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Liderança resiliente: como desenvolver a habilidade mais demandada da crise

Mesmo antes da pandemia, a resiliência já era listada por especialistas como uma das competências que estariam entre as mais procuradas nos profissionais em 2020. No ano passado, já se sabia que essa característica seria imprescindível para, por exemplo, aprender e recomeçar, conforme novas oportunidades surgem, ao mesmo tempo em que outras desaparecem, algo cada vez mais comum na economia digital. No entanto, é diante de uma crise que a capacidade de liderança e resiliência fará a diferença.

 

O cenário, em meio ao caos instituído pela chegada do novo coronavírus, não é dos mais fáceis. “Neste momento de crise, muitos setores estão vivendo incertezas como nunca haviam experimentado. Mas não é só isso: alguns profissionais estão vivendo uma nova realidade, de trabalho remoto, para a qual não estavam preparados; outros vivem o pânico de não saber se ainda terão um emprego daqui a uma semana; e há, ainda, os que estão passando por situações de imensa dificuldade por ter alguém na família doente”, resume a especialista Viviane Vicente, fundadora da Rispetto Consulting, empresa de consultoria que ajuda profissionais a aprimorarem seu potencial de liderança.

 

Segundo ela, o bom líder, é claro, também sente os impactos da pandemia, mas se for resiliente, terá força para superar o momento difícil e demonstrar aos seus liderados o comprometimento com a equipe e sua missão. “O líder deve encorajar, dar energia ao time, e para isso precisará ajustar sua abordagem de acordo com a necessidade e estilo de comunicação e de trabalho de cada um de seus liderados”, aconselha.

 

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Ainda segundo Viviane, para transmitir segurança à equipe, é importante, ainda, que o líder demonstre vulnerabilidade. Se o chefe for um “super-homem”, ninguém vai conseguir se identificar. “O líder não deve menosprezar o sentimento do outro ou subestimar o tamanho do problema: um líder resiliente enxerga a adversidade, mas confia em sua competência e tem garra para lidar com ela”, afirma.

“O líder não deve menosprezar o sentimento do outro ou subestimar o tamanho do problema: um líder resiliente enxerga a adversidade, mas confia em sua competência e tem garra para lidar com ela”

 

Como desenvolver a resiliência?

 

Viviane dá o passo a passo para desenvolver a resiliência necessária para atravessar este momento. A primeira atitude a ser tomada é fazer uma autoavaliação honesta e identificar os pontos fortes e pontos a desenvolver. “Esse exercício pode ajudar muito a recuperar parte da autoestima que se perde em meio a uma situação adversa: lembrar-se de quais são as suas competências técnicas, a sua capacidade emocional, pode ajudar a encontrar aquela força de que necessitamos para superar o momento difícil”, explica.

 

Um outro caminho pode ser recordar dificuldades vividas no passado e superadas: quando identificamos os sentimentos e estratégias que nos ajudaram a superar obstáculos, nos sentimos capazes de fazê-lo novamente. Outro ponto que deve ser levado em conta é de que os mais jovens podem estar sentindo o peso da pandemia com maior intensidade, pois esta é a primeira grande crise desta geração.

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“Dependendo da estória de vida de cada um, pode ser que nunca tenham vivido uma situação grave. Mas a experiência leva à resiliência: você vai criando uma couraça, que ajuda a absorver impactos futuros”, resume. Para quem nunca enfrentou adversidades, e para os que já superaram realidades difíceis, reconectar-se com o propósito da equipe, da empresa, mas também com o seu próprio propósito de vida, ajuda a recuperar o foco e seguir adiante.

 

Problemas enormes, líderes pequenos

 

Recentemente, o sociólogo Domenico De Masi foi o convidado especial do IT ForOn Series, série de conversas produzidas pelo Grupo IT Mídia, e apontou e criticou a postura das lideranças corporativas durante a pandemia do Covid-19. “Eu vejo que estamos num momento em que os problemas são enormes, enquanto os líderes são muito pequenos. […] Neste momento não há nem grandes empresários nem grandes sindicalistas a nível mundial”, lamenta o autor de “Ócio Criativo”.

 

Para ele, o mundo passa por um mal momento em termos de lideranças, não só no campo corporativo, como também no político.”Eu acredito que estamos num momento terrível porque as lideranças que temos estão somente preocupadas em manter o seu poder, mas sem nenhuma ambição de levar os povos para um modelo de vida melhor. Assim são Trump, Putin, todos os líderes europeus”, diz.

 

 

 

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