Já pensou em se tornar um marketplace? 

O avanço do mundo tecnológico redefiniu diversos aspectos do comportamento de compra e venda de um produto: além da interação e da comunicação, as transações comerciais e o empreendedorismo em si foram impactados. Quando precisam digitalizar seus negócios, muitos varejistas pensam em criar um e-commerce, mas nem sempre os e-commerces se atentam à oportunidade de se tornarem um marketplace. A era digital em que vivemos acelerou esse  modelo de negócio como uma parte fundamental no comércio eletrônico e eu explico o porquê.

Embora os conceitos estejam interligados à venda de produtos online, eles representam abordagens diferentes para alcançar esse objetivo. O marketplace é um modelo de negócio que reúne vendedores independentes e produtos em uma única plataforma, possibilitando que os consumidores encontrem uma grande variedade de itens e atendentes em um único lugar. Esses chamados sellers ficam responsáveis por seu próprio armazenamento e envio dos produtos, apoiados pela logística do marketplace. Essa é uma maneira de destravar o negócio, visto que o modelo já traz um enorme volume de tráfego de clientes para seu negócio. Os mesmos vendedores vão trabalhar em uma vitrine virtual consideravelmente maior, e isso se retroalimenta diariamente. 

Um estudo realizado pelo E-commerce Brasil revela que 95% das pessoas que efetuam transações pela internet por meio de um marketplace. Além disso, o estudo solicitado pela Infobip à consultoria IDC mostra que 88% dos entrevistados realizam compras em algum dos canais de vendas digitais.

Mas quem pode aderir a esse modelo de negócio?

Ser um marketplace é indicado para aqueles varejistas que possuem um e-commerce com grande tráfego de clientes, mas que não conseguem absorver todos, seja por falta de produto, armazenamento ou logística. Mas não são somente as grandes redes que podem aderir ao modelo. Atualmente, podemos observar que o marketplace se expande aos negócios de bairro, shoppings e outros estabelecimentos. 

Para que os varejistas possam se destacar em seu marketplace é preciso estar atento à seguinte observação: consumidores tendem a comprar os produtos que precisam em um único lugar. Posto isso, o e-commerce com grande tráfego e com produtos reduzidos podem virar marketplaces. Quanto mais vendedores tiverem, maior será o estoque para revender.  

Margem de lucro

No e-commerce, a margem de lucro é maior quando o estoque é próprio, o que, consequentemente, requer maior compra de produtos, armazenamento e logística, investimentos que acabam consumindo boa parte da margem de lucro. Diante disso, em termos financeiros, o marketplace também se torna uma opção mais vantajosa.  

Para que o varejista consiga desenvolver com êxito os pontos que comentei acima, é preciso investir em tecnologia. A plataforma precisa estar preparada para receber diferentes vendedores e estoques. Além disso, é importante ter ferramentas de gestão do conteúdo (deixar que o seller cadastre produtos livremente sem moderação pode ser um ponto de atenção). A plataforma pode ter um catálogo de produtos previamente cadastrados, por exemplo.  Além disso, é  preciso suportar a quantidade de informações e tráfego. Outro ponto de atenção é que a sua plataforma precisa permitir regras de ranking de produtos. Quando o consumidor fizer uma busca, é necessário que os produtos apareçam em uma ordem lógica, considerando reputação, preço de frete, entre outros.

Também é fundamental ter um mecanismo de pagamento bem estabelecido que consiga receber do consumidor, repassar o valor ao seller e o percentual ao e-commerce. Já em relação à entrega, quando o cliente realiza a compra de sellers diferentes, é importante que a plataforma informe a quantidade de pacotes enviados e a previsão de envio de cada item separadamente.  

Essa é a maneira de interagir com o cenário comercial atual: as plataformas não podem ser uma dificuldade. Elas precisam ajudar o varejista em tudo o que ele deseja, sem ser um limitador. E você? Já pensou em ter seu próprio marketplace?