Vou trocar de notebook. E agora? Parte 1
Depois de algum tempo de uso é natural que desejemos substituir aquele notebook que nos acompanha. Seja pelo desgaste do próprio equipamento, pela mudança das necessidades ou às vezes por um defeito apresentado e que não vale a pena reparar o equipamento. Este é dilema pelo qual estou passando neste exato momento. Esta situação me fez passar por tantas reflexões que resolvi dividir com os leitores cada detalhe, dúvidas e descobertas que estou fazendo ao longo deste processo.
Eu entendo que os critérios que eu utilizo são um pouco “fora da curva” em relação à maioria das pessoas. Tenho necessidades bastante especiais e por isso escolher um novo dispositivo móvel, notebook ou ultrabook é complexo. Por isso mesmo aproveitei-me desta situação para criar este roteiro sugestão para que as pessoas possam avaliar o que é bom para si na hora de suas respectivas trocas. São as minhas reflexões pessoais, meus critérios que compartilho com os leitores e desde já estimulo o debate e troca de ideias a respeito.
A ideia é discutir o assunto em tópicos relacionados ao notebook ou ultrabook. Os temas abordados são os que seguem abaixo. Leia aqueles que são de seu maior interesse ou todos para uma visão mais ampla dos critérios que julgo importantes na escolha:
- Tipo de dispositivo
- O tamanho
- Vídeo
- Processador
- Bateria
- Dispositivo apontador
- Memória
- Rede
- WiFi
- Disco
- USB
- Midia Ótica
- Outras portas e conexões
Tipo de dispositivo
Tudo começa com a reflexão, “será que vou trocar meu notebook por outro notebook ou um Tablet é melhor?”. É uma dúvida pertinente. Se consumir informação, acesso à sites, redes sociais, e-mails é a grande atividade realizada quando fora de casa ou escritório não há dúvida que este é o melhor caminho. Leve, prático, versátil e porque não dizer, charmoso. Mas se no seu dia a dia você precisa criar muito conteúdo, textos, e-mails, etc. o Tablet não tem como ser seu único dispositivo. Tablets que permitem serem usados com teclado físico minimizam esta situação, mas nem sempre vão resolver todas as necessidades. Reflexão análoga pode ser feita com um smartphone. Mesmo aqueles que podem ser “atracados” em bases que os transformam em verdadeiros netbooks, se aplicações exigirem um pouco mais de poder de processamento, também não vai ser adequado.
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Já tive notebooks de 15, 14 e 13 polegadas. Há tamanhos maiores ou menores do que estes no mercado, mas um modelo de 17 polegadas não é exatamente o que se pode chamar de portátil, pois não há conforto na operação de leva-e-traz, salvo seja para transporte eventual. Por outro lado a experiência de uso de uma tela tão grande é bárbara. Mas não é meu caso, pois preciso de uma solução de tela com bom tamanho e que possa transportar diariamente. Por isso que por muito tempo eu tive notebooks com telas de 15 polegadas, foram vários, Toshiba, HP, Dell…
No outro extremo, notebooks pequenos com telas de 11 ou 12 polegadas, eu não me adapto a eles porque gosto de resoluções de tela de no mínimo 1440×900 pixels e com um dispositivo destes o tamanho das letras fica pequeno demais. Acabei me encontrando com notebooks de 14 polegadas como o velho Lenovo ThinkPad que tenho hoje. O compromisso tamanho, leveza, portabilidade e dimensão de tela é ideal para mim neste tipo de notebook. Será o tamanho que perseguirei na minha troca. Não posso deixar de falar do peso do notebook/ultrabook. Qualquer coisa acima de 2 Kg é pesado demais. Já tive notebook de 15 polegadas que pesava 32 Kg e era um suplício. Ultrabooks sofisticados com pouco mais de 1 Kg são maravilhosos, mas será que têm tudo de que preciso?
Vídeo
Uma vez que falei de tamanho aproveito para aprofundar a discussão no aspecto vídeo. O tamanho será de 14 polegadas, isso já é fato decidido. Mas como disse a popular resolução 1366×768, conhecida como HD (high definition) não me basta. Busco algo como 1440×900 ou 1600×900. Sei que uso muito programas abertos ao mesmo tempo e muitas vezes quero visualizá-los simultaneamente. Usando telas com resoluções menores não consigo colocar lado a lado 2, 3 ou às vezes 4 janelas ao mesmo tempo com tamanhos razoáveis. A conhecida resolução FullHD (1920×1080) é fantástica, bastante “espaçosa”, mas em dispositivos de 14 polegadas, que são, volto a experimentar as letras pequenas demais para o uso no dia a dia.
Mas outro aspecto muito importante é a tecnologia do vídeo utilizado. Basicamente os notebooks repetem o que existe há anos nos computadores de mesa. Falo de vídeo com tecnologia integrada ou discreta. Máximo desempenho se obtém com vídeos discretos, ou seja, há uma placa à parte dentro do notebook dedicada ao processamento das imagens. Nvidia e AMD têm soluções discretas impressionantes, capazes, por exemplo, de processar jogos bastante sofisticados em níveis de detalhe e qualidade bastante elevados.
