Aconteceu no IDF – sufoco!
Em alguns dias o FORUMPCs vai publicar um artigo meticuloso e detalhado sobre o IDF Fall 2005. Este está sendo escrito a várias mãos (incluindo a minha). Neste intervalo vou contar para vocês uma história de sufoco e horror que me aconteceu durante o IDF que me causou uma grande apreensão.
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Cheguei a San Francisco no domingo (21 de agosto). Tinha usado o meu notebook (o Toshiba A45 velho de guerra) durante o vôo com sucesso. Falando nisso um dia eu conto a história que foi a luta para conseguir usar a tomada do avião com o meu Toshiba… Liguei o PC no quarto do hotel e saí deixando o micro ligado. Ao voltar, algumas horas depois, ao tentar usá-lo, ao primeiro clique do mouse comecei a escutar : , aquele tenebroso som de HD raspando. Gelei!! Fiquei imóvel enquanto o barulho continuava. Após mais alguns CRECs fui brindado com a não menos horrível “tela azul da morte” ou simplesmente “tela azul” de dump do Windows XP. Vejam aqui ( )algumas telas azuis no mundo real-muito engraçado. Tentei ligar o Toshiba de novo. Alguns segundos após o boot começar os barulhos recomeçaram, com o mesmo resultado final, a “tela azul da morte”. Não acreditando que aquilo poderia ser verdade desliguei o notebook e procurei não pensar mais nele. Para relaxar, como ainda era domingo fui caminhar e correr um pouco na sala de exercícios do hotel.
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Já era tarde da noite, várias horas depois, após ter jantado inclusive, entrei no gelado quarto (como é forte este ar condicionado de hotéis americanos!!) e inventei de ligar o Toshiba de novo. FUNCIONOU!!!! Ou melhor quase. Ligou, entrei na Internet, peguei e-mails, fiz ligação via SKYPE… Mas após uns 45 minutos o problema apareceu de novo. Diagnóstico : o HD está doente, quase morrendo, mas frio ele ainda funciona. Notebook em uma viagem destas é instrumento de trabalho essencial! Senti-me perdido!
Mas existem coincidências que nós não explicamos. Na minha mochila estava esquecido um CD-ROM com o Windows PE (BART PE). Para quem não conhece é um CD-ROM com um Windows XP (quase um XP) bootável no CD e com um monte de ferramentas para suporte (afinal ele serve para isso). O BART PE na verdade é uma versão do Windows igual ao “Windows” usado pela Microsoft para a instalação do mesmo, por isso a sigla PE (pre-installation environment).Pode ser obtido gratuitamente em (você precisa ter o seu Windows para gerar o CD inicializável do Windows PE).
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Com este CD dá para entrar em uma rede e copiar o conteúdo do HD para um servidor, para pelo menos salvar os arquivos. Mas que servidor se eu estava no hotel!!?? Eu tinha inclusive o DRIVE IMAGE no meu HD. Poderia usá-lo via BART PE e fazer a imagem do meu HD moribundo em um HD novo. O C@T e o Paulo tinham descoberto do lado do centro de convenções uma “lojinha” de um chinês, mas que na verdade era ótima, que tinha tudo que eu precisava. Comprei um HD novo (80 Gbytes 5400 rpm) e um “case” USB.
Minha primeira tentativa foi usar o Drive Imagealgumas horas após meu Toshiba ficar descansando no gélido ambiente do meu quarto (ativei o ar condicionado no máximo frio). Primeira dica, o BART PE não tem plug-and-play ou hot-swap. Para ser reconhecido um HD USB externo precisa ser plugado antes do boot. O Drive Image tem interface gráfica, mas na verdade é um programa DOS que entra em ação. Não funcionou. Meu notebook não tem suporte a drive USB em modo DOS!! Eu tinha ouvido falar que o GHOST 9.0 teria este suporte a drives USBs. Pensei em ir à tal lojinha e comprar o GHOST mas não tinha naquele momento. Apelei para um amigo que tinha, o qual mandou ZIPado para um endereço de FTP que passei para ele. Algumas horas depois o GHOST emprestado estava comigo. Eu já tinha tentado antes com o GHOST 2003 sem sucesso. Mas após ler alguns reviews do GHOST 9 na Internet eu fiquei preocupado. Há muita controvérsia sobre essa versão (que na verdade é uma evolução de um Drive Image mais novo). Fiquei com medo e desisti. Se eu tivesse um PC e um adaptador IDE para notebook seria canja. Montaria o HD ruim como master secundário, o novo como slave secundário e qualquer programa de imagens, GHOST, Drive Image etc. fariam o trabalho com um pé nas costas. Mas eu não tinha isso em mãos. Qual seria a minha salvação?? Nesta altura já estava no segundo ou terceiro dia de IDF, sem notebook para uso.
