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Inovadores, porém diferentes: PIX e Open Banking e suas dinâmicas distintas
Sistema financeiro aberto terá um processo de integração gradual
Por Claudia Amira*
“O Open Banking está para o sistema financeiro como a internet está para a sociedade. Os benefícios e casos de uso serão visíveis ao longo dos próximos meses e anos”. Foi assim que o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abriu o evento que marcou o início da primeira fase da implementação do Open Banking no Brasil, no começo deste mês.
A afirmação, que enfatiza a existência de todo um processo por trás do sistema financeiro aberto, vem a calhar com a onda de expectativa em relação às inovações financeiras do país, alavancada pelo PIX, em operação desde novembro, e que se tornou um sucesso rapidamente.
Leia também: Regulamentação do Open Banking: Brasil rumo a um sistema financeiro mais inclusivo
Há pouco mais de três meses em funcionamento, o sistema de pagamentos instantâneos contava, até o dia 31 de janeiro, com cerca de 159 milhões de chaves cadastradas. De acordo com os dados do Banco Central, nessa data, mais de 200 milhões de transações já haviam sido realizadas. A possibilidade de substituir as caras TEDs por transações gratuitas e rápidas fomentou o anseio de que o Open Banking apresentasse também seus benefícios logo de cara.
No entanto, é preciso administrar as expectativas e entender as diferenças entre as duas inovações. Enquanto o PIX é um produto do Banco Central que já contava com uma interface e diretrizes estabelecidas, não se tratando apenas de infraestrutura, o Open Banking, por sua vez, é só infraestrutura e passa por uma implementação diferente, feita pelo mercado.
Por isso, o sistema financeiro aberto terá um processo de integração gradual, iniciada em 1º de fevereiro. Na primeira fase, as instituições participantes disponibilizam ao público informações relativas aos seus canais de atendimento, além dos serviços e produtos oferecidos.
Ainda que pareça uma ação totalmente operacional e sem vantagens imediatas, como bem observou o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, a disponibilização das informações abre caminho para que surjam sites e empresas dedicadas a comparar características e preços dos produtos bancários, o que tende a ajudar as pessoas a se decidirem pela opção mais alinhada com seu perfil.
Em julho, quando deve começar a segunda fase, os clientes poderão autorizar o compartilhamento de seus dados e, no mês seguinte, inicia-se a partilha dos serviços, como encaminhamento de proposta de operação de crédito e da iniciação de pagamentos. Na última etapa, outros produtos e serviços, entre eles previdência, investimentos e seguros, serão integrados ao Open Banking. Como se vê, são vários os processos envolvidos.
Com todas as fases implementadas até dezembro, o Open Banking, no entanto, seguirá em evolução. Por se tratar de um ecossistema vivo, portanto sempre em movimento, possibilita a criação de novas aplicações e soluções que vão continuar a modernizar o mercado. Assim como o PIX, o sistema financeiro aberto revolucionará o segmento, empoderando os consumidores e fomentando a competição. É esperar (e não muito) para ver!
*Claudia Amira é diretora-executiva da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital)