O Tribanco, instituição financeira do Grupo Martins focada no setor atacadista, reformulou sua arquitetura de software por meio de Application Programming Interfaces (APIs). Com isso, adotou o chamado modelo Open Banking, que torna o ambiente de TI aberto para novos negócios e inovações digitais por meio dessas APIs disponibilizadas pela instituição.
Luiz Henrique das Neves, diretor de TI do Tribanco, conta que, por não trabalhar com agências físicas, as necessidades de investimentos do banco em canais alternativos são crescentes – alguns deles já realizados como internet e mobile baniking, além de aplicativos ligados aos cartões emitidos pelo banco.
Somado a isso, o executivo explica que a complexidade do ambiente da instituição foi ficando mais complexa à medida que o escopo foi ampliado ao longo dos seus 27 anos de atuação. Hoje o banco tem mais de 30 mil mil clientes Pessoa Jurídica e mais de 1 milhão Pessoa Física, e conta com unidades de negócio fortes como emissão de cartões, adquirência e uma corretora de seguros. O foco de atuação é em pequenos e médios varejistas, como supermercados, farmácias, lojas de materiais de construção etc.
“Estamos trabalhando para ampliar nossa oferta de canais. A estratégia de não termos agências nos obriga a termos canais alternativos e de fácil acesso. Como fazer isso rapidamente? Nosso primeiro olhar foi para APIs. Parte da transformação digital é isso: aproveitar os sistemas tradicionais do banco e conectá-los aos canais digitais de forma ágil”, afirma o executivo, em entrevista ao IT Forum 365.
“Como enviar contratos físicos para os clientes assinarem em regiões remotas do país? Eles assinam e precisam mandar de volta? Como concorrer dessa forma com outros bancos que às vezes possuem agências na mesma rua destes clientes?”, compara Neves, que também cita o novo comportamento dos clientes, cada vez mais adeptos às plataformas digitais.
Para acelerar a transformação digital do banco e, consequentemente, a competitividade com inovações, foi realizado o redesenho da base tecnológica em torno de APIs, com a plataforma de gerenciamento da Sensedia, que possibilitou, por exemplo, o primeiro resultado para a instituição: um novo canal de URA (Unidade de Resposta Audível) na nuvem. “É uma plataforma de atendimento muita mais ágil”, define Neves.
Outro projeto é um abordagem de conexão com fintechs, público que o Tribanco quer se aproximar para integrar ideias e tecnologias. “Temos uma fintech bastante arrojada querendo lançar um cartão na nossa plataforma. O processo será muito rápido porque as APIs já estão prontas”, conta o executivo, sem dar mais detalhes sobre a nova iniciativa que está sendo desenvolvida.
“As fintechs complementam nossos negócios. É uma forma de termos maior usabilidade e solucionarmos problemas de forma criativa. Por trás há um banco com uma série de soluções e produtos estruturados. É uma boa parceria”, completa.
À frente
Envolvido no projeto, Marcílio Oliveira, COO da Sensedia (foto), destaca que a plataforma cria uma arquitetura mais ágil para conectar negócios. “É muito mais do que só APIs, mas um posicionamento web”, afirma.
Segundo o executivo, trata-se de um projeto com uma velocidade nunca antes vista pela Sensedia. “Temos outros clientes com projetos semelhantes, mas com essa velocidade não conheço”, diz Oliveira, citando outros clientes como CNova, SulAmérica e Cielo.
Oliveira comenta também que a Europa já tem o padrão de open banking com plataforma aberta, mas no Brasil ainda é um desafio para quase todos os bancos, outro motivo que torna o projeto com o Tribanco inovador no setor.
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