Uber e Lyft ganham votação e não precisarão arcar com direitos trabalhistas na Califórnia

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11:00 am - 09 de novembro de 2020

Empresas da Gig Economy, como Uber, Lyft e DoorDash, conseguiram aprovar uma medida eleitoral que isentará as empresas de uma lei estadual da Califórnia, Estados Unidos, que exige a classificação dos trabalhadores como contratados. Dessa forma, as empresas estarão livres de cumprir direitos trabalhistas sobre seus colaboradores autônomos.

As empresas pagaram cerca de US$200 milhões em campanha favorável à Proposta 22. De acordo com o texto da Proposta,os trabalhadores podem decidir “quando, onde e o quanto trabalhar, mas não obteriam os benefícios e as proteções que empresas devem oferecer a funcionários”.

Quase 58% dos eleitores apoiaram a Proposta, enquanto 42%votaram contra, com mais de 80% dos votos relatados, de acordo com o Gabinete do Secretário de Estado da Califórnia.

Quando confrontadas sobre os benefícios e direitos trabalhistas, as empresas alegaram que poderiam encerrar as atividades na Califórnia se fossem obrigadas a contratar como empregados os trabalhadores dos aplicativos.

Embora tenham ganhado a votação, a Proposta 22 prevê que as empresas ofereçam opções de saúde – limitadas – e uma garantia de ganhos mínimos, com os motoristas permanecendo como contratados independentes, de acordo com publicação do Financial Times.

Embora tenham que cumprir com alguns benefícios, segundo o site Bloomberg, só o Uber e o Lyft economizarão mais de US $100 milhões por ano em custos de empregos, de acordo com uma estimativa.

“Com esta votação, motoristas e entregadores terão o que muitos de vocês têm pedido: acesso a benefícios e proteções, mantendo a flexibilidade e independência que você deseja e merece”, escreveu Dara Khosrowshahi, Presidente-Executivo do Uber, em uma mensagem aos motoristas da Califórnia.

Em um comunicado, organizações trabalhistas, opositoras à proposta, reiteraram sua visão de que Uber, Lyft e outros exploram trabalhadores.

“Os gig workers não perderam hoje, e sim a democracia”, disse um porta-voz do Gig Workers Rising. “Quando as empresas gastam centenas de milhões de dólares para escrever suas próprias leis trabalhistas… isso é uma perda para nosso sistema de governo e trabalhadores”.

Os analistas esperam que a vitória na Califórnia dê ao Uber ímpeto para levar medidas semelhantes ao Prop 22 para outras partes dos Estados Unidos, onde seu modelo de negócios tem enfrentado escrutínio semelhante, diz a reportagem do Financial Times.

O resultado elevou as ações da Uber em 12% e as ações da Lyft saltaram 14% nas negociações da madrugada, antes da abertura oficial do mercado na quarta-feira (4).

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