PRTG monitorando totalmente sua rede e infraestrutura ? parte 2
Este texto é a segunda parte do artigo iniciado em “PRTG ? monitorando totalmente sua rede e infraestrutura ? parte 1” o qual recomendo a leitura para melhor compreensão e entendimento. Neste segundo trecho será explicado como interpretar e usar as ricas informações e gráficos que o PRTG elabora exibindo o comportamento da rede. Além disso será comentada a interface do produto, condições comerciais e a minha conclusão sobre esta ferramenta.
Usando as informações dos sensores
Estes sensores mostrados são apenas um mínimo exemplo do que se pode obter com o PRTG. Pequeno exemplo mesmo. Eles foram mostrados em pequenos grupos, mas o administrador da rede poderá exibi-los todos de uma só vez e rapidamente saber o que está verde (está OK) e o que está vermelho (errado ou problema). Mas como o PRTG sabe diferenciar um do outro? É muito simples. Um sensor alocado pelo PRTG, por exemplo, espaço em disco no servidor herda um parâmetro automático do sistema o qual determina que abaixo de 10% é situação vermelha (problema) e abaixo de 20% é apenas um alerta amarelo. Mas o administrador pode alterar estes parâmetros segundo o seu próprio conceito e seu próprio entendimento mudando estes limites. Isso vale para todos os tipos de sensores.
Vide figura 01 – visão parcial da árvore com todos os sensores
Um detalhe importante não foi comentado, mas provavelmente quem está lendo este texto já deve ter percebido ou pensado. Cada um destes alertas vermelhos ou amarelos podem ser comunicados para a equipe de TI de muitas formas, como por exemplo, pelo envio de e-mail para um administrador ou para um grupo responsável pela infraestrura.
Mas além dos sensores vistos individualmente há diversos gráficos que têm uma importância imensa no processo de análise e principalmente na operação de prevenção de problemas. E isso é muito simples de ser compreendido. Veja por exemplo o gráfico do uso de memória no servidor dos últimos 30 dias. Neste momento há um alerta amarelo neste sensor, pois há apenas 11% livre.
Vide figura 02 – Use de memória nos últimos30 dias
Neste gráfico vejo que de uma forma praticamente constante a quantidade de memória livre vem caindo sistematicamente. Em pouco tempo entrará em alerta vermelho. Isso provavelmente significa que algum programa que roda neste servidor tem um defeito de programação conhecido como ?memory leak?, ou seja, vazamento de memória. Usa o recurso e não o devolve apropriadamente para o sistema operacional. Deve ser feita uma busca seletiva do tal programa e enquanto não se descobre o real vilão da memória, programar um ?restart? deste servidor é uma medida eficaz e necessária, caso contrário em alguns dias o servidor pode entrar em colapso por causa de falta de memória. Sem o PRTG seria muito difícil, senão impossível, ter esta visão e poder agir antes que algo ruim acontecesse.
De forma análoga os gráficos me ajudam a analisar outro problema reportado pelos sensores, o espaço em disco muito baixo, perto de 8%. Analisando o gráfico abaixo vemos que em 30 dias houve um decréscimo de 10% para 8% no espaço livre, com algumas variações para cima e para baixo (algum tipo de movimentação de arquivos). Conclusões que posso tirar. Se nada for feito entre 3 e 4 meses este servidor entrará em colapso por falta de espaço para arquivos. Posso não ter ampliar o espaço amanhã, mas isso deve ser programado para nos próximos 30 dias no máximo.
Vide figura 03 – Uso de HD nos últimos 30 dias
Estes são apenas dois exemplos muito simples de como observar os sensores de forma evolutiva é importante e como isso pode ajudar a antecipar problemas. Eu sei que ainda há uma quantidade colossal de informações a absorver e interpretar, bem como tantas outras ainda por coletar e monitorar. Mas enquanto isso posso olhar sempre que quiser a coleção de eventos críticos que aconteceram acompanhados pelo PRTG (tela abaixo).
Vide figura 04 – Eventos críticos dos últimos dias
Usando o console do PRTG ? Web e Desktop
O que torna o PRTG muito interessante e prático é sua forma de acesso, pois usando qualquer navegador como Internet Explorer, Chrome, Firefox, Safari, etc. ganhamos acesso ao sistema. Porém além desta forma há versão de aplicativos para vários ambientes. A versão PRTG Desktop Windows é incrivelmente sofisticada e com o uso das janelas, abas com diversas categorias de informações, tendo acesso a qualquer dado de qualquer dispositivo a apenas um ou dois cliques de mouse, etc. Claro que a interface Web consegue reproduzir toda funcionalidade, mas o aplicativo tem uma apresentação bastante rica e agradável na versão Desktop. Confesso que no dia a dia, como o aplicativo está instalado no próprio servidor onde reside o PRTG, acabo usando mais a versão Web.
