WRT350N – Wi-Fi N com servidor de arquivos
Há algumas semanas eu havia adiantado aos amigos do ForumPCs que estava em progresso um teste com o roteador WRT350N da Linksys. Na verdade é mais que um teste, pois em viagem realizada no final de fevereiro eu adquiri este produto para uso no meu escritório. Foi uma compra “de impulso”. Não estava precisando de roteador Wi-Fi. Estava procurando um roteador Wi-Fi de baixo custo, encomenda de um amigo que queria instalar uma rede sem fio em sua residência. Mas ao ver esta “belezinha” mudei de idéia. Passo o meu bravo e fiel WRT54G para o meu amigo e embarco nesse novo. Ele topou. Ainda bem, pois eu já tinha comprado!
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Há alguns grandes atrativos neste equipamento. Dispõe de um switch Gigabit de 4 portas, ótimo para quem tem PCs com placas de rede mais modernas e rápidas e usa o Vista sem o Service Pack 1, que é muuuuuuuuuuuuuuuuito lento para copiar arquivos em rede (o SP1 corrige isso graças a Deus). Tem uma porta USB para que se instale um disco removível e que este possa ser compartilhado na rede. O último atrativo é usar o padrão 802.11n , que em tese permite velocidades de transmissão pela rede sem fio de 200 Mbps ou mais.
Rede Wi-Fi no padrão “n” não me seduziu tanto assim. Aposto que como eu, a imensa maioria dos usuários que têm redes sem fio usa Internet, e-mails e carga de documentos “normais” (que não são gigantes). Assim a velocidade maior não é um atrativo tão grande, salvo quem queira usar a rede sem fio para fazer a difusão de vídeos de grande resolução (streaming).
Apesar disso o padrão “n” também promete grande ganho em alcance, ou seja, ter melhor sinal em maiores distâncias. Neste aspecto meu teste foi parcial. Até agora não tinha conseguido um adaptador Wi-Fi USB do padrão “n” e por isso fiz o teste com o meu notebook e com um Linksys USB, ambos padrão “g”. Obviamente não obtive ganho de velocidade. Tive um discreto (mas real) ganho no sinal. Em meu apartamento após cruzar 4 paredes o sinal ficava muito fraco, oscilando entre conectado-desconectado. Com o WRT350N tenho sinal estável após a quarta parede, mas não consigo cruzar a quinta parede. Perde o sinal. É provável que com um adaptador Wi-Fi “n” o ganho seja mais sensível. Fico devendo esta informação e comprovação. Atualizarei este tópico tão logo eu tenha feito o teste prático real.
Pesquisei sobre este modelo em alguns sites na Internet. Não há um grande entusiasmo pela performance sem fio deste modelo. O site ZDNET.COM fez um comparativo com vários outros roteadores “n” e o WRT350N ficou bem na média, mas mesmo assim com uma velocidade muito aquém dos prometidos 200 Mbps (embora bem acima do 54 Mbps nominais do padrão “g”). Como o padrão “n” ainda é provisório, não foi 100% homologado, após a versão final, com atualização de firmware poderá haver ganho adicional. Mas repito, não considero a VELOCIDADE o ponto forte deste modelo. O gráfico abaixo prova isso. O teste foi feito a 4 m do roteador. Em outro teste feito a 50 m apresenta o WRT350N com performance relativa um pouco pior.
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Mas voltando aos aspectos bons deste modelo, a rede Gigabit faz uma diferença INCRÍVEL!! Porém o que me motivou a gastar US$ 170 (preço nos EUA) neste aparelho foi a entrada USB para HD externo. Veja na foto abaixo.
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Uma moleza!! Assim defino o uso deste interessantíssimo recurso. Plugue o HD na porta USB. Se ele estiver formatado com NTFS e já contiver arquivos os compartilhamentos podem ser feitos imediatamente. Se não estiver formatado o WRT350N formata FAT32 (argh!!!). Por isso recomendo pré formatar o HD com NTFS!! O conceito de segurança é MUITO SIMPLES, até demais. Há dois grupos de usuários. Os que “podem tudo”, os “ADMINs” (lêem, gravam, apagam, criam pastas, etc.) e os que só podem ler os arquivos, os “GUESTs”. Isso é bom para redes pequenas, tipicamente redes domésticas. Em redes grandes seria impossível (muito chato) cadastrar dezenas e dezenas de usuários, pois não há integração com Active Directory do Windows Server ou cadastro de usuários do Windows XP/Vista. Observem abaixo as telas de gerenciamento do WRT350N que permitem configurar os compartilhamentos e usuários.
