isso deverá tornar mais difícil a distinção entre conteúdo genuíno e fraudulento. Esta abordagem baseada na IA levará a uma proliferação de campanhas de baixa qualidade. Mas, à medida que a barreira de entrada para os cibercriminosos diminui, o potencial de fraude aumenta.

“A principal conclusão que podemos tirar dos nossos prognósticos é que o cibercrime está simplificando suas operações. Essa constatação indica que golpes mais comuns como ransomware e as fraudes financeiras estão em uma fase de amadurecimento no qual os golpistas já sabem o que precisa ser feito e estão reduzindo o esforço necessário para serem lucrativos”, avalia Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.

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