TI da EDP antecipa-se ao Coronavírus com plano de contingência

“Se a TI não se prepara, tudo vira um caos”, sentencia Adriana Moura, que liderou a iniciativa na área

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8:05 am - 20 de março de 2020

Quando a Ásia e a Europa começaram a sentir os primeiros impactos do Coronavírus, e antes mesmo de o vírus chegar ao Brasil, a EDP, distribuidora de energia elétrica que opera no Estado de São Paulo e no Espírito Santo, tirou da manga seu plano de contingência e antecipou-se ao tema, tanto no quesito pessoas, quanto no tecnológico. “Se a TI não se prepara, tudo vira um caos”, sentencia Adriana Moura, gestora-executiva de aplicações de infraestrutura de TI da EDP Brasil.

Segundo ela, a EDP, desde fevereiro, iniciou o processo. O primeiro passo foi montar um Comitê de Gestão de Crise, liderado pelas áreas de negócios, mas que teve a TI como integrante. “Desde então, ações importantes foram trabalhadas intensamente, como conscientizar a equipe sobre o uso do álcool em gel”, conta ela.

Na parte tecnológica, a empresa optou por adotar o home office desde o dia 16 de março. Somando todos os escritórios, 82% dos colaboradores passaram a atuar no modelo. Em São Paulo, capital, na sede administrativa da EDP, 100% dos colaboradores trabalham de casa.

Ela explica ainda que os times que atuam em campo foram divididos em diferentes bases para evitar a aglomeração. Como medida prioritária, os eletricistas que trabalham em campo foram descentralizados em 19 bases operacionais ao longo da área de concessão.

Todas as demandas de atividades são enviadas por meio de smartphone e rádio, sendo necessária somente a retirada de equipamentos nas bases, sem contato pessoal, evitando assim a aglomeração de pessoas em um mesmo ambiente. Além disso, a companhia realiza escalas diferenciadas de horários desses colaboradores e as reuniões e orientações são feitas remotamente.

Para os talentos de São Paulo, a EDP entregou notebooks para toda a força de trabalho. “Já tínhamos os laptops em estoque e garantimos 100% da demanda. Acompanhado dos equipamentos, os colaboradores tiveram acesso a dicas de TI e recomendações rápidas de produtividade”, revela.

A TI também instalou VPN em todos os notebooks e aumentou sua capacidade para atender a todos no momento da virada. “Antes, a VPN suportava 400 acessos simultâneos. Passamos para 4 mil de forma antecipada. Nesse momento, estamos com uma média de 1,8 mil pessoas acessando simultaneamente a VPN sem problema nenhum. Conclusão: quadruplicamos o uso da VPN.”

A executiva também indiciou que no período o service desk teve um boom de chamados: a TI registrou um salto de 60% nos atendimentos internos. O mais interessante, conta, foi ver a empatia da TI com as áreas de negócios. “Nos preocupamos em ouvir, entender a necessidade dos negócios, priorizar chamados”, conta.

Para comunicação e conferências, Adriana assinala que a EDP já vinha usando o Microsoft Teams, por ter sua força de trabalho geograficamente espalhada, e com o home office a prática ganhou força.

Por enquanto, a EDP não precisou instalar internet na casa de nenhum colaborador, mas Adriana indica que se necessário for, a empresa não medirá esforços para colocar a iniciativa em prática.

Parcerias que fazem a diferença

Como toda a estratégia de contingência já estava desenhada e pronta para sair do papel, Adriana indica que conversou com todos os parceiros de tecnologia da EDP e pediu um plano compartilhado de continuidade da TI.

“A DXC cuida de toda a nossa operação. Eles fizeram um plano de continuidade de negócios, garantindo que nos atenderiam da melhor forma, dentro das nossas regras. Tivemos oficialmente um documento das empresas nos resguardando do plano de continuidade de negócios e tudo está funcionando muito bem”, revela ela.

A importância de se preparar

Para Adriana, o fato de a empresa ter se antecipado para esse momento crítico ao entender que o Coronavírus poderia se aproximar do Brasil, foi fundamental. “O que temos certeza é de que esse plano tem de perdurar. Muitos dos nossos sistemas estão na nuvem e é sabido que a estratégia de cloud parte do princípio de cada vez mais mapear os riscos em torno da operação. Por isso, estávamos atentos a todos os detalhes”, finaliza ela.

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