Volume de investimento anjo em startups encolhe 20% com pandemia

Segundo Anjos do Brasil, expectativa para 2021 é de recuperação para os níveis de 2019

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4:34 pm - 02 de julho de 2021
investimento

O volume de investimento anjo recuou 20% no ano passado em comparação com o ano anterior, voltando ao mesmo montante registrado em 2016. No total, foram aportados R$ 856 milhões por esse tipo de investidores em 2020. O número deles também caiu 15%, para 6.956 no período, segundo o levantamento da Anjos do Brasil.

Para 2021, as perspectivas são positivas e de recuperação. A organização prevê um avanço de 15% no volume de investimento anjo. O valor, contudo, ainda é considerado insuficiente para a demanda das startups.

“O investimento em startups precisa de estímulo e apoio para crescer e atingir todo seu potencial, estimamos que seja de R$ 12 bilhões ao ano”, enfatizou Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil.

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Tendo em vista que o Marco Legal das Startups não trouxe os avanços necessários para o setor, Spina defende que o Congresso retome a matéria e possibilite a equiparação de tratamento tributário entre o investimento em startups e investimentos incentivados. Além disso, ele espera quo veto ao Art. 7 seja derrubado a fim de permitir a compensação de perdas com ganhos.

Políticas públicas e diversidade

O volume de investimento no Brasil responde por 0,7% do que é realizado em startups nos Estados Unidos, aproximadamente 25,3 bilhões de dólares anualmente. Na comparação entre os países, Cassio Spina pontua que o investimento anjo no Brasil deveria ser de pelo menos R$ 12 bilhões. A criação de políticas públicas de fomento ao investimento em startups, como ocorre em países mais maduros, é a saída apontada por ele para que o ecossistema avance.

Pela primeira vez, o estudo traz um levantamento de raça ou cor dos respondentes, de modo que a maioria dos investidores anjo brasileiros são brancos (81%). Apenas 14% se declararam pretos, pardos ou indígenas e 1% amarelos.

De acordo com a Anjos do Brasil, este dado deve ser analisado, juntamente com a participação de apenas 14% de mulheres no universo de investidores, como um sinal de evolução lenta no ecossistema brasileiro.

“A diversidade é um requisito para a inovação, é fundamental que todas as pessoas se envolvam em ações para aumentar a participação dos mais diversos perfis no universo de startups e investimento. A ação individual e coletiva precisa estar no sentido de estímulo a diversidade”, analisou Maria Rita Spina Bueno, diretora executiva da Anjos do Brasil.

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