Como a blockchain está mudando os rumos do mercado

Nos últimos anos, com o objetivo de se atualizar e elevar os negócios a novos patamares, as empresas de todos os tamanhos e segmentos se empenharam para aplicar a transformação digital dentro de casa. Segundo um estudo realizado pela Microsoft, 93% das companhias aceleraram seus processos de digitalização de 2020 para cá, após o início da pandemia.

Ao implementarem as inovações nas rotinas das organizações, questões como segurança de dados e processos foram trazidas à tona, pois, nesse novo cenário no qual o mundo digital é o principal meio para armazenar e compartilhar informações, os ataques cibernéticos se intensificaram a fim de roubar e sequestrar todo e qualquer tipo de arquivo.

De acordo com a pesquisa global da Accenture, empresa de consultoria, houve um crescimento de 31% nos ataques virtuais em 2021 em comparação com o ano anterior, com cada organização recebendo cerca de 270 investidas. O levantamento ainda mostra que 55% das corporações não têm sucesso no combate a essas agressões digitais, além de não serem capazes de encontrar, resolver ou diminuir os efeitos dessas ações criminosas. E temos casos bem próximos que ilustram claramente esse problema, como, por exemplo, as recentes notícias envolvendo companhias como Americanas, Renner e Porto Seguro.

Para combater essa prática e ajudar a criar um ambiente mais seguro, uma das inovações implementadas nas rotinas das organizações foi a blockchain, que em tradução livre significa cadeia de blocos. Para explicar de uma forma mais didática, como o próprio nome indica, ela consiste em uma cadeia de informações organizada de maneira sequencial na qual não há a perda de nenhum dado, pois eles estão sempre conectados entre si e, uma vez que foram inseridos, não podem ser apagados. Seu sistema consegue rastrear e acompanhar o envio e recebimento de diversos tipos de dados pela rede, tornando facilmente identificável de onde veio cada informação e por quais lugares ela já passou.

A blockchain surgiu em 2008 e se destacou por ser amplamente utilizada no universo das criptomoedas, porém, foi alvo de discussões nos últimos anos, principalmente porque pode ser aplicada em diversos segmentos.

Há ainda bastante a ser explorado e entendido sobre ela, mas o fato é que essa tecnologia tem muito a contribuir na luta contra os ataques cibernéticos. E, por ter um grande potencial de utilização, as estimativas de crescimento para os próximos anos são promissoras. Segundo estudo da Statista, companhia de pesquisa e análise de dados, até 2023 haverá um aumento de 66,7% na participação no mercado em comparação com 2021.

É imprescindível que as instituições se atentem à blockchain e façam de tudo para implementá-la o mais rápido possível, principalmente os grandes players do mercado que lidam com enormes quantidades de dados tanto dos colaboradores quanto dos clientes. A segurança das informações já é um dos temas mais importantes e tem tudo para definir o rumo dos negócios nos próximos tempos.

* Gustavo Caetano é fundador da Sambatech e Samba Digital