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TI híbrida: não esqueça da rede!

De acordo com uma pesquisa recente com profissionais de TI no Brasil,
79% das organizações já migraram pelo menos parte de suas
infraestruturas para a nuvem. Em resumo, a TI híbrida tornou-se nossa
nova realidade. Mas, apesar de o novo mantra das empresas ser “rumo à
nuvem”, nós, administradores de rede, costumamos aceitar com cautela a
complexidade apresentada por essa estratégia de TI híbrida.

Para começar, a TI híbrida não é
proporcionalmente mais complexa. A migração para a nuvem exige que os
administradores de rede entendam e implementem uma disciplina inédita de
tecnologia de TI para gerenciar e monitorar, seja ao mudar um ou
milhares de dispositivos.

Um ambiente híbrido também apresenta novas
oportunidades para falhas que não existiam antes e que também são opacas
em termos de solução de problemas. Digamos que a plataforma que a sua
organização usa para dar suporte à equipe de vendas é totalmente local
e, de repente, ela é interrompida. Essa plataforma pode não estar
equipada com os mesmos failover e redundância obtidos em um aplicativo
da nuvem; no entanto, a sua capacidade de gerenciar e inspecionar todos
os elementos associados a essa plataforma facilita e simplifica o
diagnóstico e a resolução.

Na nuvem, por outro lado, quando ocorre uma
interrupção crítica (imagine uma escavadeira cortando a conexão da linha
WAN do seu prédio para os aplicativos hospedados na nuvem), seus
negócios terão que esperar até que ela seja corrigida. A quantidade de
largura de banda necessária para conectar adequadamente os componentes
de ambientes de TI híbridos pode saturar os circuitos de backup e não
garante uma solução ou substituição fácil em caso de falha grave.
Vínculos de espera comuns que fornecem failover de capacidade reduzido
não serão suficientes na era da TI híbrida; portanto, os seus sistemas
de backup devem ter praticamente os mesmos recursos de capacidade e
largura de banda das conexões principais. Para garantir que os seus
negócios estejam preparados para uma falha, é necessário que a abordagem
do monitoramento de rede tenha total prioridade.

No entanto, é mais fácil falar do que fazer.
Um dos possíveis benefícios de migrar para a nuvem é o fim do trabalho
de gerenciamento; dessa forma, você não precisa mais lidar com tantos
detalhes. No entanto, torna-se muito mais difícil monitorar e garantir o
desempenho de certos componentes da infraestrutura depois que eles
migram para a nuvem. Isso ocorre porque a única forma de receber e
analisar esse tipo de informação de desempenho é por meio das APIs de
gerenciamento disponíveis no provedor da nuvem.

Infelizmente, essas interfaces de
gerenciamento de provedor não costumam oferecer a mesma qualidade em
monitoramento de rede disponível em soluções tradicionais de SNMP. Essa
lacuna na capacidade de monitoramento é decorrente do nível de
maturidade da tecnologia: o monitoramento de rede tradicional do data
center local foi desenvolvido e refinado por 30 anos, enquanto o AWS,
por exemplo, apenas entrou no ramo empresarial nos últimos anos e suas
ferramentas de monitoramento não tiveram tempo suficiente para
acompanhar o ritmo.

Além disso, o custo da mudança na nuvem é bem
menor que o no local, o que pede por mudanças e reconfigurações. O
processo tradicional de atribuir intervalos de endereços IP
detalhadamente, analisar a topologia da rede que se anexará a esses
endereços e planejar na porta ou no nível de IP não se aplica ao lado da
nuvem. Como resultado, o futuro do monitoramento da rede deve ser mais
visual e exigir uma solução de problemas interativa para comparar
estados conhecidos de topologia, fluxo de tráfego e interconexão em
diferentes momentos, a fim de determinar o que aconteceu no passado e o
que pode se tornar um problema no futuro.