Mas ocorreu a coincidência número dois, o Paulo Couto tinha comprado um HD novo para seu notebook e um “case” para aproveitar o HD atual como um HD USB externo. Requeri o HD novo dele mais o “case” por tempo indeterminado. Eu tinha enxergado uma solução!
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Na minha versão do Windows BART PE tem um programa chamado alemão chamado DriveSnapShot ( ). Este programa, super simples, nem precisa instalar e tem só uns 400kbytes, faz imagens de HD para arquivo, não faz de HD para HD. Usando o drive do Paulo e após mais uma sessão de “pólo norte” no meu quarto para resfriar o HD, iniciei o Toshiba com o BART PE e tentei gravar a imagem do HD ruim para o HD externo USB. Quase deu certo. Perto do final da cópia o HD começava a dar defeito de novo. Não dava tempo. A cópia demorava cerca de uma hora, e eu não tinha este tempo, só uns 45 minutos. Desespero total!
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Antes de desligar o PC para mais uma sessão de “polo norte”, tive uma idéia meio maluca, mas poderia dar certo. Entrei na configuração da BIOS da máquina e configurei as opções de salvar de energia para economia máxima, mesmo com o computador ligado na tomada. Se o problema era aquecimento pensei em exigir menos da máquina para não superaquecer. Sucesso !! Trabalhando com a CPU a 1/3 da força e cooler no máximo a máquina de fato aquecia bem menos. Consegui fazer a imagem do meu HD moribundo em arquivo do HD externo do Paulo.
Retornei as opções de energia da máquina para o padrão, montei o HD novo na máquina e fiz via BART PE e DriveSnapshot a cópia do arquivo imagem de volta para o HD novo. Como o HD original era de 60 Gbytes 4200 rpm e o novo 80 Gbytes 5400 rpm, tive a idéia de usar o Partition Magic para já deixar a partição com o tamanho pleno do disco. Isso foi fácil, dei um boot com um CD de DOS que tinha o Partition Magic e rapidamente ajustei o tamanho do disco.
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Sucesso !! Quase!! Liguei o notebook e ele começou o boot do Windows. Mas na hora de aparecer a tela de Logon ele ficava em um estranho loop e não deixava fazer o logon. Que poderia ter acontecido? Nessa altura o CAT, o Piropo e o Paulo já estavam cansados de minha novela, que ainda não tivera um final feliz. O Paulo se lembrou que o Windows XP “não gosta” de alteração de partição que não tenha sido feita por dentro dele. Parece que algumas informações sobre a geometria do disco são gravadas em algum lugar no Registry e se feita uma mudança dessas por fora, ele se perde. Na falta de teoria melhor, agarrei-me na que tinha. Refiz a restauração da imagem que ainda estava no HD USB do Paulo. Ele já estava me pedindo para devolver e eu ficava “ensaboando”. Não inventei de mudar a partição. Ao fim, boot no Toshiba. DEU CERTO!!! UFA !! Ele tinha razão. Valeu Paulo!!
A questão da performance ganha com o HD novo, nem vou discutir, mas se quiserem posso fazer testes com os dois HDs e antecipar que meu Windows ficou bem mais esperto que antes por conta dos 5400 rpm e 16 Mbytes de cache (4200 rpm e 2 Mbytes de cache do antigo)!
Que sufoco! Foram várias noites brigando com o HD e notebook. Durante o dia os assuntos eram Presler, Conroe, Yonah, Meron, Dempsey e Woodcrest-bem mais agradáveis que a minha epopéia com o HD). Era o último dia do IDF. Consegui arrumar meu notebook para finalmente começar a escrever a respeito para o ForumPCs e outros veículos. Mas fiquei tão cansado com essa história toda que não tive cabeça para escrever nada. Joguei GP4 quase todo tempo na viagem de volta.
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Alguém já passou por situação semelhante? Se sim como resolveu ? O que eu poderia ter feito como alternativa?