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Mas e o desempenho?? Nada mal. Considerando que a velocidade nominal da interface USB é 480 Mbps, acesso a arquivos como documentos, fotos ou planilhas é bastante fluente. Tanto que estou usando uma pasta compartilhada com os meus documentos mais importantes em produção há muitas semanas!! Mas tive uma decepção!!!
Quem lê meus textos sabe que sou “viciado” em Máquinas Virtuais. Uma de minhas ambições com esta configuração era manter o meu servidor virtual rodando no HD ligado ao roteador. Assim no caso de uma pane do PC que processa a máquina virtual, eu apenas mapearia o HD do roteador para outro PC o e ativaria neste outro PC. Sem estresse, sem demoras. Isso QUASE DEU CERTO!! Funcionou na verdade. Porém a diferença de velocidade de um HD SATA nativono PC (ligado direto na placa-mãe) e um HD USB na rede foi muito grande. A máquina virtual demorou cerca demais para iniciar sua operação.
Após esta looooooooooooooonga carga até que tudo ia bem. Minha demanda pelo servidor virtual não é tão alta, apesar de ter AD, Exchange, SQL e IIS nesta máquina. De fato usei dessa forma por alguns dias. Mas descobri um possíveldo WRT350N. Com a máquina virtual sendo processada “remotamente” (no HD USB pela rede), as leituras e gravações nos arquivos da VM são constantes. Após diversas horas, geralmente pouco mais de um dia o HD deixava de funcionar. Descobri que desligando e ligando o WRT350N o HD voltava a ser enxergado e podia ser lido novamente pela rede.
Rodar um SERVIDOR virtual assim não dá de jeito nenhum!! Voltei a máquina virtual para ser processada no HD local do PC e deixei o HD USB para acesso a arquivos eventuais. Eu tinha ficado TÃO ABORRECIDO com esta falha que pensei em usar o HD do roteador somente para backups. Mas o fato é que após voltar a usar o HD USB somente para acesso esporádico a arquivos na rede e instalação de alguns programas guardados lá, em dois meses só experimentei mais uma ou duas vezes este funesto fenômeno. Estou à espera de um novo firmware para ver se me livro de vez deste problema.
Assim eu conscientemente só posso recomendar o uso de HDs USB NESTA VERSÃO do WRT350N como um BACKUP de rede. Para guardar arquivos pouco acessados. Embora meus documentos importantes estejam lá, com o respectivo backup no disco local (lógica invertida – vejam as loucuras que faço para testar a fundo para dividir com vocês, he he he!!).
Quem for mais observador, perceberá que nas telas acima há outras funções interessantes como SERVIDOR FTP, para ser acessado remotamente pela Internet. Muito útil, por exemplo, para montar um repositório de arquivos que se pode precisar remotamente, drivers, programas de diagnóstico, arquivos pessoais, etc.
Fazendo uma análise “fria” o WRT350N é um bom equipamento. Mas acabei ficando com a impressão de que ao fazer a compra de forma impulsiva (não tinha como saber de todos estes detalhes antes), após testar estes dois meses, ele entregou menos que a minha expectativa inicial.Acho que este pragmático relato pode desestimular alguns a conhecer ou se interessar pelo WRT350N, ou fazer saber às pessoas das reais qualidade e defeitos deste roteador, que mesmo assim ainda pode atendê-los. Esse é o meu caso. Se não atendeu 100% dos meus anseios, atendeu uma razoável parte dele: rede Gigabit, um alcance Wi-Fi um pouco melhor, HD USB (com algumas restrições no uso)…
A conclusão é, agora que tenho rede Gigabit vou procurar um STORAGE Gigabit de custo acessível para atender às minhas necessidades. Curiosamente, sabem quem me ofereceu mais um desses storages de rede para testes? A NETGEAR, concorrente direta da LINKSYS, que, aliás, já me emprestara para testes há alguns meses um storage PATA 100 Mbps mais simples. Mas isso será assunto para outro teste, outra coluna!!!