Computex – As inovadoras placas-mãe P45

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5:05 pm - 23 de junho de 2008

Há duas semanas falei do lançamento do chipset P45-

Computex – Intel, a hora do 45 + 45 e me comprometi a contar sobre as placas mãe que estão chegando ao mercado. Como pude visitar a fábrica da Gigabyte em Taiwan, acumulei muitas informações que quero dividir com os leitores do ForumPCs.

Eu percebo que as placas mãe, “motherboards”, “mobos”, como quiserem chamar, eram no passado apenas “meios”, ou seja, o local onde se monta um determinado processador. Um bom chipset, componentes de boa origem e qualidade conferiam confiabilidade e qualidade às placas mais bem nascidas. Isso fez a fama de bons fabricantes de placas no mercado e ao mesmo tempo fez nascer o horror das placas “baratinhas” que também infestaram o mercado em busca de clientes extremamente sensíveis a preço (mesmo sem qualidade). Usuários melhores esclarecidos sabem muito bem diferenciar estes dois grupos.

Tendo um chipset a altura do P45, e usando bons componentes por si já seriam garantia de uma boa placa. Mas o que me chamou muito a atenção nessa nova geração é agregação de muitos serviços que trazem benefícios muito interessantes

DES 2 Advanced -no fim de maio eu trouxe para o pessoal do Forum o teste Gigabyte EP31-DS3L-economizando energia com tecnologia DES no qual explicava os benefícios desta tecnologia que economiza energia no uso do PC, placa mãe e chipset. A Gigabyte traz agora a versão evoluída do DES (Dynamic Energy Saver), ou seja, a versão Advanced.Como principais diferenciais destaco que agora mesmo usando a placa em overclock o DES consegue fazer seu trabalho de reduzir o consumo de energia quando a placa tem baixa solicitação. Além disso, mais “fases” ou “marchas” podem ser usadas para obter o benefício. A comparação com as marchas de um carro é muito procedente, pois com mais engrenagens na caixa de câmbio a força do motor é muito melhor aproveitada (obtém-se potência com maior economia).

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-Você talvez já tenha ouvido falar nessa sigla TPM (Trusted Plataform Module) quando o assunto era notebook corporativo, mas não em desktops. Nesta nova geração de placas a Gigabyte inseriu esta tecnologia que faz a criptografia dos dados dos discos rígidos, usando uma chave de 2048 bits que é armazenada em um pendrive (disco externo) para garantir o acesso ao sistema, como a chave do seu carro. Há como salvar uma chave “backup” na BIOS para ser recuperada em caso de perda do pendrive (embora seja mais seguro ter cópia do pendrive para isso) ou mesmo a eliminação da chave em caso de necessidade. Para aqueles computadores cujos dados sejam mais sensíveis à perda ou roubo é uma tecnologia de fato muito útil. Recentemente soube de um roubo em uma empresa, na qual o cofre com seus cheques foram roubados e apenas um ÚNICO computador desktop, por acaso em uma longínqua sala dentro da empresa. O PC era de uma pessoa que tinha informações muito sensíveis e estratégicas. O tal roubo visava os cheques ou dos dados da pessoa (PC)? Difícil saber com certeza. Por sorte não havia nada sigiloso no PC (ela guardava tudo na rede). Essa história ajuda a entender a importância de ter dados sensíveis muito bem protegidos.

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-ainda bem que os chipsets para estações de trabalho incluíram há algum tempo funcionalidade de “disk-array”, pela qual discos podem ser espelhados (raid 1) ou estendidos (raid 0). Porém nem todos os usuários se sentem à vontade para usar este recurso e somente os mais “iniciados” vêm olhando para este tipo de tecnologia. O diferencial destas novas placas é haver um circuito específico para agilizar esta função. Assim o consumo de CPU é drasticamente reduzido tanto na manutenção constante do conteúdo “espelhado” ou mesmo no caso de re-sincronização de discos, quando um disco rígido danificado é substituído. Além disso, o suporte para diversos sistemas operacionais é nativo e DRIVERS especiais NÃO são requeridos. Apesar de várias placas terem suporte para até 8 HDs SATA, este recurso está disponível neste momento para apenas 4 HDs.

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-conceito muito interessante. E não é novo. A própria Gigabyte já o utiliza há anos. Como não conhecia quis apresentar para vocês. É bem simples. Há uma cópia da BIOS gravada na placa mãe. Se algo corromper o conteúdo a placa recupera a BIOS e se mantém em funcionamento como se nada tivesse ocorrido.

