Como a greve dos caminhoneiros pode travar o mercado de apps?

Especialista da Aioria Software House explica

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10:21 am - 30 de maio de 2018
greve

A paralisação dos caminhoneiros no Brasil, iniciada em 20/05, pode impactar negativamente os negócios de empresas que utilizam ou funcionam por aplicativos online.

Isto porque a internet e a telefonia móvel estão a um passo de colapsar, caso a greve não encerre ou medidas emergenciais não sejam tomadas: as operadoras de Telecom do país já pediram à Anatel que o abastecimento de combustíveis para seus carros seja priorizados, a fim de que possam se locomover para realizar serviços de manutenção de redes e manter a energia dos geradores de suas torres.

A análise é de Raul Amoretti, diretor da Aioria Software House, empresa especializada em aplicativos mobile e websites.

O executivo cita um comunicado enviado pelas Telcos à Anatel esta semana, informando que seus estoques de combustível estão quase zerados e que, se esta situação se mantiver, logo os serviços de telefonia e web poderão parar. Amoretti destaca que, se isso acontecer, o impacto pode ser enorme: segundo dados mais recentes do IBGE, 92,4% dos 116,1 milhões de habitantes brasileiros que acessam a Internet o fazem por meio de aplicativos, utilizando smartphones.

Outro estudo, da App Annie, mostra que o Brasil é o campeão mundial em uso de apps por dia, ficando na casa dos 12 por usuário a cada 24 horas.

“Se levarmos em conta que, só na Google Play Store, o número de aplicativos aumentou mais de 30 vezes entre 2009 e 2017, indo de menos de 100 mil a 3 milhões, também teremos noção da importância dada por empresas e consumidores a estas aplicações”, afirma o especialista.

“Além disso, conforme pesquisa da Criteo, mais de 50% das vendas online no Brasil são feitas em ambiente mobile, sendo que 30% são concretizadas em apps, ou seja: se os serviços de telefonia móvel e Internet sofrerem interrupção parcial ou total, os apps online também sofrerão e, por conseguinte, um imenso mercado de corporações, consumidores e usuários ficarão desatendidos”, complementa.

Para Amoretti, o cenário que se desenha é de negócios que poderão ser perdidos, comunicações que poderão não ser feitas, informações que deixarão de circular.

“Seja em função do desabastecimento de combustíveis para as operadoras de Telecom, seja por qualquer outro fator, a parada iminente dos serviços mobile e web é uma dor de cabeça para o mercado. Medidas para evitar e solucionar essa possível situação são, neste momento, essenciais para todos – as empresas, as pessoas, o país”, finaliza.

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