Inteligência artificial no marketing: ela não vai fazer o trabalho por você
Conhecer a ferramenta e suas limitações é crucial para um bom trabalho no marketing
Muito tem se falado que 2023 é o ano da Inteligência Artificial. Esse título foi dado por conta de algumas projeções e estudos, e também, em grande parte, por conta da crescente popularização que a tecnologia vem recebendo durante este ano.
Segundo dados do relatório Artificial Intelligence – In-depth Market Insights & Data Analysis, publicado pela Statista, a receita do mercado de softwares de inteligência artificial deve crescer 35% ao ano até 2025, quando poderá atingir o valor de US$ 126 bilhões.
O investimento global em inteligência artificial é liderado pela China que, em 2021, aplicou US$ 622 bilhões em pesquisa e desenvolvimento dessa tecnologia. O Brasil avança e já é o décimo país da lista, com US$ 38 bilhões investidos. Os números mostram um cenário promissor, não é mesmo? Mas será que a IA realmente faz tudo?
Acredito que está cada vez mais clara a importância da inteligência artificial no marketing e em tantos outros segmentos do mercado – e da sociedade. Mas não dá para falar das maravilhas da IA sem valorizar a importância humana no processo! Devo te informar que a inteligência artificial não sabe planejar com os detalhes e variáveis que os projetos apresentam, não tem a criatividade humana, não consegue conhecer seu público de maneira humana, entre outras atribuições.
Ela é sim uma ferramenta poderosa que pode aprimorar as estratégias de marketing, mas o sucesso ainda depende da criatividade, da estratégia e do envolvimento humano. Para facilitar o entendimento, reuni abaixo algumas coisas que a IA pode e não pode fazer nas estratégias de marketing. Veja:
O que a IA pode fazer no marketing
- Análise de dados em tempo real: a inteligência artificial pode analisar dados em tempo real e, assim, fornecer insights preciosos e instantâneos sobre o desempenho de campanhas, o que ajuda na tomada assertiva de decisões.
- Chatbots e atendimento ao cliente: chatbots com IA podem responder a perguntas frequentes e oferecer suporte ao cliente 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isso ajuda a triar o atendimento inicial, fornecer respostas rápidas a questões mais básicas, e a direcionar o cliente para o atendimento humanizado de forma mais assertiva e apenas quando necessário.
- Automatização: tarefas repetitivas e bastante operacionais, como envio de e-mails, publicação de conteúdo e otimização de anúncios, podem ser automatizadas com IA, economizando tempo do time profissional, que pode se dedicar a tarefas mais estratégicas, além de economizar recursos.
- Segmentação de audiência: a IA pode analisar grandes conjuntos de dados para identificar segmentos de público-alvo mais precisos. Com essas análises, os profissionais de marketing podem personalizar e direcionar suas mensagens de maneira ainda mais eficaz.
- Recomendações de conteúdo: a inteligência artificial pode sugerir conteúdo personalizado com base no comportamento do usuário, algo que já vemos em plataformas de streaming, por exemplo.
O que a IA não pode fazer no marketing
- Ser criativa: altamente lógica e baseada em dados, a inteligência artificial não pode substituir a criatividade humana na criação de estratégias inovadoras e conteúdo atraente. Ela auxilia, traz insights, mas não substitui.
- Interpretação de contexto: a IA pode analisar dados, mas também pode lutar para entender o contexto cultural e social que afeta as percepções do público, o que tende a resultar em alguns equívocos por parte da inteligência.
- Tomada de decisão ética: a IA não possui um senso intrínseco de ética. Decisões importantes, como escolher o público-alvo ou definir estratégias, devem ser moldadas por valores humanos, sempre. Aqui ela também ajuda, mas não substitui.
- Aprendizado e adaptação: a IA aprende com base em dados passados, mas não possui a capacidade de aprender com experiências humanas ou fazer julgamentos subjetivos. Ela tem seus limites!
Portanto, meu caro colega, fica a reflexão final: a IA é uma ferramenta valiosa que pode aprimorar as estratégias de marketing de forma impressionante. No entanto, os profissionais de marketing continuam sendo os verdadeiros arquitetos das estratégias, os contadores de histórias e os tomadores éticos de decisão. O profissional deve usar a IA como um recurso para otimizar e aperfeiçoar suas capacidades, automatizar tarefas rotineiras e obter insights, mas não devem se tornar dependentes dela.
A IA no marketing é uma aliada poderosa, mas não substituirá a mente humana criativa e estratégica. O sucesso ainda depende de profissionais de marketing habilidosos que entendam como aproveitar ao máximo as capacidades da tecnologia enquanto mantêm a visão, a criatividade e a ética no centro de suas estratégias. A colaboração entre a inteligência artificial e a inteligência humana é a fórmula vencedora neste mundo digital em constante evolução.
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Eduardo Augusto: Profissional com mais de 15 anos de mercado, com experiência em desenvolvimento de produtos digitais, unindo tecnologia, UX e dados. Nos últimos 7 anos, atuou como Diretor de Produtos Digitais e Operações para grandes clientes B2C e B2B. No ramo do empreendedorismo, cresceu seu negócio a ponto de ser vendido para um dos maiores grupos de comunicação do Brasil. Atualmente é CEO da IDK, primeira comtech do Brasil, que une inovação & tecnologia com design e comunicação, resultando em experiência em alta performance .