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Se a própria INTEL ao criar o chipset P45 já introduziu recursos pensando naqueles que usam os processadores acima da freqüência nominal, essa “benção” da mãe Intel serviu para estimular ainda mais os fabricantes a evoluírem suas placas nessa direção. No caso da Gigabyte suas placas nessa nova linha trazem recursos ainda mais avançados (e inovadores). Porém as placas “TOP” que são mais apropriadas para esta prática como os modelos EP45-DQ6 e a ainda não lançada EP45-Extreme levam as possibilidades de overclock ao limite. A propósito vimos uma demonstração de overclock feita por convidados da Gigabyte. Usando um sistema de refrigeração baseado em nitrogênio líquido, sem grande esforço conseguiram levar um Core 2 Duo a quase 6.0 Ghz de forma estável, com direito a show de SUPERPI rodando em cerca de 7 segundos.

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Domar estas placas turbinadas na freqüência do processador ficou mais fácil. Há um ajuste fino, com variações de 20 mV para a tensão (overvoltage). A voltagem pode ser ajustada separadamente para CPU, memória, etc. Em placas mais antigas ao elevar a tensão da CPU isso elevava também a tensão da memória que nem sempre resultava em sistema estável. Diversos níveis de multiplicadores, ajuste de freqüência e muitos ajustes de temporização de memória também estão presentes.

Porém eu que não sou muito entendido em overclock, sinto-me tentado a voltar a brincar com isso pois há recursos muito práticos. Há na BIOS diversos PERFIS que podem ser gravados com diversos ajustes já tentados (com sucesso). Assim fica fácil retornar a uma configuração mais estável no caso do overclock ter sido “over demais”. Mas ainda há mais. Idéias simples são as mais interessantes. Vejam a foto abaixo:

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As placas da Gigabyte com recursos para overclock dispõem de botões diretamente na placa mãe para ligar o PC, reiniciar o PC e apagar o conteúdo da configuração da BIOS. Não mais é necessário usar um clip ou a ponta de uma chave de fenda para fechar o contato de jumpers nem sempre facilmente localizável na placa. Adoreieste “carinho” feito para o overclokers.

Falando em “mimo” para os donos das placas, outro recurso introduzido nas placas P45 da Gigabyte são os “Diagnostic LEDs”. Tradicionalmente as placas sinalizam problemas com distintos padrões de “beeps” no alto-falante ao ser ligada. Não seria mais simples haver luzes indicativas para este tipo de situação? Mais simples não é? Claro. Há leds para indicar qual região existe um problema : memória, CPU, PCI-Express, SATA, etc…

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Cada vez mais temo pela saúde das empresas que ainda produzem placas de som para os PCs. Os sons “onboard” antes tão limitados, atualmente dão show. Intel “Azalia” (high definition áudio) já está presente desde o chipset anterior. Mas a Gigabyte introduziu nas placas P45 o recurso DolbyPro Logic que traz o som em 7 canais (6.1 ou 7.1) que entre muitas virtudes traz efeitos sonoros incríveis (simulação de múltiplas fontes sonoras com somente dois alto-falantes por exemplo), qualidade, 106 dB de relação sinal ruído (só para terem uma idéia um para audiófilo exigente 80 dB SNR já é excelente).

Outra novidade interessante é a inclusão de duas ou quatro portas LAN Gigabit Ethernet nas placas. Há placas com uma, duas ou quatro interfaces de rede. Servidores já têm isso há muito tempo, mas foi interessante trazer isso para o PCs desktop. Imagine um servidor para jogos, com quatro vezes mais capacidade de trafegar informação pela rede. Com tolerância a falhas (se uma das placas parar as outras mantém o sistema funcionando na rede).

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Ainda pensando na saúde da placa, trabalhar mais fria, mas também pensando nos overclockers, algumas das placas têm dissipadores de calor adicionais, bem como na versão EP45 EXTREME os dissipadores têm conexão pronta para refrigeração líquida.

