Vou trocar de notebook. E agora? Parte 2

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10:37 am - 18 de outubro de 2012

Meu notebook ficou “cansado” após 3 anos e meio de uso e quero trocá-lo. Como escolher meu próximo dispositivo móvel?? Esta discussão iniciei no texto anterior “Vou trocar meu notebook, e agora? Parte 1“. Após divagar um pouco sobre tipo de dispositivo, o tamanho, vídeo, processador, bateria e dispositivo apontador chegou a hora de falar sobre mais 7 critérios que julgo importante na hora de escolher o meu próximo notebook. Vamos continuar…
Memória
Raros são os notebooks que são vendidos hoje com apenas 2 Gb de memória. 4 Gb é o  mais comum. Meu notebook atual foi expandido para 8 Gb pois meu perfil de uso, muitos programas simultâneos, dezenas de janelas de Internet e até máquinas virtuais exige que eu mantenha este nível de memória. Mas tenho uma ambição. Há vários modelos sendo vendidos já com 8 Gb (que não existia há 3 anos e meio quando comprei meu Lenovo). Isso é ótimo. Mas existe um detalhe FUNDAMENTAL para garantir a longevidade de uso deste novo equipamento. Vou buscar por um modelo que tenha 8 Gb de memória mas com apenas UM módulo. Dessa forma tenho terei como adquirir no futuro mais um módulo de 8 Gb e levar este futuro notebook a 16 Gb, quantidade só imaginada em computadores desktop até tempos atrás. E dessa forma uso de máquinas virtuais, dezenas de programas e janelas está garantido. E não podemos esquecer que um bom sistema operacional, seja Windows 7, Windows 8, MAC OS, etc. fazem uso de toda memória disponível visando acelerar o desempenho. Há muito tempo que digo, a melhor forma de acelerar um computador é sempre adicionando memória, é uma forma barata e muito eficaz.
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Rede
São poucas as variáveis e por isso fácil saber o que buscar. Rede Ethernet Gigabit. Lamentavelmente ainda há alguns fabricantes (ainda bem que são poucos) que ainda usam nos notebooks interface de rede Ethernet 100 Mps. Mesmo os switches de dispositivos de rede sem fio roteadores usados nas residências dispõem de interface Gigabit. Então porque aceitar um notebook que se comunica mais lentamente quando usado via cabo?? Nada disso!
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WiFi
Na época do pioneiro Centrino a conexão era no padrão 802.11 b, ou seja, 11 Mbps. Hoje em dia o comum é notebook suportar conexões no padrão “g” e “n”, o primeiro 54 Mbps e o segundo entre 150 Mbps e 300 Mbps. Mas mesmo no padrão “n” há uma sutileza a destacar. O mais comum é a rede sem fio trabalhar na frequência 2.4 Ghz, mas há pontos de acesso que trabalham a 5.0 Ghz, bem menos sujeito a interferências. É nítida a diferença quando se usa a conexão a 5.0 Ghz. Mas não é tão comum. Meu Lenovo de 3 anos e meio tem suporte a este tipo de conexão, mas misteriosamente ainda são poucos os notebooks que suportam este padrão (5.0 Ghz). Um notebook comprado agora precisa obrigatoriamente suportar as conexões de 150 Mbps do padrão “n”. Mas se possível, ter a característica dual de trabalhar também com WiFi de 5.0 Ghz é um diferencial bastante apreciável!!
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Disco

 

 

 

 
Espaço no HD é algo muito pessoal. Alguns ficariam bem com apenas 128 Gb e outros com discos gigantes de 1 TB!!! Mas tamanho à parte vale destacar a tecnologia dos discos. Os gigantes como 750 GB ou 1 TB geralmente são do tipo de 5400 rpm, ou seja, tem uma taxa de rotação um pouco mais lenta e por isso transferem informações um pouco mais lentamente que os discos de 7200 rpm, que são os preferíveis. Há bons discos de 500 GB de 7200 rpm nos notebooks ofertados pelo mercado. O topo da tecnologia são os SSDs, ou seja, armazenamento em um tipo de memória flash, como se fosse um pendrive gigante. Ainda são caros, mas valem cada centavo (desde que possa ser gasta a quantia extra). São pelo menos entre 5 e 8 vezes mais rápidos, que resultam em tempo de carga do Windows e dos programas extremamente ágeis. Há um meio termo que são os discos híbridos que são compostos por discos de tecnologia magnética convencional (5400 rpm ou 7200 rpm) mais uma parte em SSD. Esta parte pode ser tão pequena como 4 GB, 32 GB até 128 GB. Dessa forma o sistema de forma inteligente acaba alocando os dados, arquivos e programas mais usados na parte mais rápida (SSD) e isso já traz um grande benefício. Se couber no meu orçamento vou optar por SSD puro de 256 GB e usar um HD externo (USB 3.0 que é bem mais rápido) para dados e arquivos adicionais que não uso tanto. Se isso não for possível, um HD híbrido de 500 GB com 32 Gb ou 128 GB de SSD também é uma excelente opção. É questão de tempo haverá SSD de 1 TB a preço acessível e não tão mais caro que os HD convencionais de tecnologia magnética, mas ainda não chegou esta hora. Pena. Quem sabe não compro um notebook com HD convencional e quando chegarem os SSDs grandes a custo baixo eu não troco? É uma opção!!
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USB
Nem tem que pensar, o notebook obrigatoriamente PRECISA ter uma ou mais conexões USB 3.0. Este tipo de USB permite que HDs externos trabalhem na mesma velocidade de HDs internos do notebook, pois esta nova USB tem uma taxa de transferência extremamente maior que a USB convencional (0.48 Gbps contra 5.0 Gbps ? 10 vezes mais rápida). Porém este não é para mim a única exigência em relação às interfaces USB. Já vi notebook com apenas UMA conexão USB. Duas conexões para mim também é bem pouco.  Quando há tão poucas USBs no notebook é obrigatório usar um HUB USB que nem sempre é prático para ficar ligando e desligando toda hora. Penso que 3 conexões USB, com ao menos uma delas do tipo 3.0 é o ideal. Se tiver 4 USBs então melhor ainda, mas 3 já é bastante bom.
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Midia Ótica
 
