Notícias

Tudo o que você precisa saber sobre a falha no WPA2 para proteger sua empresa

No último domingo, foram divulgadas informações preliminares sobre vulnerabilidades na implementação do protocolo WPA2, que poderiam potencialmente levar um atacante a ter acesso à uma rede Wi-Fi, interceptando e alterando suas comunicações. No período da manhã de ontem, entrou no ar um website com mais informações sobre o ataque: https://www.krackattacks.com/

As descobertas são referentes às falhas no funcionamento do próprio protocolo e podem funcionar nas seguintes situações e aplicações:

● WPA1 e WPA2

● Redes empresariais ou residenciais que utilizam as cifras WPA-TKIP, AES-CCMP e GCMP

● Dispositivos Android, Linux, Windows, Apple, IoT, etc 

Como funciona
O ataque funciona ao explorar o 4-way handshake do protocolo WPA2, que é o processo usado para estabelecer a chave para criptografia do tráfego de dados.

O atacante induz a vítima a reinstalar uma chave já em uso e, ao fazê-lo, alguns parâmetros associados ao protocolo que garantem o controle da comunicação são resetados (incremental packet number e receive packet number). Tais falhas não permitem ao atacante recuperar a senha Wi-Fi, mas sim a descriptografar os dados sem mesmo saber a senha.

Os pesquisadores mencionam que o ideal seria que uma chave individual pudesse ser instalada e utilizada uma única vez. No entanto, a implementação atual do protocolo não permite isso, o que consiste em uma falha grave.

CVE’s
A relação abaixo indica os CVE’s associados com uma breve descrição. Cada CVE indica uma maneira diferente de usar a técnica de reinstalação de chave:

● CVE-2017-13077: Reinstallation of the pairwise encryption key (PTK-TK) in the four-way handshake.

● CVE-2017-13078: Reinstallation of the group key (GTK) in the four-way handshake.

● CVE-2017-13079: Reinstallation of the integrity group key (IGTK) in the four-way handshake.

● CVE-2017-13080: Reinstallation of the group key (GTK) in the group key handshake.

● CVE-2017-13081: Reinstallation of the integrity group key (IGTK) in the group key handshake.

● CVE-2017-13082: Accepting a retransmitted Fast BSS Transition (FT) Reassociation Request and reinstalling the pairwise encryption key (PTK-TK) while processing it.

● CVE-2017-13084: Reinstallation of the STK key in the PeerKey handshake.

● CVE-2017-13086: reinstallation of the Tunneled Direct-Link Setup (TDLS) PeerKey (TPK) key in the TDLS handshake.

● CVE-2017-13087: reinstallation of the group key (GTK) while processing a Wireless Network Management (WNM) Sleep Mode Response frame.

● CVE-2017-13088: reinstallation of the integrity group key (IGTK) while processing a Wireless Network Management (WNM) Sleep Mode Response frame.

Considerações

● A vulnerabilidade pode ser mitigada com a aplicação de patches.

● Alterar a senha Wi-Fi não resolverá o problema. Verifique se seu dispositivo possui patch a ser aplicado.

● O foco do ataque é nos clientes conectados à uma conexão WiFi. ● As vulnerabilidades foram notificadas a diversos fabricantes com auxílio do CERT-US. Portanto, as correções devem começar a ser divulgadas gradualmente.

● Use HTTPS na comunicação, uma vez que a criptografia é aplicada em outra camada.

● Patches para Linux já estão disponíveis, portanto as distribuições devem liberar os updates em breve.

● Não há exploit público até o momento.

● O WPA2 não foi quebrado, como é o caso do WEP. Os pesquisadores deixam bem claro que as falhas podem ser mitigadas.

● Um atacante precisaria estar próximo ao WiFi para poder realizar o ataque. Não é possível executá-lo via internet.

● Os pesquisadores divulgarão scripts que possibilitarão verificar se uma implementação do protocolo está vulnerável a uma das técnicas de exploração.

Lista de dispositivos afetados [CERTUS]:  https://www.kb.cert.org/vuls/byvendorsearchview&Query=FIELD+Reference=228519&SearchOrder=4

Demo: https://www.youtube.com/watch?v=Oh4WURZoR98

Artigo: O artigo foi divulgado por Mathy Vanhoef (pesquisador da Universidade Católica de Leuven, Bélgica), a quem é atribuída a descoberta da vulnerabilidade. Há ainda um time de pesquisadores de outras universidades que participaram da pesquisa (Universidade de Alabama em Birmingham e Universidade de Ruhr em Bochum – Alemanha).

Referências: https://arstechnica.com/information-technology/2017/10/severe-flaw-in-wpa2-protocol-leaves-wi-fi-traffic-open-to-eavesdropping/ https://thehackernews.com/2017/10/wpa2-krack-wifi-hacking.html
https://papers.mathyvanhoef.com/ccs2017.pdf https://www.wi-fi.org/securityupdate2017

 

(*)  Carlos Borges é especialista  em cibersegurança do Arcon Labs

Recent Posts

Novos executivos da semana: Dahua, Rimini Street, Arcserve e mais

O IT Forum traz, semanalmente, os novos executivos e os principais anúncios de contratações, promoções e…

2 dias ago

Sustentabilidade x IA: emissões da Microsoft sobem 30%

A Microsoft está enfrentando críticas após um relatório revelar um aumento alarmante em suas emissões…

2 dias ago

Centroflora integra e monitora ambientes industriais e automatiza manutenções

O Grupo Centroflora é um fabricante de extratos botânicos, óleos essenciais e ativos isolados para…

2 dias ago

8 oportunidades de vagas e cursos em TI

Toda semana, o IT Forum reúne as oportunidades mais promissoras para quem está buscando expandir…

2 dias ago

Fraudes: 58% das empresas dizem estar mais preocupadas no último ano

Um estudo divulgado na segunda-feira (13) pela Serasa Experian mostra que a preocupação com fraudes…

2 dias ago

82% dos ataques via USB podem interromper operações industriais

A Honeywell divulgou essa semana a sexta edição de seu Relatório de Ameaças USB de…

2 dias ago