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Uber, Airbnb, WhatsApp: O que podemos aprender com elas

As mudanças pelas quais passamos nos últimos anos criaram condições para o surgimento de empresas como Uber, Airbnb e WhatsApp. Essas empresas possuem algumas características em comum. Em primeiro lugar, seus negócios são baseados em cloud, possibilitando sustentar modelos flexíveis e escaláveis a custos relativamente baixos. Além disso, compartilham a premissa de que as interações entre pessoas, empresas e negócios serão, cada vez mais, feitas em dispositivos móveis. Também é importante destacar o contexto de alta competitividade em que nasceram, afinal de contas, o concorrente está apenas a um clique de “distância”.

Não há dúvida de que o crescimento das startups representa um risco para indústrias tradicionais. Basta lembrar o impacto que o WhatsApp está tendo no faturamento das empresas de telefonia móvel. Para minimizar esses riscos e potencializar as oportunidades de geração de negócios é necessário aprender com as startups e tirar proveito das possibilidades que o mundo digital oferece. No entanto, para que isso aconteça, são necessárias algumas mudanças.

A primeira está relacionada ao papel da TI dentro das empresas e, em especial, à valorização do CIO. O motivo é bastante bastante claro: são os profissionais de TI que possuem as competências para empregar tecnologias como big data, machine learning e IoT e gerar novas oportunidades de negócio. Estamos falando aqui de uma aproximação entre as áreas de negócio e de TI.

Outra mudança necessária está ligada à organização da própria TI, que deve ser capaz de equilibrar estabilidade e agilidade. Neste caso, o melhor caminho é a adoção de uma TI Bimodal, capaz de manter o funcionamento dos sistemas da empresa e ao mesmo tempo estimular inovação. No primeiro modo, que suporta os sistemas transacionais corporativos, deve-se manter passos cadenciados e baseados em processos de governança. Ao mesmo tempo, é necessário abrir espaço para o segundo modo de operação, mais favorável à inovação e baseado em métodos ágeis. Para ter sucesso na transformação digital, esses dois modos devem coexistir e funcionar de maneira complementar.

Por fim, há um outro aprendizado que podemos tirar dessa geração de startups: a flexibilização da ideia de “produto pronto”. Todos os usuários do Gmail certamente se lembram de que o Gmail ficou durante anos em Beta, mas que, a toda hora, novas features surgiam para serem usadas e testadas. Estamos todos familiarizados com a experiência de atualizar constantemente os apps instalados em nossos smartphones. Essas atualizações devem ser baseadas naquilo que as pessoas realmente buscam. Foi por estarem sempre prontos para ouvir os anseios dos clientes que Uber, WhatsApp e Netflix conseguiram se constituir nas empresas que são hoje.

Até pouco tempo, grande parte do que era feito nas empresas se resumia a evoluir o que já está funcionando com melhores práticas e boa governança. Agora, é necessário imaginar um futuro possível e buscar os melhores caminhos para construir esse futuro. A cada dia, novas tecnologias surgem e, com elas, aumenta a pressão para criarmos uma nova realidade dentro de nossas empresas. De qualquer forma, seja para construir o futuro ou reestruturar o presente, chegou a hora da TI assumir a liderança.

 

 

(*) Bill Coutinho é diretor de marketing e tecnologia da Dextra

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