 
Os charmosos e sofisticados Ultrabooks não têm drive ótico. É uma opção de projeto visando tornar o equipamento mais leve e mais fino. Acho válido e até uma boa ideia. Afinal o drive é usado pouquíssimas vezes para instalar programas ou eventualmente gravar algum CD/DVD ou mesmo para ver um filme. E ter para uma emergência um drive de DVD USB é algo simples e acessível (já tenho um que comprei para outra finalidade). Mas confesso que para o meu modelo de uso eu gosto de ter o drive ótico ali à disposição. Se puder ler também mídia Blu-ray seria muito bom, mas não essencial. Este é um item que depende totalmente do modelo de uso. Considero também um Ultrabook como meu próximo notebook e dessa forma não sentiria falta do drive. Mas se optar por um notebook que venha com este tipo de mídia preferiria ter suporte a todos os padrões que são CD, DVD, DVD-RAM (gravação) e Blu-ray (reprodução).
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Outras portas e conexões
Conector HDMI é fundamental hoje em dia para enviar a imagem para um monitor externo, TV, etc. É a forma atual de se fazer isso com a melhor qualidade. Porém se você dispõe de um monitor externo mais antigo, ou um projetor que tenha conector VGA, você também não pode abrir mão disso. Vários notebooks têm ambas as conexões. É algo para conferir e procurar aquilo que lhe serve. Conexões SERIAL ou PARALELA também estão sumindo ou praticamente extintas. Se há algum dispositivo que precise disso, será bem difícil achar. Mas mesmo assim há adaptadores USB-Serial ou USB-Paralela que resolvem o problema. Firewire também é um conector presente em alguns notebooks, mas diminuindo sua presença, pois com USB 3.0 Firewire deixa de fazer sentido. Analogamente ao caso anterior o uso de um adaptador USB-Firewire pode vir a ser necessário.
Leitor de cartões de memória é algo também essencial para um bom notebook e praticamente todos têm este recurso. Apenas julgo importante conferir se o exato tipo de cartão de memória possuído é suportado. No meu caso preciso ler cartões SD e MemoryStick Pro Duo. No notebook atual uso um adaptador SD-MemoryStick para ler ambos. Se precisasse ler CompactFlash seria necessário usar um adaptador externo USB para esta função. Podendo ter suporte para todos os formatos necessários sem usar um leitor externo é o melhor caso.
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Conclusão
 
 
Qual é o notebook ou ultrabook perfeito? Impossível apurar esta definição. É evidente que existem milhares de notebooks/ultrabooks ideais em função dos requisitos de cada uma das pessoas que está em busca de seu novo dispositivo. Mesmo assim arrisco-me a dizer que será difícil, senão impossível reunir em um só local todos os atributos desejáveis de uma vez só. Pelo menos para mim que venho me tornando exigente com o passar do tempo.  Se eu pudesse sonhar com o meu computador portátil ideal seria o seguinte:
Tamanho de tela de 14 polegadas, peso máximo de 2 Kg (4.4 lbs), processador Core i7 Ivy Bridge de 4 núcleos, 16 GB de memória RAM, SSD “puro” (não disco híbrido) de 1 Tbyte, sistema gráfico discreto conjugados com gráfico integrado (para economia de energia em aplicações que não requeiram altíssimo desempenho), resolução de tela de 1600×900 pixels, touchpad multigestual e trackpoint integrado, teclado retro iluminado, WiFi padrão abgn (até 300 Mbps em 2.4 e 5.0 Ghz), pelo menos 3 conectores USB 3.0, saída HDMI e VGA, rede Ethernet Gigabit, bateria de 6 células com autonomia de 3 a 6 horas com possibilidade de comprar uma bateria extra de 8 ou 9 células para ampliar este tempo de uso, leitor de cartão de memória que suporte SD e MemoryStick, drive ótico com suporte a blu-ray, bluetooth e sistema operacional Windows 8 Professional.
Esta máquina não existe. Existem algumas que têm configurações próximas que com alguns upgrades de memória ou disco chegaria perto. Mas isso não é novidade. Se você pensar, ao escolher um automóvel provavelmente também terá que fazer concessões e escolher o mais apropriado no conjunto de funcionalidades e recursos e PRINCIPALMENTE que caiba no seu orçamento. Este é o ponto chave. Comprar um notebook ou ultrabook é essencialmente a busca pelo ideal em confronto com o que existe no mercado e quanto dinheiro há no seu bolso. Esta é a mensagem final. A propósito já escolhi e comprei meu próximo notebook. Ele vai chegar após dia 21/10. Provavelmente eu faça uma avaliação completa para compartilhar com os leitores. Aguardem!!
Este texto foi originalmente publicado como “Vou trocar de notebook. E agora?” em meu blog FXREVIEW.

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