Por outro lado a Intel e a AMD, que fabricam os processadores para os principais notebooks há tempos integraram os circuitos de vídeo em seus chips com resultados notáveis. E a cada geração só melhoram, pelo menos dobrando o desempenho ano a ano. Mas jamais um sistema de vídeo integrado será para tecnologia de vídeo discreto. Pelo menos não na mesma geração. Testes recentes que fiz me mostraram que as soluções integradas de hoje são têm aproximadamente o nível de desempenho de soluções discretas de 2 anos atrás. Assim minha decisão está tomada. Não preciso de notebook para jogos e sim outros tipos de atividades. Assim tanto a solução da AMD com Intel são mais que suficientes para mim. Mas preciso destacar que em testes recentes que fiz com diversos notebooks, as soluções de vídeo integrado têm, ao contrário de anos atrás, desempenho suficiente até para jogos sofisticados desde que resoluções e níveis de qualidade moderados sejam utilizados. Por fim lembro que o estado da arte é ter um dispositivo que tenha gráfico integrado e discreto ao mesmo tempo, pois desta forma em situação de uso leve a solução integrada é usada para efeito de economia de energia (uso em bateria) e na necessidade de alto desempenho o gráfico discreto (e potente) é utilizado.
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Processador
Há uma infinidade de opções, tanto por parte da AMD, com suas ótimas APUs (Accelerated Processing Unit), como pelos avançados processadores da Intel. Arrisco-me a dizer que para a grande maioria das pessoas este é o ponto “mais fácil” de escolher, pois o avanço nesta área é tão grande que praticamente todos os processadores atuais do mercado vão atender à demanda de um notebook de uso quotidiano. Na AMD temos as APUs A4, A6, A8 e A10 nas versões normais e baixo consumo. Na Intel temos Core i3, i5 e i7 também nas versões normais e de baixa voltagem.
O que difere é a quantidade de núcleos do processador (de 2 a 4) e tecnologia adicionais que sofisticam mais e mais cada solução. Via de regra CPUs com maior frequência (Ghz) são mais rápidas, mas não é uma regra rígida. Há sofisticações como elevação automática da frequência para atender uma demanda momentânea de maior processamento (modo Turbo), há mais filas de execução de tarefas (hyper-threading), etc. São tantas sofisticações que eu poderia fazer um texto somente sobre isso. Para mim, que tenho uma demanda grande por poder de processamento (além de usar muitos programas ao mesmo tempo rodo máquinas virtuais no meu notebook) seria ideal o máximo possível de “força”. Porém máximo de força se opõe à duração de bateria. Dilema complicado. Porém atualmente mesmo os processadores mais potentes têm a capacidade de irem desligando partes de si mesmo para minimizar o consumo. Dessa forma tanto um AMD A10 como um Intel Core i7 (ambos em modelos de 4 núcleos) são adequados para este meu uso. Não tivesse eu este perfil de uso incomum optaria por um processador mediano, mas vou buscar por um modelo topo, AMD A10 ou Core i7 de terceira geração (Ivy Bridge) de 4 núcleos.
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Bateria
Há notebooks com baterias de 4, 6, 8 ou 9 células, que indicam a capacidade total de carga. As mais comuns, de 6 células têm um bom compromisso entre durabilidade e peso e permitem entre 3 a 6 horas de autonomia, eventualmente mais se o uso for leve ou moderado. Alguns notebooks e Ultrabooks modernos não têm bateria destacável, ou seja, somente o fabricante consegue trocar as células em uma assistência autorizada. Não gosto disso. Busco por uma alternativa de bateria independente e que eu possa já no ato da aquisição ter uma bateria a mais para emergências (uso muito prolongado) e para me defender da invariável perda de eficiência que ocorre o tempo de uso. Geralmente além de 2 anos a bateria já tem meia vida e por isso ter uma nova ou pouco usada garante o bom uso. Bateria de 4 células não serve para mim, minha opção será por uma alternativa de 6 células e adquirir uma bateria reserva de 6 ou 9 células. Dessa forma teria entre 3 e 6 horas e uma força extra de 4 a 8 horas adicionais para emergências.
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Normalmente uso um mouse externo 90% do tempo e isso nem seria importante. Touchpad é a interface mais comum da imensa maioria dos notebooks. Mas confesso que estou mal acostumado com o trackpoint que existe no meu atual Lenovo Thinkpad T400. Seria ótimo contar com este tipo de dispositivo apontador em meu próximo notebook, mas infelizmente quase nenhum fabricante oferece mais este tipo de solução atualmente. Por outro lado o touchpad evoluiu bastante. Há modelos com suporte “multi-gestual”, ou seja, permite que mais de um dedo seja usado, movimento de “pinça” para fazer zoom-in e zoom-out, etc. Este é o ponto crítico para mim. Se tiver que abandonar o meu adorado trackpoint quero um touchpad mais evoluído. Adicionalmente preciso do suporte Bluetooth para usar um mouse sem fio com esta tecnologia e dessa forma não precisar ocupar uma porta USB com o receptor sem fio.
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Este texto foi originalmente publicado como “Vou trocar de notebook. E agora?” em meu blog FXREVIEW.