Resiliência das fintechs de crédito será ainda mais determinante em 2023

Brasil chega à reta final do ano desgastado por uma campanha eleitoral intensa e por indicadores que apontam para um 2023 para lá de desafiador

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por ABCD
8:59 am - 26 de outubro de 2022

Claudia Amira, diretora-executiva da ABCD

Marcado por fortes tensões políticas, por uma guerra internacional que parece longe do fim e pelos efeitos duradouros da crise recente de saúde na economia global, o ano caminha para seu fim sem muitos destaques positivos  mesmo para os mais otimistas. 

Internamente, o Brasil chega à reta final de 2022 desgastado por uma campanha eleitoral intensa e por indicadores que apontam para um 2023, independentemente dos resultados das urnas, para lá de desafiador. Dados da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revelam que 64 milhões de pessoas estavam negativadas em setembro. Em outras palavras, a cada dez brasileiros adultos, quatro eram inadimplentes. 

A seguir assim, um contingente considerável tende a iniciar o próximo ano com uma capacidade de consumo limitada, o que pode aumentar o grau de endividamento e trazer impactos à economia. Complica ainda mais o cenário macroeconômico as taxas de inflação e de juros em alta, o que repercute diretamente no mercado de crédito, uma vez que o risco aumenta assim como o custo para acessar os recursos financeiros. 

Nesse contexto, pode parecer fora de propósito traçar qualquer perspectiva positiva. No entanto, quando analisamos especificamente o segmento das fintechs de crédito, por exemplo, vemos que a resiliência tem feito diferença para o setor, principalmente no que se refere à inadimplência, o que pode ser determinante para 2023. 

Nascidas e consolidadas nos últimos cinco anos, as fintechs se acostumaram a atravessar ciclos econômicos cheios de obstáculos, tais como diminuição da renda e da capacidade de pagamento, no caso das pessoas físicas, e diminuição no faturamento das pessoas jurídicas. Ou seja, aquele céu azul, de brigadeiro, nunca chegou de fato a ser vislumbrado. 

Soma-se a isso a habilidade das fintechs em conhecer mais profundamente os clientes e, com isso, conseguir ofertar uma certa flexibilidade que as grandes instituições financeiras normalmente disponibilizam somente para empresas de grande porte e para clientes com quem mantêm um relacionamento de longa data. 

Quando analisamos o setor globalmente, vemos que as startups financeiras têm registrado avanços importantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, as fintechs são responsáveis por mais de 30% do volume do mercado de crédito pessoal. A tendência é que o Brasil, assim como outros países, sigam essa corrente no decorrer dos próximos anos. Vale destacar que o valor concedido pelas fintechs no país vem crescendo a taxas de 100% ao ano, o que resultará, mesmo com as instabilidades do caminho, em uma ampliação da atuação das fintechs de crédito e, consequentemente, um mercado de crédito mais inovador, inteligente e inclusivo para todos os brasileiros. 

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