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São muitos os lançamentos da Gigabyte baseados no chipset P45. Não cabe aqui falar em detalhes de cada uma dessas placas. Os lançamentos são : EP45-DQ6, EP45-Extreme,EP45-DS5, EP45-DS4, EP45-DS3P, EP45-DS3R, EP45-DS3. A EP45-Extreme não estava ainda no mercado na semana da Computex. Quem quiser ver mais detalhes de cada placa, da “low end” até a “extreme”, visite o site da Gigabyte-http//www.gigabyte.com.tw

Mas quero destacar algumas características interessantes e curiosas. A placa EP45C-DS3R suporta tanto memórias DDR2 como DDR3 e tem soquetes de memória diferenciados para isso. Curioso, pois há produtos diferentes para cada tipo de memória. Na nomenclatura das placas da Gigabyte aquelas com “T” no nome usam memória DDR3-EP45T-Exteme por exemplo ou EP45T-DS4 (ambas ainda não lançadas até agora).

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Minha idéia era passar para os leitores do ForumPCs que uma placa mãe não é mais somente o “soquete do processador” e um lugar para encaixar algumas placas. Um bom projeto se inicia pelo chipset de qualidade (no caso o P45 da Intel) e quando são acrescentadas criativas soluções de engenharia resultam em placas de qualidade diferenciada.

Em algumas semanas eu espero receber uma placa com o chipset P45 da Gigabyte para testes. Nessa ocasião poderei confirmar e comprovar se de fato estas características todas fazem esta nova geração de placas tão melhor e avançada em relação à geração anterior. Importante frisar que nem todas as características que citei são exclusivas das placas com P45 como Dual Bios e o DES (que teve melhorias nessa geração) , por exemplo. Mas achei importante citar pelo contexto de diferenciação das mobos mais simples com as mobos de melhor qualidade.

A Gigabyte tem algumas fábricas no mundo. Há fábricas na China e a fábrica de Nan-Ping em Taiwan que tive a oportunidade de visitar. Como se sabe no Brasil a Gigabyte tem uma forte parceria com a Digitron que fabrica suas placas na nova fábrica em Manaus que citei em artigo no final do ano passado-

1.2 MILHÕES de motherboards !! .

A fábrica de Nan-Ping é de onde saem as placas mais modernas e avançadas, como as P45 que recém chegaram ao mercado. Nan-Ping fica nas vizinhanças de Taipei, cerca de 35 a 40 minutos. Curiosamente a fábrica está bem no meio da pequena cidade e ocupa uma área respeitável, embora a produção seja dividida por diversos andares da planta (8 se não me falha a memória).

Por motivos de segurança fotografias não são permitidas na fábrica, mas nesta visita foi aberto este precedente (que sorte a minha) e algumas etapas do processo de fabricação das placas puderam ser documentadas. Seguem as fotos com breves explicações ilustrando as etapas de fabricação das queridas “mobos”.

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Preparação da “placa” propriamente dita nesta máquina que verifica o diagrama e as trilhas da placa, antes da seqüência da montagem.

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Vejam que a inspeção visual é ainda muito importante em algumas fases do processo, sendo feita pela simpática e super atenta moça de Taiwan.

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Neste momento algumas peças de tamanho maior como encaixes de HD SATA, dissipadores, etc. são montados manualmente na placa. Componentes sensíveis como os circuitos integrados são posicionados, fixados e soldados previamente por uma máquina automática robotizada de alta precisão.

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Aqui mais um detalheda bancada de montagem das “peças grandes”. Podem ser vistos os conectores de som, rede e USB que são montados na placa.

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Outra linha de montagem na qual se vê os componentes sendo posicionados.

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Esta foto é sensacional!! É da etapa final de montagem da EP45-DQ6, se não me engano é da sessão de controle de qualidade,onde se vêm as quantidades : meta original , meta do dia, placas produzidas naquele dia e quantas ainda faltam produzir no dia.

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Após testada a placa vai para a linha de embalagem. Aqui se vê a linha de embalagens de placa de vídeo, uma GeForce 8800. São meticulosamente inseridos os manuais, acessórios, CDs, etc. Depois que vi como é, vai ser difícil pensar que uma dessas placas (mobos ou placas de vídeo) virão com material faltando.

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E para finalizar, falando em novidades segue afoto do Ultra-portable PC da Gigabyte M528, que tirei no stand da empresa na Computex. Achei super leve e pequeno (340 gramas-15 cmx 8 cmx 2.3 cm), rodando Linux,processador Intel Atom Silverthorne de 800 Mhz (consumo de 1W-isso mesmo um watt), tela de 800×480, HD 4 Gb SSD, touchscreen e câmera 3 Megapixel. Disponível no final de julho em Taiwan pelo preço estimado de US$ 750.

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