A evolução do ACROBAT
A Adobe anunciou o lançamento da versão 8.0 de seu produto Acrobat, já velho conhecido entre os usuários de computadores. Estive neste lançamento e enquanto ia conhecendo esta nova versão e vendo quão amplo se tornou este produto, ia rememorando minha experiência com esta plataforma e comparando com o que eu estava vendo.
Lembro-me que a primeira vez que usei o Acrobat foi bem a contra gosto. Alguém me dera um arquivo em disquete (é disquetes ainda eram usados neste tempo) e não conseguia ler aquele arquivo esquisito cuja extensão PDF era mais enigmático ainda. Achei um absurdo ter que descarregar um programa pela Internet para conseguir ver o conteúdo daquele disquete. Isso já vai longe, meados da década de 90. Aprendi hoje que o Acrobat nasceu formalmente em 1993, mas demorou um bocado para ele se tornar o que é hoje. Eu acredito que muitas pessoas devem ter torcido o nariz e se incomodado como eu com esta situação, mas o tempo passou e como um marketing viral o tal PDF foi se espalhando e “contaminando” todos os computadores.
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Hoje são diversas especificações ou subespecificações do formato PDF. Tem suporte específico para extensões 3D como arquivos de CAD por exemplo (PDF E), tem versãoespecial para acessibilidade (PDF A) que visa melhorar a legibilidade para pessoas com deficiência visual, e assim por diante.
A versão 8.0 traz TREZENTAS novas funcionalidades. Impossível apresentá-las assim rapidamente, mas algumas destasfunções, novas ou evoluções, merecem destaque a começar pelas diversas versões além do tradicional Acrobat Reader, presentes em cerca de 90% dos computadores. A versão Acrobat Elements segue a tendência da Adobe em ter uma versão “light” de seus produtos mais sofisticados. Esse tipo de versão Elements foi introduzida no Adobo Photoshop, um produto inquestionável entre os profissionais de fotografia e imagens, mas que era demasiado (recursos demais e caro demais) para usuários casuais).
A versãodo Acrobat além de permitir a criação de PDFs também permite criar arquivos protegidos, com restrições para funções de impressão, cópia e alteração de PDF.
A versão Standard estende muito a gama de recursos sendo os mais interessantes a possibilidade de criar um PDF único a partir de diversas fontes (arquivos diferentes), autenticação e certificação de documentos com sistema de assinatura eletrônica. Permite também digitalizar documentos direto para PDF (scanner) com ou sem reconhecimento de caracteres (OCR), exportação para Word (arquivo editável) entre outras. Disponibiliza também o PDF Packager que funciona como um “container” de PDFs. É um documento que permite navegar por vários PDFs mantendo em cada um deles suas características de restrição de acesso e permissões. A função de “review” permite criar um ambiente colaborativo de revisão do documento feito por várias pessoas mantendo os comentários de cada pessoa.
A versão Professional permite criar formulários “digitáveis” a partir de digitalização de formulários em papel (OCR) com a criação dos campos e armazenamento dos dados. Estes formulários podem ser enviados para o autor que ao clique de um mouse consolida todos os preenchimentos em um “dataset” que pode ser exportado para Excel, Access e SQL (arquivo CSV) ou arquivo XML. Também permite incluir notas de revisão, metadados (ambos pesquisáveis). Também permite criar PDFs que podem ser assinados digitalmente mesmo por usuários que tenham somente o Acrobat Reader.
A versão 3D tem como grande atrativo a capacidade de criar PDFs a partir de complexos arquivos de AUTOCAD (formato DWG) mantendo toda a estrutura de camadas (layers) dos desenhos e principalmente sem a necessidade de ter o AUTOCAD instalado no equipamento. A versão PRO também consegue gerar estes PDFs complexos de arquivos DWG mas exige o Autocad instalado na máquina.
Estas características são apenas um resumo e aquelas que mais capturaram a minha atenção. No site da Adobe existe a matriz comparativa completa entre as versões.
Recentemente a Adobe adquiriu a Macromedia, outra gigante na área da informática. Um dos produtos oriundos da Macromedia, o Breeze, foi a plataforma tecnológica que permitiu a criação do Acrobat Connect e Acrobat Connect Professional. São ambientes de colaboração bem mais sofisticados que incluem a funcionalidade de colaboração interativa, tele conferencias na web em tempo real com funcionalidade multimídia, compartilhamento de aplicativos, apresentações remotas etc. A versão mais simples é indicada para quem vai precisar de só uma “sala de reuniões” virtual por vez e ambientes de colaboração para até 15 pessoas. A versão Professional permite múltiplas salas de reuniões na Web com grandes números de participantes.
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Eu tenho a sensação de que nem mesmo a Adobe tinha a visão de que este singelo produto, criado há mais de 13 anos evoluiria tanto e dessa forma.Foi um caminho trilhado naturalmente. A contrapartida dessa imensa evolução é que o Acrobat Reader o membro mais simples da família (gratuito) tem se tornado mais pesado. Nas versões 2, 3 ou 4 do Acrobat um documento PDF ao ser clicado abria-se imediatamente. Hoje em dia o processo é um pouco mais moroso. É o preço que se paga pelo conjunto imenso de recursos que o singelo Acrobat Reader hoje incorpora. É a tendência natural do software, evolui contando pegar carona no progresso do hardware. No caso do Acrobat isso é perceptível, mas não é um caso grave, como tantos outros softwares, que evoluem e se tornam paquidérmicos exemplares ao consumir recursos.
Saí da apresentação bastante impressionado. Não pelo vasto cabedal de recursos da versão nova. Isso é notável sem dúvida. Mas impressionado com a lembrança daquele hoje anacrônico disquete, cujo arquivo me obrigou a instalar um “incômodo” e desconhecido software, só para ver seu conteúdo, que ao longo dos anos se tornou uma plataforma sofisticada de automação e gerenciamento de documentos que vai da visualização, distribuição, gerenciamento de segurança, preenchimento de formulários, chegando a teleconferências na Web. Como disse antes acho que nem mesmo a Adobe imaginava que este software cresceria tanto!