CMO do Grupo Rcell analisa a Distribuição de TIC no Brasil
Levantamento realizado pela Abradisti constatou que cerca de 29% das empresas deixaram em investir no físico
É inegável a velocidade e transformação que o setor de TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação – vem sofrendo ao longo dos anos. O que muitos acharam que poderia ser um ápice por conta da pandemia, mesmo depois de três anos, vejo que os números seguem aumentando.
Analisando um mapeamento do mercado total de TIC movimentado pelos distribuidores de informática no País, incluindo as empresas de distribuição de TIC no Brasil que não são filiadas à Abradisti, cerca de 29% das empresas entrevistadas pela IT Data deixaram de investir no físico e migraram para o digital.
Hoje, entendo que as companhias passaram a buscar compreender cada vez mais o negócio do seu cliente. O cenário que era composto majoritariamente por lojas físicas, agora tem como predominância escritórios comerciais, e/ou home office e passaram a priorizar cada vez mais a comunicação digital. Em minha percepção, essa aceleração já era prevista e a COVID-19 foi apenas um fator de antecipação, e esse número tende a aumentar cada vez mais, visto o avanço constante da digitalização.
Essa transformação fez com que a distribuição de gastos das empresas também precisasse ser reestruturada, visto a necessidade de incrementar o investimento em tecnologia, como computadores, celulares e telecomunicações, como sites e mídias sociais.
Para citar um exemplo, vi recentemente uma análise sobre os investimentos em TIC em 2022, que deveriam somar US$ 76 bilhões no ano. Um fato interessante é que o Brasil está em 11º lugar no ranking de países que mais investem no segmento, representando cerca de 1,7% do faturando mundial, segundo a IDC Brasil. Esses dados mostram o empenho e a significativa mudança do cenário tecnológico global e como as empresas estão buscando formas de acompanhar essa evolução.
A verdade é que muitas empresas começaram a pensar além, como foi o caso da Rcell, que em um primeiro momento não dedicava esforços para a venda corporativa. No ano passado, foi criada a Rcell Corporate, quando percebemos que era possível atender tanto demandas do setor público quanto do privado. O foco está em oferecer dispositivos, estruturas, como linha branca, telas e conectividade para escolas e, principalmente, hotéis, já que hoje em dia grande parte das tarefas passaram a ser automatizadas.
Fui recentemente em um hotel e notei que tarefas como solicitar serviço de quarto, comes e bebes e até mesmo realizar o check-out foram adaptadas para serem feitas em TVs. Um outro exemplo é o notável crescimento da Grandstream, fabricante de equipamentos de comunicação IP de voz e vídeo, gateways e adaptadores de telefone analógico, vigilância por vídeo e aparelhos IP-PBX baseados em Asterisk.
Finalizo com o questionamento: será que o mercado está pronto para implementar essas tecnologias ao mesmo tempo em que promove uma qualidade de vida melhor aos seus colaboradores?
*Alexandre Della Volpe Elias é CMO do Grupo Rcell, uma empresa associada à ABRADISTI – Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação.
** Os artigos publicados na coluna não refletem necessariamente a opinião da ABRADISTI.