Como pequenas mudanças podem levar a grandes transformações
Ao contrário do que muitos imaginam, as grandes inovações começam de forma simples, mas crescem de forma exponencial
O conceito de inovação disruptiva, cunhado por Clayton M. Christensen, desafia o status quo ao introduzir mudanças significativas nos modelos de negócios, produtos ou serviços que reformulam o mercado e criam novas demandas. De acordo com a pesquisa “PD&I e inovação aberta no Brasil – As práticas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)”, realizada pela Deloitte, 69% das companhias entrevistadas mantiveram estratégias de PD&I em 2022, e 51% possuem a intenção de intensificar os investimentos nessa agenda nos próximos três anos.
Mas, ao contrário do que muitos imaginam, as grandes inovações começam de forma simples, mas crescem de forma exponencial, atraindo públicos que anteriormente eram ignorados pelo mercado principal ou que necessitavam de soluções mais acessíveis e convenientes.
Isso porque a disrupção oferece alternativas inesperadas, que podem até ser vistas como inferiores inicialmente, mas que transformam os modelos de negócio e possibilitam alcançar novos mercados e atrair clientes de forma eficaz. E ao disponibilizar produtos ou serviços mais acessíveis e simples, é muito mais fácil conquistar consumidores antes marginalizados ou insatisfeitos, alargando o espectro do mercado.
Porém, é interessante observar que os concorrentes estabelecidos muitas vezes ignoram a inovação disruptiva, mas só até que ela comece a afetar seus negócios – momento em que pode ser tarde demais para agir.
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Na minha experiência como empreendedor e fundador de uma empresa inovadora e que se reinventa sempre que preciso, acredito que a inovação disruptiva frequentemente surge em nichos de mercado e depois escala para desafiar ou substituir os líderes já estabelecidos. Este processo reconfigura as relações entre clientes e organizações, e abre caminhos para negócios com recursos limitados desafiarem grandes jogadores.
Alguns exemplos de companhias que se saíram bem nessa jornada são a Netflix, que redefiniu a maneira como o consumo de mídia ocorre ao introduzir o streaming sob demanda – que, vale destacar, veio de uma preferência emergente dos consumidores por conveniência e acesso instantâneo -, deslocando gigantes da locação de vídeo e provocando uma revolução digital; o Uber, que mudou a cara do transporte privado ao oferecer uma alternativa acessível ao táxi e permitir que qualquer um se torne um motorista, quebrando barreiras regulatórias e de mercado mesmo diante de intensa oposição, e o Airbnb, responsável por transformar o setor de hospedagem ao possibilitar que pessoas comuns alugassem seus espaços para turistas, promovendo uma experiência mais autêntica e personalizada em viagens.
Todos esses cases de sucesso mostram que a inovação disruptiva pode e deve derivar muito valor de recursos subutilizados. Ao focar no essencial e abraçar a flexibilidade, é possível capitalizar em cima de oportunidades muitas vezes desconsideradas por grandes corporações e se destacar no mercado.
Ao analisar os setores regulados, fica claro que a inovação muitas vezes enfrenta barreiras. Porém, quando superadas, esses segmentos podem oferecer solo fértil para a sedimentação de novidades disruptivas, e para dominar esse jogo é preciso investir em tecnologias, que são vetores primordiais para a sobrevivência e a ascensão das empresas, além de se mostrarem propulsoras primárias de mudança e permitirem a criação de ofertas que deslocam antigos paradigmas.
Portanto, acredito que as empresas devem estar atentas a essas mudanças, pois o impacto da inovação não se restringe ao produto ou solução em si; ele reverbera em toda a cadeia social e cultural, moldando a forma como vivemos e interagimos. A inovação é, na minha experiência, um motor de evolução em constante diálogo com as demandas e possibilidades do contexto humano.
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