Vide figura 05 – PRTG versão aplicativo Windows
Mas havia outra surpresa preparada pelo PRTG para mim. No site da empresa, http://www.paessler.com estão disponíveis aplicativos para smartphones para que o PRTG possa ser usado no celular em qualquer lugar. Estão disponíveis para as plataformas iOS (iPhone) e Android.
Vide figura 06 – exemplo das telas do PRTG usado em um smartphone Android
Forma de contratação do produto
A Paessler é extremamente clara e transparente. Seus preços de listas (todos) estão publicados em seu site e a cobrança se dá em função da quantidade de sensores disponíveis para utilização. Relembro que há uma versão gratuita ilimitada que funciona por 30 dias, uma versão gratuita eterna que suporta 10 sensores e as contidas nas tabelas abaixo.
A primeira tabela é o custo de licenciamento inicial do produto em função do número de sensores. Por exemplo, 1000 sensores (uma quantidade extremamente generosa mesmo para redes médias tornando-se grandes) custa US$ 2.230. Isso inclui também um ano de suporte e atualizações gratuitas do software. A segunda tabela contém os custos para extensão do suporte por 12, 24 ou 36 meses após a expiração da contratação adicional.
Vide figura 07 – PRTG ? custos de licenciamento, suporte e atualização
Convém explicar o que significam as versões UNLIMITED e CORPORATE (as duas últimas da primeira tabela). A versão Unlimited como o próprio nome sugere não impõe limite ao número de sensores que podem ser configurados em uma instalação do PRTG, sejam 5000, 10000, 20000… A versão Corporate também é uma versão ilimitada em relação à quantidade de sensores, porém ela pode ser instalada em servidores distintos, em várias localidades, vários escritórios, filiais, unidades fabris, etc.
Conclusão
É desnecessário justificar a importância de uma ferramenta deste tipo. Não se discute. O PRTG é um produto que vai se mostrando aos poucos. Não há um dia que eu o manipule que não encontro uma tela nova, um tipo novo de sensor, um gráfico que eu não havia analisado ainda, uma forma de organizar os segmentos de redes ou servidores e assim por diante.
O conceito de licenciamento por sensores é muito interessante e também democrático. Cada um usa aquilo que realmente precisa e quando precisa. O que me chamou a atenção foram a grande simplicidade de uso, as várias formas de ativação de sensores, desde a descoberta automática de todos os parâmetros de apenas um dispositivo, como a descoberta de uma só vez da rede toda!!! Neste último caso possivelmente o administrador do PRTG desejará limpar vários sensores de que ele não precisa, mas é muito útil vasculhar a rede toda uma vez que por vezes são encontrados dispositivos esquecidos e que só assim são resgatados pela equipe de TI, nem que seja para desativá-los de vez.
Acesso via Web, também por um rico aplicativo desktop e aplicativos para os smartphones são de grande destaque pela riqueza na exibição de informações de um lado e pela praticidade de levar um console PRTG no bolso e acompanhar eventos importantes.
A política de preços é clara e transparente, publicada no site do produto, bem como as condições de suporte e manutenção. No Brasil há revendas habilitadas a vender o produto e até prestar serviços de implantação. Tive apenas uma situação que não ficou bem resolvida na minha implantação do PRTG que foi a impossibilidade de testar o funcionamento de um servidor DHCP. O sensor para isso não está completo e por isso espero que em uma das próximas atualizações venha a acrescentar esta importante facilidade, acabei me valendo de um artifício para isso.
Simplicidade, facilidade de uso, preço transparente, excelência técnica, riqueza na quantidade e variedade de sensores e ser um incrível instrumento para realizar análises e tirar conclusões. Estas são as virtudes que vi no PRTG. Afinal ter uma infraestrutura sem monitoração é como dirigir um carro às cegas. Por isso mesmo o PRTG é essencial para descobrir pontos de possíveis falhas antes mesmos delas ocorrerem e manter tudo funcionando.
PS : este texto foi originalmente publicado como “PRTG ? monitorando totalmente sua rede e infraestrutura” em meu blog pessoal FXREVIEW