Gestão e retenção do conhecimento e a inovação

Gestão e retenção do conhecimento e a inovação

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6:35 pm - 03 de julho de 2017

Olá Pessoal, tudo bem?

Vamos iniciar aqui a aproximação da gestão do conhecimento da inovação.

Primeiramente, gostaria de manifestar minha satisfação em ter um livro publicado, justamente sobre a gestão do conhecimento. Comecei a trabalhar com este tema em 2007 nas minhas pesquisas de mestrado, e o livro é baseado na minha dissertação. A realização pessoal se completou ao ter livro na Amazon: https://goo.gl/kWcZCH

O livro trata da retenção do conhecimento organizacional no processo de desenvolvimento de sistemas, mais precisamente a preocupação recorrente nas empresas com relação a perda do conhecimento dos colaboradores. Imagine alguém que esteja ligado a uma empresa e, inesperadamente, rompe o contato. Quão valioso pode ser este conhecimento? Não dá para mensurar. E o que a empresa fez para que o conhecimento desta pessoa não se perca ou se dissipe? Multiplique isto pelo número de pessoas que já passaram por uma determinada organização.

A criação do conhecimento organizacional é uma interação contínua e dinâmica entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito, já afirmavam Nonaka e Takeuchi, em 1997, em uma das obras mais importantes desta área. Na espiral do conhecimento destes autores (metodologia que o livro aborda), o conhecimento tácito (que está na mente) é transformado para o explícito (qualquer forma persistida do conhecimento), ou vice-versa. Bem, não existe como fechar o ciclo sem a disseminação e uso conhecimento. Então, chega o momento das lições aprendidas, do aprendizado, durante a retenção do conhecimento.

Explicando melhor esta interação, ela é moldada pelas mudanças entre diferentes modos de conversão do conhecimento, que são a socialização (tácito-tácito), a externalização (tácito-explícito), a combinação (explícito-explícito) e internalização (explícito-tácito). Dentre estes os quatro modos de conversão, a externalização é a chave para a criação do conhecimento, pois elabora conceitos novos e explícitos a partir do conhecimento tácito. Observa-se, portanto, a possibilidade de retenção do conhecimento na externalização, quando o conhecimento tácito é articulado em conceitos explícitos, expressos em forma de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos, utilizando, inclusive, ferramentas de Tecnologia da Informação (TI) para o armazenamento do conhecimento retido e posterior disseminação.

Especificamente sobre a retenção, pode-se dizer que o conhecimento tem aspectos distintos, podendo ser do indivíduo, do grupo, da organização ou da rede que interage entre organizações. Também pode se dispersar e se perder facilmente:

  • Trabalhadores de um projeto não têm conhecimento do desenvolvimento de projetos similares, com problemas e soluções intercambiáveis, o que provoca um trabalho redundante;
  • Um grupo de trabalhadores é eficiente em determinados conhecimentos. Outros trabalhadores da organização poderiam aproveitar estes conhecimentos;
  • Negociações malsucedidas da organização, se não forem retidas, não trarão aprendizados e experiências para futuros negócios;
  • Todas as tentativas e erros, bem como os testes, falhas e correções, dos projetos que são finalizados nas organizações, não são documentados ou retidos;
  • Funcionários deixam as organizações. Seus conhecimentos e experiências não foram transmitidos, tampouco retidos;

Então, iniciativas, estratégias e projetos de retenção de conhecimento vão auxiliar as organizações a transformarem o conhecimento em vantagens competitivas por meio da gestão do conhecimento. Já conseguimos vislumbrar a aproximação da gestão do conhecimento com a gestão da inovação, pois a evolução das ferramentas de tecnologia da informação adequadas para a retenção e disseminação do conhecimento são as ferramentas de colaboração e cooperação, em especial os wikis.

Bem, o livro não trata da aproximação da gestão do conhecimento com a inovação, mas vamos tratar disto aqui em nosso fórum.

Um abraço,

Zaidan

Fonte:

ZAIDAN, Fernando Hadad. Retenção do conhecimento no processo de desenvolvimento de sistemas: avaliação em três empresas do setor. Alemanha: Novas Publicações Acadêmicas, 2017.

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