Tudo isso está forçando o setor a repensar a
abordagem das soluções de monitoramento de rede. Fazer as coisas como de
costume não é o suficiente: é necessário haver uma grande inovação nos
produtos que atenda ao desafio apresentado pela TI híbrida e ofereça aos
administradores de rede uma solução útil para preencher a lacuna de
visibilidade da TI híbrida. Ao mesmo tempo, há alguns produtos de nuvem e
TI híbrida que pouco fazem para garantir o desempenho do lado herdado
da rede híbrida, incluindo componentes que nunca são deixados de lado
(LAN de campus, telepresença, VOIP etc.). As soluções de monitoramento de rede desenvolvidas especificamente para as necessidades da era de TI híbrida fornecem monitoramento completo e avançado para o local, além de exibições convergidas de recursos da nuvem.

Além de aproveitar “uma ferramenta de
monitoramento de rede para todas governar”, confira algumas práticas
recomendadas que você deve considerar para gerenciar ambientes de TI
híbrida com mais qualidade e segurança: 

1.       Aprenda a codificar.
O futuro da tecnologia é acionado por softwares. Precisamos parar de
pensar em termos de configuração, o que implica em um certo nível de
controle sobre os dispositivos e serviços gerenciados, e começar a
pensar mais como desenvolvedores. No futuro, os administradores de rede
farão o gerenciamento usando políticas muito mais dinâmicas e autônomas.
Você não poderá ser um administrador de rede de sucesso na era da TI
híbrida sem primeiro estar relativamente confortável com a conversão da
lógica operacional em código autônomo.

2.       Os sistemas herdados ainda são importantes.
Não podemos garantir que a nuvem resolverá todos os problemas. É bem
provável que alguns dos seus sistemas nunca migrem para a nuvem, seja
por motivos financeiros ou técnicos. Prepare-se para conversar com a
gerência sobre um plano de suporte a dispositivos herdados agora e no
futuro.

3.       Redundância, redundância e redundância. Da
mesma forma, você não deve pressupor que a confiabilidade da nuvem é
melhor que a local. Com todos os seus benefícios e recursos, o disco
rígido ainda pode superar a nuvem. E o que vem depois? Sua solução de
backup deve ser redundante em uma escala e capacidade nunca antes vistas
apenas para manter a largura de banda exigida pela Internet e pelas
conexões de rede em um ambiente híbrido. Não basta ter apenas uma rede
principal e dois backups que operam com capacidade de 25%; seus backups
devem ser capazes de sustentar a maioria das suas operações, em vez de
apenas um failover de capacidade reduzida.

4.       Segurança é importante.
Apesar de não podermos garantir que a segurança de rede local é
perfeita, ela é, sem dúvidas, baseada em processos e bem monitorada para
eventuais violações ou ataques. Ao migrar para a nuvem, é importante
lembrar que a TI híbrida apresenta novas vulnerabilidades de segurança.
Faça uma auditoria para compreender o que está coberto em termos de
segurança e conformidade para cada plataforma de provedor de nuvem. Ao
entender os fundamentos da abordagem do provedor para proteger seus
dados, você pode criar um “acordo” sólido entre os dados armazenados no
local e os dados hospedados na nuvem. Segurança nunca é demais.

5.       Não se afobe.
A TI híbrida oferece uma oportunidade para diversos administradores
revitalizarem suas carreiras e aproveitarem novas formas de avançar
profissionalmente. Evite ser aquele administrador de rede inflexível em
relação a hábitos antigos ou complacente demais para aprender uma nova
tecnologia. No final das contas, é de nosso interesse cultivar o mais
amplo conjunto de habilidades possível, não apenas para evitar os
roteadores e os switches tradicionais, mas também para estarmos mais bem
equipados para gerenciar com sucesso as redes do futuro: cada nó,
caminho e rede.

 

 

(*) Patrick Hubbard é diretor de marketing de produtos técnicos na SolarWinds

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