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Você já se perguntou o preço dos dados?

Até 2024 teremos uma
economia da informação totalmente estabelecida, na qual os dados são
cruciais para empresas que estão buscando encontrar novas oportunidades
de vantagem competitiva de maneira preditiva. Informações com base em
padrões serão vendidas, doadas e comercializadas em trocas abertas.

Os mercados de dados
facilitarão a transferência de dados entre silos com maior fluidez e as
pessoas começarão a negociar seus próprios dados. Já estamos observando
vários sinais disso, mas é apenas o começo. Nesse cenário, os dados de
sua empresa são importantes — isso é óbvio. Mas qual o grau de
importância deles? Como você pode medir o valor de tais dados?

Hoje vamos falar
sobre “dados como a nova moeda” e tentar estabelecer um preço.
Normalmente seus dados valem o que alguém está tentando pagar por eles.
Essa visão transacional simples não conta a história inteira.

Conforme as
organizações correm para conhecer e avaliar as oportunidades e os
problemas associados ao nosso mundo cada vez mais impulsionado por
dados, as empresas estão se deparando com a necessidade de medir com
maior precisão o verdadeiro valor desses dados.

Mas não tema, nem
tudo é cruel e obscuro. Empresas inteligentes vão tomar notas e se
preparar para o futuro por meio da “ arquitetura focada em valor” —
entender e criar processos de precificação de negócios e TI na empresa,
revelando o verdadeiro valor dos dados. Vejamos alguns exemplos de novas
atividades de avaliação de dados que estão sendo executadas pelas
organizações hoje em dia.

Os dados passam a ser seu novo produto: um
relatório recente sobre inovação no mercado de Big Data, feito pela EMC
e pela Capgemini, revelou que 63% dos respondentes consideram que a
monetização dos dados pode eventualmente se tornar tão valiosa para as
organizações deles quanto seus respectivos produtos e serviços
existentes. Isso pode dizer muito sobre o potencial do Big Data —
empresas podem começar a gerar mais a partir do valor contido nos
dados,  do que a partir do valor do produto.

A Babolat,
fabricante francesa de raquetes de tênis, fabrica a Babolat Play, uma
“raquete inteligente” que gera e coleta dados sobre o desempenho do
jogador em quadra. Ao criar um produto inteligente, a Babolat deu o
primeiro passo para agregar o valor contido nos dados. Esses dados podem
se tornar um fluxo de receita totalmente novo. A Babolat pode, por
exemplo, vender esses dados para desenvolvedores de aplicativos de novos
produtos e experiências de usuário, ou vender os dados para data mining em
organizações de pesquisa esportiva. A raquete de tênis pode ser vendida
uma vez, mas os dados produzidos por ela têm potencial infinito de
monetização.

Precificação de dados para o pior cenário possível: violações
cibernéticas em grande escala estão se tornando extremamente
frequentes, resultando em grandes perdas financeiras para várias
empresas. Como resultado, as apólices de seguros para dados estão se
tornando uma parte necessária dos negócios.

Trabalhando em
conjunto com os segurados, as empresas de seguros de dados precisam
definir um preço para um conjunto de dados que não apenas reflita o
valor dos dados para a empresa segurada, mas que também leve em
consideração a diversidade de fatores que acontecem em situações de
violação de dados. Notificações para clientes, compensações e outros
custos como relações públicas para controle de danos devem ser levados
em consideração no preço do seguro.

Os departamentos
CyberEdge da AIG, Privacy and Network Security da ACE e Cyber &
Technology da Lockton oferecem às empresas coberturas em caso de uma
violação que resulte nos efeitos diversos de uma violação de dados.

Dados em um caso de falência digital: a
Caesars Entertainment Operating Co., que controla o Caesars Palace,
Caesars Atlantic City e Harrah’s Reno, além de uma dúzia de outras
propriedades regionais, entrou com o pedido de falência no início do
ano. O mais interessante é que o ativo individual mais valioso que está
sendo disputado é o Caesar’s Total Rewards Loyalty Program, o programa
de fidelidade dos clientes da empresa.

Repleto de Big Data e
construído durante os últimos 17 anos, os rumores é de que ele tem os
dados de mais de 45 milhões de clientes. Os credores avaliam que esses
dados valem cerca de US$ 1 bilhão — um número e tanto. Ele ultrapassa o
valor de qualquer bem físico da Caesar em Las Vegas, o que dá uma boa
perspectiva em relação ao valor dos dados. Também dizem que o programa
equivale a 17% do valor total de todos os ativos operacionais da
Caesar’s. Como o setor de jogos de azar não tem nenhum tipo de acordo
sobre políticas e práticas de precificação de dados, o valor do programa
será contestado na justiça e pode resultar em vereditos interessantes
em relação à precificação de dados.

Transações de dados; fusões e aquisições: agora
os dados são um dos principais ativos buscados pelas empresas em fusões
e aquisições, em alguns casos mais que pessoal, propriedade intelectual
ou espaço físico. Na recente aquisição do site Lynda.com pelo LinkedIn,
provavelmente os dados representaram o maior ativo obtido mediante o
preço pago pela aquisição.

Jeff Weiner, CEO do
LinkedIn, ressaltou que a ampla biblioteca de vídeos premium do site
Lynda.com foi um motivo imprescindível para a compra da empresa, o que
significa que a ferrametna estava em busca dos ativos de dados do
Lynda.com para aumentar sua rede profissional. Do valor de US$ 1,5
milhão, é provável que uma parcela significativa tenha sido direcionada
para a compra dos ativos de dados de vídeo.

A economia da informação para um mundo melhor: O
TCGA (Cancer Genome Atlas, ou Atlas do Genoma do Câncer) tem como
objetivo desenvolver novos focos farmacêuticos e de diagnóstico para o
câncer ao facilitar o compartilhamento de dados genéticos. Essa
colaboração entre o NCI e o National Human Genome Research Institute,
dos Estados Unidos, procura codificar os dados genômicos para que os
elementos de dados comuns, com base em padrões, possam ser
compartilhados por meio de uma infraestrutura de código aberto.

Para alcançar o
sucesso na economia da informação, qualquer organização precisa colocar
os dados no núcleo de tudo o que fazem diariamente. As empresas precisam
priorizar a precificação dos dados de conteúdo técnico e comercial em
toda a organização. Elas precisam integrar isso em suas estratégias
comerciais mediante o desenvolvimento de ferramentas para precificação e
de políticas e serviços para a aquisição ou venda de dados. Para dar o
salto e chegar neste novo mundo, as empresas precisam continuar focadas
em aprimorar a capacidade de perceber ideias impulsionadas por dados,
por meio do reconhecimento preditivo de novas oportunidades.

Algumas startups e
organizações tradicionais já estão fazendo avanços nessa área. Para as
outras, ainda não é tarde. Mas conforme a economia da informação adquire
sua forma nos próximos anos, os que andarem muito devagar não
sobreviverão. A corrida começou, não fique para trás.

 

 

(*) Steve Todd é pesquisador e vice-presidente de estratégias e inovação na EMC

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